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Mauro Cezar Pereira
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Contra a retranca, a covardia, o futebol reage com viradas e gols. Mas a mesmice contra-ataca por aqui

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Mauro Cezar Pereira
13/05/2019 00:47 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
Contra a retranca, a covardia, o futebol reage com viradas e gols. Mas a mesmice contra-ataca por aqui

Domingo: Grêmio e Fluminense protagonizam jogo espetacular, com viradas e a vitória carioca por 5 a 4 em Porto Alegre. Foi o assunto do fim de semana.

Segunda-feira: o golaço de Kompany valeu na vitória sobre o Leicester e colocou o Manchester City com a mão na taça de bicampeão da Premier League.

Terça: o Liverpool faz 4 a 0 no Barcelona, que o havia derrotado por 3 a 0 na Espanha. Com isso, o time inglês chegou a mais uma decisão de Liga dos Campeões.

Lionel Messi cercado por jogadores do Liverpool na derrota do Barcelona para o Liverpool pela Liga dos Campeões 2019. Crédito: AFP

Quarta: na Holanda, o Tottenham, que em casa perdera por 1 a 0, leva mais dois gols e em 35 minutos marca três vezes, vence e se credencia para a final da Champions League.

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Foram quatro dias seguidos de grandes partidas, emocionantes, com diferentes roteiros e viradas espetaculares. Times no ataque, em busca do gol, sem covardia, sem medo.

Um contraponto, aqui e na Europa, ao jogo que impera no Brasil. Nos acostumamos a ver por perto a negação à bola, rejeitada como se fosse um problema, não a solução.

Lucas Moura foi o herói do Tottenham contra o Ajax. Crédito: AFP

Na véspera do incrível duelo de tricolores na arena gremista, o campeão nacional, Palmeiras, bateu o Inter por 1 a 0. O time não passou dos 182 passes certos.

Rebaixado, o Frosinone, segundo pior time da temporada italiana, tem média de 273 passes por partida. Também a caminho da segundona, na Espanha o Huesca registra 253.

Em todo o mundo os times mais técnicos, com os melhores jogadores, ficam mais com a bola. Não necessariamente com médias altíssimas padrão Pep Guardiola. Mas não a rejeitam.

No Grêmio 4 x 5 Fluminense, a equipes, juntas, chegaram a 912 passes certos, com 25 finalizações e nove gols. Claro, houve falhas defensivas. E também emoção, jogo jogado.

Há exemplos de fora, e dentro do Brasil, não vê quem não quer. Futebol pode ser praticado de diversas maneiras, mas a rejeição à pelota, e ao ataque, é um mal a combater.

Seria razoável se o país reunisse muitos times atuando de diferentes formas. Mas dos rebaixados ao campeão, vem prevalecendo o estilo “reativo”, fechado, sem a bola.

Partidas marcadas pela busca pelo gol, seja o 1 a 0 do Manchester City ou os nove tentos em 90 minutos em Porto Alegre, empolgam. É o futebol mais jogado e menos brigado.

Precisamos mais disso, de diversidade, de times que se apresentem de diferentes maneiras. Com mais busca pelo gol, coragem e desejo pela bola.

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***

Na Espanha, o Barcelona é campeão antecipado e o que mais tem posse de bola, 61 % em média. O Atlético de Madri, em segundo na classificação, é apenas o 10.º no quesito.

O surpreendente Getafe, em quinto, ainda lutando para chegar à Liga dos Campeões. E é o extremo em relação ao Barça, como o time que menos fica com a bola em todo o campeonato.

O Real Bétis já esteve mais bem colocado, mas agora é 10.º. Nem por isso deixou de seguir como o segundo time que por mais tempo tem a posse entre os 20 do certame.

Os espanhóis têm variação na forma de jogar, de acordo com treinadores, perfis dos elencos, tradição das equipes. Há sucesso, fracasso e campanhas medianas com mais e com menos posse.

No Brasil temos que lutar contra o futebol monotemático, pois nos últimos anos cresceu significativamente o número de equipes que jogam no erro do oponente. Jogam sem bola. Jogam?

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Sábado, Corinthians e Grêmio fizeram mais um jogo insosso pelo Campeonato Brasileiro. Sem vitórias até aqui, os gremistas não queriam perder, aparentemente o mesmo objetivo dos corintianos. Tentar vencer? Pra que?

Fagner, do Corinthians, e Everton, do Grêmio, disputam bola. Crédito: Lucas Ubel – Grêmio FBPA

Domingo cedo, o Flamengo, com um time cheio de reservas, enfrentou a Chapecoense, fez 1 a 0 e deu sua recuadinha, mesmo em casa e diante de 61.023 torcedores. Exceção tem sido o Fluminense de Fernando Diniz

Sábado, no ataque, finalizou 21 vezes, mas perdeu para o Botafogo que, mesmo dominado, não se recusou a jogar. E fez o único tento do clássico após 20 passes trocados em 1 minuto e 11 segundos.

Dois times com limitações, que as chances desperdiçadas pelos tricolores evidenciam. Não foi a primeira vez que a equipe saiu derrotada por não aproveitar o que cria. Mas ambos pelo menos tentam jogar. Com a bola.

***

São 10 pontos para cada, mas propostas bem distintas. Palmeiras pragmático, como em 2018 e talvez ainda mais. Santos no ataque, buscando o gol em mais alguns quando em vantagem no placar. O detalhe é que a equipe mais conservadora é a que reúne mais talentos. Coisas da bola que rola, e voa, no Brasil.

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