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Foto: Elza Fiuza /Agência Brasil
Foto: Elza Fiuza /Agência Brasil| Foto:

Faz o seguinte, Brasil (agora que ninguém tá ouvindo, morre aqui): leva pro segundo turno esse candidato que entra e sai da cadeia pra receber ordem do chefe. Não tem problema nenhum esse lance de voto sadomasô – algema, corrente, cadeado… Dá até uma apimentada na democracia, que tá um tédio. Minha dúvida é só como é que você vai explicar isso em casa.

Mas talvez nem te perguntem nada. Chega da zona (eleitoral) dizendo que foi jogar um carteado na cadeia, ou que foi tomar um banho de sol com os amigos de fé – e no caminho expropriou a carteira de uns contribuintes pra trazer comida pra casa.

Cadê a comida? Sei lá, diz que te roubaram também. Tá normalizado roubar, senão ninguém tava nem cogitando votar em candidato de ladrão condenado, certo? Por aí não te pegam.

Da sua dignidade ninguém vai duvidar – muito menos vai passar pela cabeça de alguém que você possa ter ido votar no Haddad. Cadê as provas?

Mesmo assim, Brasil, se o pessoal em casa desconfiar de você, fala grosso, tipo Ciro Gomes. Diz que você é sujeito homem e não admite dúvidas sobre a sua conduta. Grita com aquela voz gutural do Lula (um amigo seu) que você jamais votaria em alguém que te arrancou as calças se fingindo de coitado.

Diz que você jamais daria o seu voto ao candidato do partido que enriqueceu desviando o seu dinheiro pra gato gordo de empreiteira.

Encerra o assunto repetindo pela enésima vez que você tem vergonha na cara e jamais devolveria seu destino a esses pilantras que esfolaram o povo fingindo defendê-lo. A não ser que eles sejam amigos do Chico Buarque.

(você tem um nome a lazer e um verniz a zelar)

Tá vendo? Você vai escapar sem nem um arranhão. Mas também se arranhar um pouco não tem problema. Ou mesmo se esfolar e causar uns hematomas. Tudo certo, você gosta. Eles enfiaram teu dinheiro na Venezuela, financiaram a ditadura companheira de Chávez e Maduro, e mesmo vendo o sangue derramado e o povo fugindo do facínora bancado pelo PT, você vota no PT “contra o perigo da ditadura”…

Continua que essa chicotada democrática tá uma delícia. O fetiche é teu e ninguém tem nada com isso.

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Pra apimentar ainda mais a sua orgia eleitoral, o Haddad é um gato (ligação clandestina no poste). Vamos combinar que se entregar a um professor medíocre enxotado de São Paulo por inépcia é uma fantasia mais picante do que se entregar a uma militante mentecapta que só tinha quebrado uma loja de 1,99.

É bem verdade que depois ela quebrou um país inteiro – e pensar nisso certamente vai aumentar a sua excitação quando você estiver apertando o 13 gostoso.

Vota no Haddad nem que seja pelo feminismo do Lula (um amigo seu), que fabricou a primeira presidente tutelada da história, usou-a para estuprar o povo e depois botou a culpa na falecida. Seu voto no PT é pelo respeito às mulheres.

Por falar em perversão, aquela história do caseiro que denunciou Palocci pela mansão das prostitutas virou literatura infantil diante do que o mesmo Palocci acaba de contar sobre a prostituição do Lula. Belo Monte, Sete Brasil, Schahin, sodomia com dinheiro público no escurinho do pré-sal, nos regimes tórridos da África e mais onde a sua imaginação degenerada conseguir chegar.

Esse homem bom ainda botou Rosemary Noronha, a namoradinha do Brasil, para ordenhar as agências reguladoras – que estavam lá repletas de cargos e verbas justamente para rechear o caixa dois do amor.

Pronto: quando você voltar da zona (eleitoral), se te perguntarem o que você foi fazer, diz que está voltando de uma passeata em Atibaia pelo direito das mulheres terem seu silêncio bem pago.

No seu íntimo, porém, você estará explodindo de orgulho por ter votado no suplente de presidiário que promete trazer os bons tempos de volta. Rosemary feliz de novo.

Vai lá, Brasil. Faz história. Leva ao segundo turno o despachante do assalto de década e meia que te proporcionou a maior recessão em 500 anos. Mostra que você não desiste nunca de transformar isso aqui na casa de tolerância do Palocci.

PS: Seu travesseiro não precisa saber dessa conversa. E seu espelho você guarda no armário, junto com o pôster do Renan Calheiros.

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