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Angelina Blahobrazoff exibe a medalha recebida pelo prêmio de revelação na noite dos campeões do Festival de Dança de Joinville. | Divulgação/Festival de Dança
Angelina Blahobrazoff exibe a medalha recebida pelo prêmio de revelação na noite dos campeões do Festival de Dança de Joinville.| Foto: Divulgação/Festival de Dança

O prêmio de revelação do Festival de Dança de Dança de Joinville geralmente é concedido a jovens e promissores bailarinos ou a coreógrafos com toda uma carreira pela frente. Mas na 34ª edição do evento, que terminou no último sábado (30), o prêmio foi concedido a uma senhora de 69 anos. Angelina Blahobrazoff subiu no palco para receber a homenagem com a ajuda da filha. Ela recebeu uma medalha e R$ 9 mil em reconhecimento pela coreografia Misha, de dança russa, que ficou em 2º lugar em danças populares sênior – categoria na qual competem os participantes a partir de 16 anos.

A coreógrafa de Piçarras, litoral de Santa Catarina, aprendeu a dançar ainda na infância. Filha de uma russa, teve aulas com professores conterrâneos da mãe e, em 1996, fundou a Associação Parafolclórica Angelina Blahobrazoff. Há dez anos, sofreu um aneurisma e ficou com dificuldades de movimentação do lado direito do corpo. Ainda assim, não desistiu da dança, e monta as coreografias e faz os ensaios em parceria com a filha, Katia Blahobrazoff Tomacelli, de 33 anos.

“A dança é a coisa mais importante para mim. Eu vivo disso, não no sentido do dinheiro, mas da vontade, do que eu gosto”, conta Angelina.

O grupo é composto por 22 mulheres entre 40 e 70 anos. Os ensaios são todas as segundas-feiras das 19h30 às 22h. Este ano, 16 bailarinas da associação participaram da apresentação no palco do Centreventos Cau Hansen. E essa não foi a primeira vez que foram premiadas em Joinville. Nas 14 edições em que competiram, já ficaram duas vezes em terceiro lugar, duas em segundo, e até já foram campeãs em 2009.

Katia conta que o reconhecimento com a premiação do grupo e com dona Angelina escolhida como revelação é ainda mais emocionante pelo fato de que competem com jovens, muitos ainda adolescentes, e que se dedicam diariamente aos ensaios. “Competir com outros grupos que até fazem balé e talvez tenham uma técnica mais apurada é bem diferente para elas”, conta Katia. Dona Angelina acrescenta orgulhosa: “Elas nunca dançaram, começaram comigo!”.

A medalha foi um novo estímulo e a revelação do Festival de Dança de Joinville deste ano nem pensa em se afastar dos palcos. “Eu continuo, vou sempre em frente. Eu não paro”, diz Angelina.

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