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A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, durante cerimônia de diplomação de Bolsonaro, e do vice, general Hamilton Mourão, no TSE.Valter Campanato/Ag. Brasil
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, durante cerimônia de diplomação de Bolsonaro, e do vice, general Hamilton Mourão, no TSE.Valter Campanato/Ag. Brasil| Foto:

A ministra Rosa Weber aproveitou a cerimônia de diplomação do presidente eleito Jair Bolsonaro para discursar em defesa dos direitos humanos. Ela está lá precisamente para isso: discursar.

Você já conhece o cálculo esperto dessa elite companheira que tomou o Estado brasileiro neste século: “eles” (os outros) são o cão chupando manga e “nós” somos os anjos providenciais que vão salvar vocês deles. Ah, sim: e somos as almas mais honestas do Sistema Solar.

Com a sutileza de um Lula (a alma aprisionada que lhe deu a toga), a presidente do TSE imaginou o xeque-mate: ao lado do Bolsonaro, vou defender as minorias e correr pro abraço. É a nossa já famosa resistência de auditório contra o fascismo imaginário.

O único problema desse valoroso número circense é que o fascismo, tão importante para o fetiche progressista, ainda não deu as caras. E está demorando. Rosa Weber foi, portanto, a justiceira em defesa dos gays, das mulheres, dos negros, dos pobres e dos desvalidos ameaçados por um massacre que está na cabeça dela – e dos demais vendedores de bondade a 1,99 que estão há década e meia destruindo o Brasil sem perder a ternura.

O Brasil não perguntou, porque é um rapaz tímido, mas alguém precisa perguntar: prezada guardiã das minorias, por acaso sua excelência notou a devastação dos direitos humanos no seu país, especialmente dos mais pobres, perpetrada por um populismo corrupto que empobreceu e humilhou o povo fingindo defendê-lo?

O Brasil teria ficado pleno de gratidão, companheira Rosa Weber, se pudesse ter ouvido um belo discurso seu em defesa das minorias despossuídas enquanto o PT as assaltava e as empurrava para o flagelo da maior recessão da história.

Será que a companheira não notou as ações políticas hediondas que levaram a esse desastre humanitário?

Deve ter notado sim. Primeiro, porque esse crime contra a dignidade do povo brasileiro foi resultado de muitos anos – repetindo: muitos anos (não semanas, nem meses) – de ataque sistemático e escancarado aos princípios republicanos que protegem a pessoa humana (essa que apareceu toda linda no seu discurso, companheira). E o pior: ataque por parte daqueles que, como você, se apresentavam justamente como os defensores dos fracos.

Não é terrível?

E vejam que coisa impressionante: enquanto as instituições e as pessoas no Brasil eram barbarizadas por esse regime cínico que roubou até de aposentados endividados, a companheira Rosa Weber, defensora dos direitos humanos, dava expediente na corte que protegeu o quanto pôde esse mesmo regime – inclusive tentando sabotar o processo de impeachment que interrompeu o massacre.

Mas a justiceira do TSE não está só. Lá da Europa, enquanto pulavam fogueira no seu quintal conflagrado, Emmanuel Macron e Angela Merkel, respectivamente presidente da França e chanceler da Alemanha, diziam que o governo eleito no Brasil é uma ameaça aos acordos comerciais com a União Europeia. Todos muito bem (ou mal) ensaiados, fingindo que o Brasil está mergulhando num nacionalismo xenófobo – e sabe o que eles querem com isso?

Nós sabemos: os simpáticos e falimentares próceres europeus querem apenas catar um pouquinho mais de lixo demagógico, só mais uma xepa ideológica que lhes permita uma respirada entre as labaredas, quem sabe um afago da imprensa politicamente correta em meio ao caos.

É de cortar o coração tanta miséria chique. Veja, ao vivo, o desespero político de quem é refém das suas próprias miragens, de quem se meteu a vender a ilusão de que todos os desterrados do planeta podem viver em Paris – sendo tudo uma questão de ter ou não ter coração.

E tome pacto hipócrita de migrações, com aquela mãozinha providencial da ONU para no final das contas poder dizer que Trump é malvado por não sancionar o contrabando de gente – não abençoar a imigração ilegal. Não é lindo?

Fica a sugestão: todos vocês preocupadíssimos com o direito da pessoa humana e o futuro do Brasil, incluindo as supremas vestais de toga, levantem-se daí imediatamente e corram para a fronteira com a Venezuela. Lá tem um monte de gente precisando de ajuda. São vítimas desses populismos corruptos que vocês fermentaram com seu salvacionismo de prancheta, muito atento ao fascismo imaginário e inteiramente cego a Lulas e Maduros.

A conta chegou. E é de vocês.

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