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O autorretrato de Goya é o primeiro “capricho” da exposição que abre hoje à noite no MON | Reprodução
O autorretrato de Goya é o primeiro “capricho” da exposição que abre hoje à noite no MON| Foto:

Serviço

Os Caprichos, de Goya. Museu Oscar Niemeyer (R. Mal. Hermes, 999), (41) 3350-4400. Hoje, abertura às 19 horas, com entrada gratuita. A partir de amanhã, das 10h às 18h, de terça a domingo. Ingresso a R$ 4.

  • A
  • O Capricho 63, intitulado

O pintor espanhol Francisco de Goya (1746-1828) é mais conhecido por suas pinturas, que mesclam comédia e tragédia com uma acentuação particular na discrepância entre o claro e o escuro.

Foi em suas gravuras, porém, que o pintor guardou grande parte de sua crítica e de seu misticismo, que o fez ser considerado por muitos especialistas como um dos precursores da arte moderna.

Essa faceta do artista pode agora ser conferida pelo público curitibano. A exposição Os Caprichos, que exibe uma série de 80 gravuras, será inaugurada hoje, às 19 horas, no Museu Oscar Niemeyer.

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>>Veja o serviço completo da exposição no Guia Gazeta do Povo

Produzida entre 1797 e 1799, Os Caprichos é formada por pequenas gravuras feitas em uma técnica mista que emprega água-forte, água-tinta, ponta seca e buril e que retratam muitos dos questionamentos que o pintor fazia a respeito da nobreza, do clero e de vícios e virtudes da sociedade espanhola de sua época. É o que explica a diretora do museu Estela Sandrini: "Goya trabalhava a serviço da corte, e questionava muito seus modos. Esse trabalho dele é quase uma dissertação, em que explora bem o lado fantasioso e crítico de sua obra. Essa exposição é o que há de melhor em gravuras e o que há de melhor em ideias na produção dele".

Dispostos em uma sequência numerada de 1 a 80 e agrupados em duplas na mesma moldura, os "caprichos" se transformam ao longo de sua produção – de retratos realistas e bem-humorados de donzelas e nobres, para gravuras sombrias, metafóricas e fantasiosas. Por exemplo, o clero, muitas vezes, é representado como formado por duendes e os artistas, como macacos. Acompanhando cada "capricho", um título e um texto complementam o desenho com os pensamentos de Goya sobre vários temas, como prostituição, a vida em sociedade, a aristocracia espanhola e as superstições. "O texto é quase sempre uma frase inteira, quase poética, como se ele fosse descrevendo a gravura. A reflexão que o texto propõe, junto com os quadros pequenos, fazem de Os Caprichos uma exposição intimista", explica Estela.

A mostra, que já passou por capitais como Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e Brasília, é trazida pelo Instituto Cervantes da Espanha, detentor do acervo itinerante, e é idêntica à série guardada no Museu do Prado, em Madri. Reimpressas graças à técnica de gravura em metal, os desenhos de Goya que podem ser vistos no MON foram criados em 1928, sendo a décima primeira de 20 edições de Os Caprichos. "Essas gravuras rodam o mundo enquanto no Museu do Prado ficam outras, guardadas na parte inferior do museu como verdadeiras relíquias, junto com os quadros do [pintor holandês Hieronymus] Bosch e da fase negra do Goya, importantíssimas para a história da arte", afirma a diretora do museu. Os Caprichos de Goya ficam expostos no MON até o dia 24 de abril, de onde seguem de volta para a Espanha.

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