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Ziraldo durante entrevista em agosto de 2015; despedida seria gravada na tarde desta sexta-feira (16). | /Ramon Vasconcelos/Rede Globo
Ziraldo durante entrevista em agosto de 2015; despedida seria gravada na tarde desta sexta-feira (16).| Foto: /Ramon Vasconcelos/Rede Globo

Foram 5.600 programas e 14.500 entrevistas nos últimos 28 anos em que Jô Soares esteve no ar. E é o recordista de participações (23 vezes), o cartunista, escritor, jornalista e humorista Ziraldo, o último convidado do “Programa do Jô”, que vai ao ar nesta sexta-feira, a partir da 0h30m. A conversa entre os dois, amigos há mais de 60 anos, será na tarde desta sexta-feira (16).

‘Programa do Jô’ se despede da grade da Globo nesta sexta-feira (16)

Foram 7.742 entrevistas feitas apenas na emissora, onde hospedou seu programa por 16 anos

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Jô já fez tantas entrevistas na vida, eu ser o último é uma honra, fiquei arrepiado quando recebi o convite da produtora dele, a Anne Porlan. Não temos nada combinado, não sabemos o que vai acontecer, mas com certeza vamos chorar. Ele é muito emotivo e vem chorando bastante nos últimos programas,comenta Ziraldo. “Toda despedida é traumatizante, inclusive o Jô está fazendo uma coisa quase masoquista. Mas estamos aí, produzindo. Somos a primeira geração que chega aos 80 anos atuando.”

A entrevista coloca o ponto final numa despedida anunciada pelo próprio apresentador no início do ano, em 22 de fevereiro. Segundo Jô, a intenção era evitar o desgaste do formato talk show, consagrado por ele e popularizado no país com representantes como Pedro Bial, Danilo Gentili e Fábio Porchat.

A última temporada do “Programa do Jô” estreou no dia 28 de março. A primeira convidada foi Marina Silva, porta-voz nacional da Rede Sustentabilidade. Jô recebeu ainda personalidades como Fausto Silva, Cauã Reymond, Roberto Carlos, Mauricio de Sousa, Marisa Monte, Galvão Bueno, Regina Duarte, Rodrigo Santoro, Marcelo Adnet e Hortência.

Aos 78 anos - ele completa 79 em janeiro -, Jô não quer saber de aposentadoria. O humorista, que não quis dar entrevista nesta semana, já afirmou que vem se debruçando sobre projetos teatrais e literários. Sua peça mais recente, “Histeria”, do inglês Terry Johnson, estreou em maio em São Paulo, com Pedro Paulo Rangel, Cássio Scapin, Érica Montanheiro e Milton Levy. O livro, uma sátira política, ainda está em andamento, sendo modificado no rastro dos últimos acontecimentos do país.

Carreira televisiva começou na década de 1950

O fim do “Programa do Jô” encerra uma trajetória televisiva que começou ainda na década de 1950, quando era ator de teatro e escrevia para o programa “TV Mistério”, da TV Continental, dirigido por Adolfo Celli, com Paulo Autran e Tônia Carrero. Depois, foi para a TV Rio, onde participou do “Noites cariocas”. O próximo destino seria a Tupi. “Eu consegui trabalhar ao mesmo tempo nas três emissoras que existiam no Rio”, disse ele, em depoimento ao site Memória Globo.

Começou a trabalhar na TV Record em 1960, escrevendo e atuando. Interpretou o mordomo da “Família Trapo”, que também roteirizava, ao lado de Carlos Alberto de Nóbrega. A estreia na Globo foi em 1970, no “Faça humor, não faça guerra”, que ficou no ar até 1973. Também participou do “Planeta dos homens”, de 1976 a 1982.

A habilidade para escrever e interpretar diversos personagens ficou evidente no “Viva o gordo”, exibido na Globo de 1981 a 1987, escrito por Max Nunes, Hilton Marques, Afonso Brandão e José Mauro. Depois dele, deixou o canal e assinou contrato com o SBT, onde estrelou o “Veja o gordo” e o “Jô Soares onze e meia”, seu primeiro talk show, encerrado em 1999 - em 2000, ele voltaria à Globo para estrear o programa que se encerra hoje.

“Não foi uma mudança radical, mas uma continuação do meu trabalho de humor e também de jornalismo”, disse o humorista sobre o início de sua carreira como entrevistador, que contabilizou convidados como o ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev, o fundador da Microsoft, Bill Gates, e os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff.

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