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Foto: Marcos Corrêa/PR
Foto: Marcos Corrêa/PR| Foto:

Esta quinta-feira (21) foi um dia muito ruim para os políticos, e um dia muito bom para o futuro do país. Preso um ex-presidente 80 dias depois de ter deixado a pompa e a circunstância da presidência da República, do Palácio do Planalto. Ele está agora em uma sala da Polícia Federal, no Rio de Janeiro. Tal como outro presidente que está em uma sala especial nas dependências da Polícia Federal de Curitiba, cumprindo pena e condenado duas vezes.

Temer ainda não foi condenado. Está cumprindo prisão preventiva porque o juiz Marcelo Bretas, da Justiça Federal do Rio de Janeiro, acredita que ele poderia destruir provas. Foi preso também o ex-ministro e ex-governador do Rio de Janeiro Wellington Moreira Franco. Aliás, o Rio de Janeiro está com todos os ex-governadores presos: Sergio Cabral, Pezão, Anthony Garotinho…

Tudo isso é muito significativo também no exterior, onde já devem ter feito esta ligação: dois ex-presidentes da República são presos no Brasil, e a justiça pode começar a ser levada a sério graças a essas novas gerações de juízes, de integrantes do Ministério Público e de delegados da Polícia Federal – embora haja tropeções do Supremo e do MP. São novas gerações que estão cansadas, como nós todos, da corrupção que foi institucionalizada no país nas últimas décadas.

Nesse pedido de prisão de Michel Temer, por exemplo, o Ministério Público diz que nas últimas décadas ele comandou um grande esquema de corrupção que teria negociado R$ 1,8 bilhão. É muito dinheiro!

O presidente Bolsonaro, que está no Chile, fez uma declaração dizendo que essa é a consequência de quem faz acordos para a governabilidade, e que ele não vai cair nessa. Se a gente olhar para outros ex-presidentes, o Collor está respondendo processo na Lava Jato, um está cumprindo pena e outro em prisão preventiva. Sobram Sarney, Fernando Henrique e Dilma. Ela também deve estar preocupada porque foi no partido dela em que houve o germe desta institucionalização da corrupção.

Mas os três grandes partidos estão envolvidos. O PSDB tem como réus: Aécio Neves, ex-senador e agora deputado; o ex-governador de Minas Eduardo Azeredo que está preso e cumprindo pena; o Paulo Preto, operador do partido em São Paulo; e o ex-governador do Paraná Beto Richa. O MDB tem presos: Eduardo Cunha, que foi presidente da Câmara, e agora o Temer. O PT teve todos os tesoureiros, o Lula e outros dirigentes do partido presos.

Esforços válidos

Esse é o Brasil de hoje e que nos encoraja para o futuro. Embora estejamos tristes com o passado – inclusive o passado recente, de tanta corrupção -, estamos agora esperançosos com os resultados desse esforço da polícia, do Ministério Público e da justiça para ver se a gente zera a corrupção nesse país. Vale a tentativa.

Vale também o esforço do ministro Sérgio Moro ao enviar o pacote anticrime para o Congresso Nacional para evitar aquelas coisas que sempre aconteceram: o sujeito que tinha dinheiro contratava bons advogados e não ia preso nunca porque ia protelando, pedia recurso, o tempo ia passando e o processo prescrevia. Agora não. O Eike Batista, o Marcelo Odebrecht e outros grandes empresários cheios de dinheiro foram condenados. Há esperança!

Ironia do destino

Por último, um registro de ironia: João de Deus que supostamente curava pessoas em Abadiânia precisou recorrer à Justiça para sair da prisão e se curar em um hospital.

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