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O escritor peruano Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura de 2010, disse na última semana que o prêmio revolucionou sua vida e alterou a sua tranquila rotina. "Estou muito contente de ter recebido o prêmio, mas sinto um desequilíbrio com o qual não me sinto confortável. Não é o estilo de vida que eu goste de ter", disse ele numa concorrida entrevista coletiva em Madri, a propósito do lançamento de seu novo romance, El Sueño del Celta, no mercado hispânico.

O livro se baseia na história real de Robert Casement, um diplomata britânico do século 19 que foi um dos primeiros europeus a denunciar os abusos da colonização no Congo e na Amazônia. O protagonista é uma espécie de herói visionário e de lutador social, e seus relatos sobre a barbárie e sobre os "civilizados" colonizadores da África e América ajudaram nas campanhas de conscientização anticolonialistas no continente europeu.

"A Europa da civilidade, da liberdade, das boas maneiras se transformou ali [no Congo e na Amazônia] em um mundo sem lei, guiado pela cobiça, num contexto de absoluta impunidade, e (os europeus) se converteram em monstros", disse o romancista, nascido em 1936 na cidade de Arequipa. O romance, que chega ao mercado hispânico com tiragem inicial de 500 mil exemplares, atraiu o escritor por causa do seu polêmico personagem, um homem que terminou a vida sendo desprezado por muitos compatriotas, após ser alvo de rumores sobre aventuras sexuais escabrosas.

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