• Carregando...
Georg Friederich Händel: melódico como Brahms | Imagens/Reprodução
Georg Friederich Händel: melódico como Brahms| Foto: Imagens/Reprodução
  • Henry Purcell: música para o teatro
Veja também

Filho de um barbeiro, Händel estudava escondido e contra a vontade do pai. Mas só até seu talento ser descoberto. O compositor alemão, que morreu há 250 anos (14 de abril de 1759), dedicou-se com especial atenção a oratórios e óperas, feitas a pedido da corte. Sua grandiosa obra teve início com Almira, ópera de 1705.

"Para mim Händel é um grande melodista. Ele escreveu coisas maravilhosas para a música sacra, de câmara e para flauta, que é o meu instrumento", explica Ricardo Kanji, que compara: "Ele foi um Brahms do barroco". A referência é a Johannes Brahms (1833-1897), um dos compositores mais importantes do romantismo, que revolucionou as linhas harmônicas da época com a utilização de modulações variadas.

A partir de 1740 a obra de Händel ganha em peso e importância. São desse período seus trabalhos mais conhecidos, como O Messias e Judas Macabeu.

"É um grande prazer tocar a obra dele, mas é difícil. Na verdade, tudo se torna difícil se você quiser fazer bem feito", explica Kanji. "Tenho uma paixão especial por ele", confessa.

Outro expoente do barroco, Purcell comemoraria 350 anos de vida no próximo dia 10 de setembro. Compositor da primeira geração barroca, foi o único relevante na Inglaterra por mais de 200 anos. Sua obra tinha finalidade cênica, como explica Osvaldo Colarusso, maestro e trompista paulista.

"Ele tinha um talento muito grande para o teatro e sua música tinha finalidade dramática. É impressionante que em apenas 50 minutos de obra ele consiga atingir diversos climas, que funcionam muito bem em peças de teatro", diz Colarusso.

Purcell destacou-se também em composições para alaúdes e outros instrumentos de cordas, além de obras para coro e orquestra. Sua obra mais famosa é Dido e Enéas, de 1689.

"Talvez seja a obra mais importante da segunda metade do século 17 feita para coro e orquestra. Só por essa ópera, ele já tem um lugar bem privilegiado na história da música", explica o maestro.

Um suas óperas, o inglês tinha especial cuidado com as frases cantadas. As escolhia revelando muita simbologia para ilustrar as canções da maneira mais fiel possível. "Se as vozes falavam de um Sol nascendo, ele fazia um reflexo musical que tendia para esse lado. Talvez a coisa mais impressionante esteja no final da ópera de Enéas. Há um suicídio e Purcell desenvolve um tema irregular de cinco compassos exatamente porque a personagem estava em uma situação insustentável, caminhando para a morte."

Conta-se que Purcell morreu de pneumonia, depois de uma noite dormindo ao relento motivada por uma briga com a mulher.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]