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Diferentes histórias estão em Relatos Selvagens, que explora com humor e melodrama o rompante de pessoas em seu “dia de fúria.” | Divulgação
Diferentes histórias estão em Relatos Selvagens, que explora com humor e melodrama o rompante de pessoas em seu “dia de fúria.”| Foto: Divulgação

Cinema

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Seis histórias, um mesmo mote: a raiva cotidiana, que pode nos levar a cometer atitudes impensadas. É aquela briga de trânsito, que parece "boba", e acaba em tragédia. O tema da comédia Relatos Selvagens, uma das estreias da semana nos cinemas, não podia ser mais atual para ilustrar o momento de ânimos exaltados e pouca tolerância pelo qual passamos.

Coprodução de Argentina e Espanha, o longa-metragem, que abriu a última Mostra Internacional de Cinema de São Paulo foi produzido pela El Deseo, empreendimento de ninguém menos que Pedro Almodóvar. Aliás, todo o filme tem um "quê" do cineasta espanhol.

Além da produção de peso, o longa, único latino-americano a concorrer à Palma de Ouro no Festival de Cannes, é um candidato de peso para o Oscar 2015 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Se depender do sucesso na Argentina, ele provavelmente pode sagrar-se o vencedor: já fez 3 milhões de espectadores no país.

Logo no primeiro caso, já é possível ter uma ideia do que virá em Relatos Selvagens: em um avião, os passageiros se organizam tranquilamente para uma viagem. Ao longo do voo, as conversas surgem e envolvem o nome de Gabriel Pasternak. O que – como diz uma das personagens – parece ser uma "conexão cósmica", se revela um plano ousado de vingança.

As situações – seis no total – transitam no "dia de fúria" de várias pessoas: a explosão de uma noiva (Erica Rivas), que descobre um fato nada agradável sobre o marido no meio de sua chique, e até então previsível, festa de casamento; de uma batalha de classes que ocorre em plena estrada, entre um ricaço com carro novo e um trabalhador com seu automóvel nada conservado; de uma família que quer esconder um erro grave do filho, e, para isso, recorre a um esquema entre advogados e o caseiro, que escancara a corrupção; e de uma garçonete com sede de vingança por um agiota que destruiu sua família.

Representante

Há quem ache ele "arroz de festa", mas o ator Ricardo Darín, praticamente um embaixador do cinema argentino, é quem protagoniza a melhor e mais divertida história do longa-metragem. Engenheiro competente, ele não aguenta mais brigar com o sistema de multas de Buenos Aires: sem motivo, vários carros são guinchados quando estacionados na rua, mesmo sem nenhuma sinalização ou aviso. O problema com o serviço – que parece mais uma máquina de fazer dinheiro fácil – faz ele perder parte de um compromisso com a família, e deflagra uma verdadeira onda de raiva.

O roteiro inteligente, ótimas histórias recheadas de humor negro e ironia, além das belas paisagens argentinas – sejam as naturais ou urbanas, fazem de Relatos Selvagens um filme imperdível. GGGG

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