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Os músicos João Felix e Bernardo Bravo: sintonia para compor canções | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Os músicos João Felix e Bernardo Bravo: sintonia para compor canções| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Repertório

Saiba mais sobre a trajetória e os passos da dupla Felixbravo:

Álbuns

Há vários registros das composições do duo, a começar por projetos anteriores ao Felixbravo, como Aedos (2002) e Moco (2003). A dupla começa a se afinar a partir de BBravo (2005). Em seguida, surge a trilogia: Felixbravo EP (2007), Felixbravo Euphonico (2009) e Felixbravo Camafeu (2010). É possível ouvir gratuitamente canções do duo no site www.amusicoteca.com.br.

Shows

O marco zero da dupla foi no Teatro São João, na Lapa, em 2007. No ano seguinte, uma apresentação no Sesc da Esquina também foi marcante. Em abril de 2009, eles lotaram o Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Mês passado, foram aplaudidos no Sesc da Esquina, em Curitiba.

A frase

A máxima do Felixbravo é: "Só arte salva".

O duo curitibano Felixbravo co­­loca em prática a máxima enunciada pelo apresentador de televisão Abelardo Barbosa (1917-1988), o Chacrinha: "Eu estou aqui para confundir, não para explicar". Afinal, a proposta musical de Bernardo Bravo, 26 anos, e João Felix, 25, é algo que está além de uma definição. As 12 canções do álbum Camafeu lembram, logo de cara, bossa nova, mas também flertam com sons de outros pontos do mundo. A partir das facilidades da internet, eles pesquisam música, da Islândia a Manuas. E, naturalmente, dialogam com o que absorvem.

No café do Paço da Liberdade Sesc Paraná, Bravo escutava uma canção de Chiquinha Gonzaga em seu Ipod, na última quarta-feira (3), enquanto esperava pela chegada de seu parceiro. O acaso os aproximou. Em 1999, a família de Bravo deixou o Rio de Janeiro para se fixar em Curitiba. Queriam um Brasil diferente. Ele, com 15 anos, matriculou-se no Colégio Dom Bosco e a primeira pessoa com quem falou foi o Felix. Nascia, naquele momento, uma parceria cada vez mais en­­trosada.

Em 2002, os dois músicos e Livia Lakomy, hoje à frente do projeto Livia e os Piá de Prédio, gravaram um álbum. Bravo e Felix en­­volveram-se em outros projetos mas, aos poucos, se deram conta de que eles não funcionariam em uma banda. "Em um conjunto, sempre tem ‘muito cacique para pouco índio’. Então, eu e o João optamos pelo formato do duo", conta Bravo.

No álbum BBravo, de 2005, a canção que mais repercutiu foi "Colar", parceria dos dois amigos. A partir dessa prova de audiência, eles decidiram se apresentar como Felixbravo, fusão de seus sobrenomes.

Durante a entrevista, Felix bebeu café com leite; Bravo tentava matar a sede com refrigerante.

Um deles inicia a frase, e gesticula, de repente, o outro interrompe e continua a explicar que eles, se têm uma referência, é a dupla formada por Tom Jobim e Vinicius de Moraes. "Porque o Vinicius escrevia as letras, mas também entendia de melodia. O Tom, por sua vez, era o músico, mas sabia construir versos. Funcionamos mais ou menos dessa maneira", diz Bravo, que usa chapéu, escreve as letras e canta. Felix cultiva um bigode e é quem empunha um violão e elabora os acordes e muitos arranjos.

Soma de forças

Quando o duo entrar em cena amanhã (8), a partir das 20 horas, na Fnac, para exibir as canções melódicas, com letras de vários sentidos e arranjos refinados, não haverá poucas pessoas na plateia. Afinal, eles agregam e atraem diversos artistas para as suas ações, como o projeto A Casinha. Bravo e Felix alugaram uma casa, no Ahú, sede da produtora do duo, onde a cada dois meses acontecem shows e performances, com a presença de artistas visuais, poetas e músicos.

A iniciativa ganhou espaço durante a Virada: ontem, a du­­pla mais Janaína Fellini, Molungo, Real Coletivo Dub e outros artistas entraram em cena, nas imediações do Palácio das Araucárias, por meio do show Ação Fora da Casinha, desdobramento dos encontros que acontecem no espaço privado que eles mantêm.

Se em algum momento, so­­bretudo na década de 1980, fazer arte em Curitiba era sinônimo de muita dificuldade, hoje a situação é outra. "Autofagia é uma palavra fora do dicionário de quem respira o ar em 2010. Somamos força com diversos artistas. Há um movimento coletivo hoje que torna a atuação artística em Curitiba algo muito interessante. Até o poder público está bancando e fomentando arte na capital paranaense", afirma Felix.

Bravo concorda com a fala do parceiro, e cita que, para ele, Curi­­tiba tem hoje a cena cultural mais efervescente do país. "É só conferir a quantidade e a qualidade de músicos, compositores, atores, diretores de teatro e escritores. Não vem ao caso comparar, mas Curitiba, artisticamente falando, é imbatível", diz o empolgado Bravo.

Amor é uma palavra que aparece em todas as canções do duo, que também faz alusões a esse "ar" curitibano recente, que torna reais mais parcerias e desmente todas as teses se­­gundo as quais o público local não consumiria expressões curitibanas.

Serviço:

Felixbravo. Pocket show. Fnac (R. Pedro Viriato Parigot de Souza, 600), (41) 2141-2003. Dia 8, às 20h. Entrada franca.

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