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 | André Coelho/Divulgação
| Foto: André Coelho/Divulgação

Teatro

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O contato olho no olho do público com o ator no palco do Miniauditório do Guaíra se amplifica quando a montagem é um monólogo, muito intenso e muito próximo. Moa Leal, com direção de Gabriel Gorosito, se vale do espaço reduzido em eu não sou cachorro! para quebrar a usual distância entre artista e espectador: o ator se senta por vezes na beira do palco e encara quem lhe assiste (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo).

A peça fica em cartaz toda terça e quarta-feira, até 4 de dezembro. Na sessão do último dia 13, a presença de turistas nordestinos, que fechavam o dia de passeio no teatro, depois do zoológico e do cinema, ampliou a plateia. Mas, de maneira geral, muita gente ainda precisa ver esse espetáculo.

Há que se dar o devido crédito ao texto, que representa, afinal de contas, boa parte do sucesso de qualquer montagem solo. Uma crônica de Fernando Bonassi, objeto de uma leitura dramática feita como contrapartida de outro espetáculo, foi o ponto de partida da montagem.

O texto impactante vai e vem na brincadeira séria que compara humanos e cachorros, resvala em ricas contradições, exalta o conforto de muitos animais diante da mendicância humana, e apela para a essência animalesca das bestas em sua luta pela sobrevivência.

A apropriação que o ator faz do texto traz aquela boa sensação de se estar diante de um trabalho profissional – Moa encarna a voz da crônica e se faz um com ela.

A montagem também agrada pelo apuro visual do figurino e elementos cênicos módicos mas precisos. Outro destaque é a coreografia de movimentos pelo palco, fator extremamente bem-vindo num monólogo. As mudanças bruscas de clima que pontuam as palavras são acompanhadas pela trilha sonora roqueira que, começando por Metallica, contribui para o clima de seriedade e peso do texto.

Alguns trechos até poderiam extrair risadas da plateia, mas a própria opção de montagem e o público "seleto" do Mini, para não dizer reduzido, inibem maiores manifestações.

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