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Apesar da incerteza das eleições, já é possível ver dias quentes para o mercado financeiro. (Foto: Nelson Almeida/AFP)
Apesar da incerteza das eleições, já é possível ver dias quentes para o mercado financeiro. (Foto: Nelson Almeida/AFP)| Foto:

Enquanto o cenário político se define para os próximos anos, já é possível prever um novo ciclo de alta na bolsa de valores. Mesmo com as pesquisas ainda incertas sobre o resultado das urnas no segundo turno, a hipótese majoritária de Jair Bolsonaro (PSL) ser eleito tem se mostrado bastante promissora para a renda variável.

Há uma clara sinalização de que a equipe econômica de Bolsonaro teria mais autonomia. Isso, somado à criação de um superministério da Economia reunindo as pastas da Fazenda e do Planejamento em uma só nas mãos de Paulo Guedes, economista que tem a simpatia do mercado por seu ideário liberal, tem gerado esperança de que o país possa voltar a ter um eixo na economia.

Lógico que há ainda algumas questões importantes que precisarão ser, urgentemente, levadas para a pauta, como as reformas da previdência, tributária e política. Mas o fato é que se o próximo governo cumprir ao menos cerca de 30% a 40% do que é esperado já será suficiente para repercutir muito bem no mercado de ações. Desburocratização, mudanças na regulamentação de setores-chaves da economia e privatizações de empresas estatais ineficientes devem entrar nesse pacote que poderá refletir positivamente.

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E, convenhamos, essa é uma meta possível de ser alcançada, visto que a questão da governabilidade, com a nova composição da Câmara dos Deputados, que conta com 52 integrantes do PSL, segunda maior bancada depois do PT (56), poderá atuar junto ao presidenciável, caso eleito. Vale levar em consideração que este número poderá inclusive ser elevado, dadas as perspectivas de mudanças partidárias de outros parlamentares recém-eleitos.

O primeiro reflexo positivo de tudo isso aconteceu na última segunda-feira, quando comentei aqui a abertura eufórica da nossa bolsa de valores após o resultado do primeiro turno. A B3 (atual nome da antiga BM&FBovespa) fechou com um volume recorde de negociações, perto de R$ 30 bilhões. Para se ter uma ideia, R$ 10 bilhões é a média diária na bolsa atualmente.

Sem dúvida, isso mostra o grande interesse não só de grandes instituições, mas também de pessoas físicas buscando oportunidades no mercado de ações, desde que o país tenha um mínimo de previsibilidade política e econômica.

Estou seguro que isso, somado à evolução tecnológica do setor (acesso facilitado a cursos, e-books, tutoriais e análises,  plataformas mais eficientes e seguras, aumento de liquidez (negociação), operações com taxas mais acessíveis e corretoras zerando taxas), vai atrair ainda mais investidores, resultando no maior ciclo de alta para a bolsa em 10 anos.

Será a grande virada depois da crise do subprime, em 2008, quando a bolsa brasileira registrou um ciclo muito ruim. Mesmo com 2009 tendo marcado um resultado extremamente positivo, de 2010 a 2015 o cenário foi desfavorável, com taxas de juros em alta, intervencionismo exagerado e um ciclo de perdas na Bovespa, seguido por um movimento titubeante nos anos seguintes até agora, apesar do avanço no volume de negócios.

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É claro que é preciso aguardar o segundo turno e conferir qual será realmente a equipe econômica, os projetos desse novo governo, o comprometimento da equipe e o apoio político para as reformas cruciais para garantir a volta do crescimento econômico.

Até lá, para os  investidores mais agressivos, vale ficar atento diariamente nas informações que sua plataforma de investimento fornece para agarrar as oportunidades que surgirem nas próximas semanas. Para os que tem visão de longo prazo, costumo recomendar comprar ações aos poucos e não de uma só vez. Neste momento, acredito que as melhores opções estão no setor financeiro, notadamente Itaú, e algumas do setor de varejo.  Até mesmo ações da empresa de papel e celulose Suzano, que sofreram recentemente com a baixa do dólar, podem ser interessantes pensando em um prazo mais longo.

Já para aqueles que iniciam neste mercado de renda variável, sugiro começar a comprar ações de empresas já consolidadas, com bom histórico de gestão, market share considerável em seus respectivos setores e que tenham um nome a zelar no cenário nacional. Há vários exemplos neste caminho e acredito que você irá se familiarizar com elas logo ao identificar estas empresas.

Para os investidores de perfil moderado e que ainda não têm ativos nesse mercado, vale analisar com carinho a chance de começar a se beneficiar da temporada favorável que se aproxima para a bolsa. Esse é o momento.

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