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Andrea Beltrão no monólogo “antígona” é uma das atrações do  Festival de Curitiba . | Guga Melgar/Divulgação
Andrea Beltrão no monólogo “antígona” é uma das atrações do Festival de Curitiba .| Foto: Guga Melgar/Divulgação

Com temas como o feminismo e identidade orientando a curadoria, o Festival de Curitiba, mais importante evento de teatro do país, começa nesta terça-feira (28) sua 26ª edição.

Na contramão dos recentes cortes em eventos culturais públicos e privados, o Festival terá uma de suas maiores edições, com mais de 350 atrações distribuídas por alguns espaços cênicos da cidade até o dia 9 de abril.

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A mostra principal terá 38 atrações, com três espetáculos internacionais e oito estreias nacionais. A exemplo do ano passado, a curadoria da mostra está a cargo dos premiados atores e diretores Guilherme Weber e Márcio Abreu.

A dupla, que fará também a curadoria do festival em 2018, usou como mote a frase “Só interessa o que é meu”, retirada de um texto de Oswald Andrade (1890-1954), para dar um “olhar politicamente provocativo e feminino” à programação.

Assim, a maior parte dos espetáculos traz temas quentes e contemporâneos do debate público, como as questões de gênero, dos limites do corpo humano e da identidade brasileira.

A abertura, apenas para convidados, acontece nesta terça no Teatro Guaíra e terá Fernanda Montenegro no espetáculo “Nelson Rodrigues por Ele Mesmo”. Nele, a atriz de 88 anos lê crônicas não publicadas de Nelson e conversa sobre os sete anos de convivência com o dramaturgo.

“O espetáculo de abertura já começa gritando algumas das questões que a curadoria do festival propõe como o papel feminino e os limites do corpo até o envelhecimento”, afirma o diretor do festival Leandro Knopfholz.

Outras atrizes importantes como Fernanda Torres, Andréa Beltrão, Camila Pitanga, Débora Bloch e Júlia Lemmertz também participam de espetáculos no Festival de Curitiba.

  • A grande dama do Teatro brasileiro, Fernanda Montenegro, lê textos de Nelson Rodrigues na abertura do Festival de Curitiba.
  • O musical “Roque Santeiro” é uma das atrações do Festival .
  • A comédia “Cada um com Seus Pobrema” é uma das mais concorridas do evento.
  • Débora Lamm em cena da peça “Mata teu Pai”.
  • O espetáculo “Macumba” fala de questões de gênero e identidade.

Entre as novidades desta edição estão atrações musicais como “Eu Sou”, o novo show de Gaby Amarantos, e “+Misturado”, no espetáculo da cantora Martinália.

Outro destaque é o “Curitiba Mostra II” que exibe quatro peças encenadas por companhias curitibanas a partir de obras literárias de autores paranaenses com entrada gratuita. A programação completa poderá ser acessada, a partir desta terça (21), no site oficial do Festival e pelo aplicativo “Festival de Curitiba 2017” para tablets e smartphones. No site também é possível adquirir ingressos para os espetáculos.

O Rei Da Vela

Um dos momentos mais esperados é a exibição da cópia digital do raríssimo filme “O Rei da Vela”, que acontece na terça-feira da próxima semana, dia 4 de abril. A produção foi iniciada em 1971 e finalizada em 1982, após o diretor José Celso Martinez Corrêa voltar do exílio na África e Europa.

O filme é baseado na peça de Oswald de Andrade encenada por Zé Celso com o grupo Oficina e foi censurada durante o regime militar.

Em evento especial, Zé Celso, o ator Renato Borghi, o diretor Amir Haddad e o produtor Elcio Nogueira vão participar de um debate.

“Mesmo em um momento de cortes, conseguimos manter o padrão”

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A cada edição o festival tem uma cara diferente. Qual é a deste ano?

Assim como no ano passado, o festival está nas mãos da curadoria. A ideia deles é trabalhar com algumas questões que estão postas na sociedade, como a questões de gênero e os limites do corpo humano. Os curadores são pessoas com atuação de destaque no teatro nacional, com grande consistência no discurso e sabem trabalhar muito bem estas questões.

O Festival de Curitiba é projeto da Lei Rouanet em um momento que a lei é questionada. Como você encara isso?

Nós começamos antes, ainda na Lei Sarney. Quando a Lei Rouanet surgiu, em 1994, esperava-se que ela fosse um mecanismo para resolver questões econômicas da produção cultural. A lei foi sofrendo alterações e ficou mais complexa e confusa e, com o tempo, ela que nasceu para ser um mecanismo, virou o único meio de produção no país. Isto gerou distorções e malfeitos.

Os recentes cortes de patrocínio público e privado que cancelaram ou diminuíram eventos importantes afetaram o Festival de Curitiba?

Esta publicidade negativa das irregularidades de alguns produtores, aliada ao mau momento econômico, criou problemas, mas o Festival de Curitiba tem uma tradição que os patrocinadores valorizam e, mesmo em momento de crise, conseguimos manter o padrão.

Quando você criou o Festival, em 1992, imaginava estar trabalhando nele em 2017?

Não. A ideia era que fosse uma edição só. Chegar na 26ª era inimaginável.Mas nós ainda estamos na rampa de decolagem. Só vamos para cima.

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