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O Seminário de Patrimônio Imaterial Cidade de Curitiba, que acontece no próximo final de semana, reúne os três projetos de Patrimônio Imaterial selecionados por meio de edital do Fundo Municipal da Cultura (FMC), além de apresentar um levantamento inédito das manifestações culturais organizadas da capital paranaense. Com temas que remetem às memórias, celebrações e ao cotidiano da capital do Paraná e de sua população, o seminário apresenta um pequeno recorte dos bens imateriais da cidade.

Segundo a Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, patrimônio imaterial são expressões, conhecimentos, práticas, representações e técnicas, além de instrumentos, objetos, artefatos e lugares que as comunidades reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural. Dentro dessa definição, o seminário sobre o Patrimônio Imaterial de Curitiba, promovido pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC), mostra trabalhos sobre o centro da cidade, manifestações religiosas e memórias circenses.

Programação

O escritor e jornalista Luiz Andrioli fará a palestra "Circo e a Cidade – Histórias do grupo circense Queirolo em Curitiba", antecipando o livro que está escrevendo sobre a relação dessa importante família circense com a história curitibana.

Outro trabalho que integra a programação do seminário é de autoria de Luciana de Morais, historiadora e cientista social que mapeou 83 terreiros de umbanda em Curitiba. O mapeamento revela que a região do bairro Boqueirão é a que possui maior concentração de espaços umbandistas. Um pouco do trabalho da historiadora pode ser visto no documentário "Para ver a Umbanda passar: do esquecimento à lembrança", do diretor Luciano Coelho. O cineasta acompanhou a visita aos terreiros e no documentário de 60 minutos apresenta oito espaços, selecionados pela diversidade e pela representação. "A umbanda é uma religião que sofre com muito preconceito e trabalha com rituais de muita alegria. Curitiba é uma das capitais que mais tem terreiros e a população não sabe disto", enfatiza a historiadora.

O trabalho "No Olho da Rua e na Rua do Olho", da fotógrafa Lina Faria, traça um amplo painel fotográfico da vida no centro de Curitiba. A fotógrafa fez uma "imersão" no universo urbano, quando alugou um apartamento no centro da cidade para retratar o entorno do Marco Zero. O resultado é uma importante documentação que capta a história e as transformações da cidade por meio da rotina dos moradores, freqüentadores, trabalhadores do centro, arquitetura, paisagens urbanas e recantos.

Além dos trabalhos selecionados pelo FMC, a programação do Seminário apresenta um levantamento inédito das manifestações culturais organizadas de Curitiba, dividido em três temas básicos: artesanato, medicina popular das benzedeiras e manifestações como hip hop, rap e grafite.

Iniciado em 2006, o levantamento coordenado pelo antropólogo Ozanam Aparecido de Souza já cadastrou a região sul da cidade, passando pelas regionais do Boqueirão, Bairro Novo, CIC e Pinheirinho, com o registro de 450 manifestações culturais. "Além de mapear e criar um banco de dados, estamos entrevistando esses profissionais", diz Ozanam. Alguns foram retratados pela fotógrafa Alice Rodrigues, que expõe no Seminário imagens de benzedeiras e artesãos em seus ateliês e oficinas. A pesquisa, que termina em 2008 com a inclusão da região norte, já mapeou 2.040 artesãos e seis benzedeiras. "O que não é visível também é importante", lembra Ozanam.

O evento é aberto para todos o interessados.

Serviço: Seminário de Patrimônio Imaterial Cidade de Curitiba. Sábado (1º) a partir das 9h, e domingo (2) a partir das 10h. Centro de Criatividade de Curitiba (Rua Mateus Leme, 4.700, Parque São Lourenço)Entrada franca.

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