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Painéis da B3 um dia após o primeiro turno das eleições. Ibovespa disparou com Bolsonaro como favorito para a disputa no segundo turno. (Foto: Nelson Almeida/AFP)
Painéis da B3 um dia após o primeiro turno das eleições. Ibovespa disparou com Bolsonaro como favorito para a disputa no segundo turno. (Foto: Nelson Almeida/AFP)| Foto:

Na última semana, pudemos assistir ao mercado de ações como ele realmente é. Logo na segunda feira, chegamos à incrível marca dos 100 mil pontos no Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira. Nos dias seguintes, porém, o mercado entrou em alerta com as divergências, via redes sociais, entre o presidente Jair Bolsonaro – e seu entorno –  e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Além disso, durante a semana tivemos também outros fatos relevantes, como as decisões de política monetária no Brasil e EUA, a prisão do ex-presidente Michel Temer e o envio ao Congresso da reformulação de carreira dos militares. Somados, estes fatores contribuíram para um cenário de grandes oscilações na bolsa de valores.

Diante de tantas notícias importantes no país e nos EUA, o mercado repercutiu negativamente e recuou de uma maneira, digamos, nada suave. Entre segunda e sexta-feira, o índice oscilou entre mínima e máxima de 7,6% e, ao final da semana, o Ibovespa teve recuo de 5,5%. Neste período, algumas das principais ações da bolsa tiveram quedas muito expressivas. Os papéis das Lojas Americanas, por exemplo, caíram 14,9% enquanto que Banco do Brasil e Natura registraram queda de 12,1% e 11,1%, respectivamente.

Divisor de águas

A Reforma da Previdência, que é o principal divisor de águas para o mercado nacional no curto prazo, está sendo colocada à prova com a troca de farpas entre membros do Executivo e Legislativo. Logo após a entrega da projeto que vai incluir os militares na reforma, líderes do partido de Bolsonaro se colocaram contra a proposta. E o mercado também não reagiu bem as novas incertezas.

Quando há sinais de inconsistência e indefinição, a bolsa de valores costuma reagir de maneira negativa. De fato, ainda espera-se que a Reforma da Previdência seja aprovada, mas há sinais claros de desgaste neste momento e que poderia comprometer, se não ela como um todo, uma “desidratação” dos termos apresentados.

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Outros dois temas também foram discutidos ao longo da semana, mas com menos intensidade, pelo menos para o mercado de ações: a prisão do ex-presidente Michel Temer, que poderia adicionar algum ruído adicional e a manutenção da taxa Selic em 6,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom. No entanto, ambos parecem ter ficado em segundo plano em função dos demais acontecimentos.

Nos EUA, o Federal Reserve (Banco Central) também anunciou a manutenção dos juros local em 2,5% ano e, dessa forma, criou-se uma expectativa de que poderá haver uma queda no crescimento no país – ou até mesmo uma eventual recessão no curto prazo. Não podemos afirmar essa última posição de forma categórica, entretanto, há indicadores que apontam para essa possibilidade. Sem dúvida este fato nos traz preocupações adicionais quanto a perspectiva para o crescimento global, inclusive.

Euforia e tempos sombrios

Diante de todo esse contexto, o dólar oscilou quase 5%, atingindo patamar que não alcançava desde dezembro do ano passado. E o que quero mostrar com tudo isso? Que este é o mercado de ações na sua essência. Em renda variável podemos esperar momentos de grande euforia, como temos visto em momentos recentes, assim como podemos visualizar tempos sombrios, com fortes baixas e grande volatilidade quando não há uma definição de qual caminho ou direção o mercado está tomando.

Este “recado” é importante para os novatos em bolsa compreenderem que assim é o dia a dia da bolsa, com uma série de variáveis podendo trazer grandes ou pequenos impactos para a dinâmica do mercado. Na bolsa de valores, o câmbio, perspectivas futuras para a taxa de juros (DI futuro), ações, fundos imobiliários, ETFs, entre outros ativos repercutem o noticiário nacional e internacional. Por essa razão é importante se ter o conhecimento dessa dinâmica e entrar neste mercado com alguma estratégia definida e conhecimentos básicos, para que os riscos sejam minimizados e os lucros maximizados.

Bem-vindo a Bolsa de valores!

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