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Cantor nasceu em Brasília e começou carreira em Curitiba. | Divulgação
Cantor nasceu em Brasília e começou carreira em Curitiba.| Foto: Divulgação

Dedinho de prosa: se era relevante e levado a sério nos anos 1980 e 1990, o pop rock feito no Brasil atualmente perdeu apelo popular (o que é quase um paradoxo) e deixou de ter atenção massiva da crítica, mais preocupada em entender e atender os nichos diversos que começaram a tangenciar a indústria da música a partir da consolidação da internet e suas possibilidades infinitas de produção e divulgação. Some-se a isso a ascensão de outros gêneros, como o sertanejo universitário e toda sua máquina autossustentável, e começamos a entender por que o termo, hoje, carrega um fardo de desconfiança e faz torcer o nariz.

Tiago Iorc, que se apresenta no Guairão no próximo domingo (23) é o legítimo sujeito pop, daqueles de estampar capa de revista: é galã, tem música na novela e namora uma atriz global (Isabelle Drummond). Mas aqui falamos de música: as 11 faixas de “Troco Likes” (Som Livre), seu quarto e recém-lançado disco, nos lembram que o pop bem construído – sem soar infantilóide, descartável, apelativo ou “alternativo” demais – anda em falta. E por isso é bem-vindo.

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“Pop é tudo aquilo que possa ser apreciado pelas pessoas, algo que faça sentido para muita gente. Acho isso, em resumo, bem bonito”, diz o músico de 29 anos. Tiago Iorc nasceu em Brasília, foi ainda bebê para os Estados Unidos, morou na Inglaterra e em Passo Fundo (RS) até se mudar para Curitiba para fazer faculdade de música e comunicação social. Sempre com o violão a tiracolo (aprendeu a tocar com uma vizinha professora de música), fazia shows no Mundo Birre, Era Só o Que Faltava e Yankee.

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Com seu primeiro disco (“Let Yourself In”, 2008), ganhou notoriedade internacional (foi lançado no Japão e na Coreia do Sul) – antes, em 2007, ele emplacou música na novela “Malhação”. Em 2011, saiu-se com “Umbilical”, também em inglês; e dava sinais de mudanças no interessante “Zeski” (2013), em que trocou figurinhas com SILVA e Jesse Harris – guitarrista de Norah Jones. “Troco Likes”, totalmente em português, dialoga com o que é contemporâneo (outro ingrediente do pop). “O nome nasceu como uma brincadeira para tirar sarro dessa necessidade doentia de ser quisto e visto na internet. As músicas também me direcionaram para falar dessa carência de ter importância para o outro”, explica Iorc, que já sente “certo cansaço do excesso de exposição na rede”, consequência da popularidade.

Parcerias

“Troco Likes” teve como inspiração o álbum “Morning Phase”, de Beck, vencedor do Grammy de Melhor Disco do Ano em 2014. “A sonoplastia, o processo de gravação, é nesse sentido”, diz o músico, cujas versões que fez de “Scared”, “My Girl” e “Gave Me a Name” entraram para a trilha sonora das novelas “Duas Caras”, “Viver a Vida” e “A Vida da Gente”. No novo álbum, há parcerias com Humberto Gessinger (“Alexandria”) e Leo Fressato (“Coisa Linda”). O disco mal foi lançado e, nos shows (lotados), todos já garganteiam as letras. Tiago Iorc não poupa ninguém.

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