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EDIMBURGO - Naquela que promete ser a edição mais política em décadas do festival Fringe de Edimburgo, o maior e mais anárquico festival de artes do mundo deve encarar de frente o tema do terrorismo, exacerbado pelos atentados em Londres.

Durante as próximas três semanas, o Fringe vai abrigar 27 mil apresentações e performances na cidade escocesa.

- Todo o mundo quer falar da guerra ao terror - disse o diretor do evento, Paul Gudgin. - Este será o Fringe mais politizado desde os anos 1970 - acrescentou.

O festival está começando poucas semanas após os ataques contra o sistema de transporte público de Londres, nos quais morreram quatro homens-bomba e outras 52 pessoas, e alguns dias após a ameaça mais recente lançada pela rede Al-Qaeda sobre outros ataques ainda por vir.

Os artistas e comediantes estarão ansiosos por inovar, como em peças sobre maus-tratos a prisioneiros na prisão iraquiana de Abu Ghraib, escândalo amplamente divulgado pela mídia, e "Terrorist! The Musical", uma ópera sobre um candidato a homem-bomba.

- Um jornalista me perguntou se espetáculos deveriam ser cancelados por conter referências ao terrorismo. De maneira alguma. É totalmente correto que os assuntos tratados nos jornais e na televisão sejam cobertos também nas artes - disse Gudgin, acrescentando que neste ano "os nervos estão à flor da pele".

Entretanto, agora que a Grã-Bretanha está na linha de frente da guerra ao terrorismo e que virou alvo de atentados em seu próprio território, os artistas não poderão abrir mão de discernimento, disse o diretor:

- Eles terão que repensar seus roteiros e fazer suas próprias decisões e avaliações, como fazem os editores de jornais e os produtores de televisão.

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