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Cada tipo de objetivo demanda um tipo de investimento; (Foto: Pixabay).
Cada tipo de objetivo demanda um tipo de investimento; (Foto: Pixabay).| Foto:

Atire a primeira pedra quem nunca terminou o mês com aquela satisfação de ter poupado. Mais do que isso, de se sentir o máximo por não deixar o dinheiro parado na conta corrente, mas, sim, aplicado na poupança, ainda um sinônimo de bom investimento para parte considerável da população.

Tem também quem se considere especial por se sentir preparado para o futuro com o dinheiro 100% investido em produtos bancários clássicos, como CDBs, LCIs e fundos DI.

Mais na “moda”, tem ainda uma porção de gente que vibra ao investir no Tesouro Direto. Mesmo sem conseguir explicar em quais títulos o dinheiro está efetivamente aplicado, muito menos compreender que ter aplicado no Tesouro Selic compreende riscos muito diferentes do que destinar recursos ao Tesouro IPCA+.

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Que o brasileiro pouco investe, todo mundo sabe. Falta dinheiro, é claro, além de conhecimento, ajuda, boa vontade, disposição, interesse e por aí vai. A vida não anda fácil e a muitos é impossível poupar qualquer extra que seja ao fim do mês. Eu sei disso.

Mas hoje não me refiro a essa parcela carente ao escrever. E se você está lendo esse artigo, provavelmente sabe (ou deveria saber) o quão privilegiado é.

Vim aqui para tentar abrir um pouco sua cabeça quando se trata de objetivos de investimentos.

Porque ainda que tenhamos uma sensação de satisfação ao poupar, é preciso investir no lugar certo para chegar ao destino sonhado.

Não se trata de ganhar sempre, porém de buscar as aplicações indicadas para os seus interesses, seja a compra de um carro, de uma casa, a construção de um patrimônio para os filhos ou tantos outros planos.

Podemos dividir os objetivos ao menos em três “caixinhas”: a do dinheiro de curto prazo, do pinga-pinga e da aposentadoria.

Dinheiro para ontem

Como a própria expressão já indica, esse dinheiro deve dar conta de emergências, de despesas do dia a dia. De uma demissão, de um gasto hospitalar ou qualquer imprevisto que mexa com sua vida.

Todo mundo precisa ter alguma liquidez que dê conta de emergências. Para esses casos, é fundamental escolher entre três opções: Tesouro Selic, fundo DI (com uma taxa baixa, menor do que os 0,3% de custo mínimo do Tesouro Direto) ou um CDB de um banco, de baixo risco que pague ao menos 100% do CDI e possa ser sacado a qualquer momento. Essas são as três alternativas para você investir seu dinheiro de emergência.

Além delas, para gastos de curto prazo não emergenciais, é possível ainda compor sua carteira com um pouco de CDB, LCI ou LCA, tipos de investimento seguros, com retorno em grande parte previsível e cujo prazo de vencimento não costuma superar três anos.

Pinga-Pinga

Aqui a ideia é ter um dinheiro caindo na conta recorrentemente, seja todo mês, trimestre, semestre ou ano. Falo de uma espécie de complemento de seu salário, que pode lhe permitir arcar com as despesas correntes com mais folga ou até mesmo possibilitar alguns luxos.

Existem pelo menos cinco opções que atendem a esse tipo de necessidade.

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Duas delas embutem risco, mas têm como vantagem a isenção de Imposto de Renda sobre os lucros. Estou falando de ações pagadoras de bons dividendos e de fundos imobiliários negociados em Bolsa. As empresas e os fundos são obrigados a dividir com os investidores uma parte dos lucros obtidos, o que pode lhe proporcionar uma renda periódica.

Há ainda alternativas mais conservadoras, disponíveis a partir de pouco mais de R$ 30,00, logo ali, no Tesouro Direto. O Tesouro IPCA+ e o Tesouro Prefixado com juros semestrais são papéis cujo retorno é antecipado a cada seis meses, o que também garante previsibilidade ao investidor.

E não podemos nos esquecer da previdência. Quem já encerrou o período de contribuição ao seu plano pode hoje colher os frutos de uma aposentadoria por meio do recebimento de uma renda, cujas condições variam conforme o plano selecionado.

O futuro a você pertence

E quando o assunto for o loooongo prazo, como a formação de uma poupança a ser usada na fase do envelhecimento, um patrimônio a ser deixado para a família ou mesmo para a compra de algo caro, como um imóvel?

Nesse caso, se você tiver uma parte em Bolsa, ótimo! Deixando-se um pouco de lado os dividendos, investir em ações com o objetivo de lucrar posteriormente na venda exige paciência para aguentar as turbulências no caminho.

Bons fundos de ações e multimercados também podem ser excelentes opções para o longo prazo, com o diferencial de se delegar a um gestor a tarefa de administrar as compras e vendas de ativos e, é claro, pagando-se uma taxa pelo serviço.

E para os mais conservadores, que não topam arriscar em nenhum caso, há novamente excelentes opções no Tesouro Direto. Dessa vez, esqueça os títulos públicos que pagam juros semestrais. Seu foco deve estar nos papéis que entregam o retorno de uma só vez, lá no vencimento.

Com taxas próximas de 5% ao ano, mais a inflação, os títulos do tipo Tesouro IPCA+ com vencimentos em 2035 e 2045 são uma alternativa bem interessante para quem pretende investir um dinheiro para resgatar só em 17 ou em 27 anos.

Para se ter uma ideia, R$ 100 mil investidos hoje no papel resultariam em um valor líquido da ordem de R$ 430 mil em 2035, com uma inflação anual estimada em 5%. Seu patrimônio seria multiplicado por mais de quatro vezes em 18 anos, com o menor risco do mercado. Que tal?

Por fim, claro que não dá para esquecer de mencionar um plano de previdência para o longo prazo, aproveitando-se de uma alíquota de Imposto de Renda que pode chegar a apenas 10%, das vantagens sucessórias em caso de morte do titular e de uma alocação diversificada em renda fixa e variável.

Pronto! Ao distribuir seus investimentos entre ativos que atendam diferentes objetivos, sua chance de aumentar seu patrimônio consistentemente e, principalmente, de realizar seus sonhos será muito maior.

E você, está investindo da maneira certa?

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