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O casal Giulia (Carol Damião) e Fabrizio (Daniel Siwek) são personagens ficcionais da minissérie que vai ao ar em abril na Revista RPC | Divulgação
O casal Giulia (Carol Damião) e Fabrizio (Daniel Siwek) são personagens ficcionais da minissérie que vai ao ar em abril na Revista RPC| Foto: Divulgação
  • Roberto Innocente e Guto Pasko: colaboração no set

Cerca de 700 pessoas lotaram, na noite de 25 de fevereiro, o Cine-teatro do município de Palmeira, na região paranaense dos Campos Gerais, para assistir a uma história bastante especial. Com duração total de 50 minutos, foram exibidos ao público os quatro episódios da minissérie Colônia Cecília, dirigida pelo cineasta Guto Pasko, que irá ao ar em abril dentro do programa Revista RPC.

VÍDEO: Assista ao making of da minissérie Colônia Cecília

Realizada em regime de coprodução entre a GP7 Cinema, empresa de Pasko, e a RPC TV, Colônia Cecília não tem a ambição de reconstituir toda a trajetória dos imigrantes, em grande parte de origem italiana, que vivenciaram uma experiência anarquista única entre os anos de 1890 e 1894 na região de Palmeira.

Gravada em outubro do ano passado, mas resultado de um processo criativo que se estendeu ao longo de oito meses, a minissérie mistura fato e ficção. Ao mesmo tempo em que estão em cena personagens verídicos, como o fundador e idealizador da colônia, o agrônomo e veterinário anarquista Giovanni Rossi (Val Sales), ou o médico Franco Grillo (o diretor e ator italiano Pietro Barana), que teve papel fundamental em sua criação, os protagonistas são personagens inventados por Mário Lopes, coautor do roteiro, arrematado por Pasko.

A trama de Colônia Cecília conta a jornada do casal italiano Fabrizio (Daniel Siwek) e Giulia (Carol Damião), que chega ao Paraná, em 1892, a convite de um tio, Casimiro (Roberto Innocente), sem saber ao certo o que iria encontrar. Pasko conta que o público descobrirá, através dos olhos desses personagens, muito do que foi vivido pelas cerca de 250, 300 pessoas que fizeram parte da comunidade ao longo daqueles quatro anos no fim do século 19.

Autenticidade

Para efeito de verossimilhança e também de olho no mercado externo, Pasko fez questão de que, entre os 60 integrantes do elenco, os 20 principais dominassem o idioma italiano. Até porque, todas as cenas das quais eles participaram foram gravadas tanto em português quanto no idioma nativo dos personagens. "Como são recém-chegados, Fabrizio e Giulia, se falam apenas na própria língua quando estão sós. Tivemos de brigar por isso com a RPC, mas conseguimos e seus diálogos serão legendados."

O curioso é que, entre esse elenco principal, apenas um dos atores, justamente Daniel Siwek, era o único que não dominava o italiano. Apesar de ter ido muito bem nos testes, foi descartado em princípio. "Mas ele reapareceu, depois de passar dez dias treinando suas falas com uma professora, e nos pediu uma nova chance. Seu empenho e es­­forço nos surpreendeu", conta Pasko.

Nessa missão de dar a maior autenticidade possível a Colônia Cecília, o diretor e ator italiano Roberto Innocente, que vive o tio de Fabrizio, teve papel fundamental. Como seu personagem, que é uma espécie de guia para os sobrinhos e, consequentemente, para os espectadores so­­­bre o que era a comunidade, Innocente também participou ativamente do processo de preparação do elenco, ocupando-se de detalhes linguísticos, usos e costumes, no intuito de emprestar verdade à produção, cujo orçamento estimado foi de R$ 300 mil – segundo Pasko, a RPC entrou com R$ 85 mil e o restante foi levantado graças ao apoio irrestrito da prefeitura de Palmeira e a investimentos de sua produtora.

Com 11 episódios do quadro "Casos e Causos" da Revista RPC no currículo, Pasko conta que Colônia Cecília lhe deu a chance de se aprofundar em uma temática que o apaixona: a imigração no Paraná, já trabalhada em dois documentários de sua autoria, Made in Ucrânia – Os Ucranianos no Paraná e Iván – De Volta para o Passado.

Apesar de a experiência anarquista ser objeto de vários livros e estudos, como dissertações de mestrado e teses de doutorado, e até obras de ficção, há muita controvérsia sobre os fatos que a cercam. "Muito se fala da questão do amor livre [a troca de ca­­sais seria prática comum entre os anarquistas], mas eu não quis dar tanta ênfase a esse aspecto, que de fato existiu, mas não foi o único. Preferi enaltecer a importância política e social desse capítulo da nossa história."

Caderno G | 5:34

Acompanhe o processo de produção da minissérie que vai ao ar em abril na Revista RPC

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