Economia – vamos refletir as correlações e oportunidades?
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  • Por Instituto Connect by Eduardo Anelli, economista convidado
  • 23/09/2022 13:42

Muito tem se discutido ultimamente sobre os principais impactos inesperados em nossa economia e em âmbito mundial. Eu vou discorrer sobre alguns dos principais pontos para os nossos leitores terem uma fácil compreensão destes impactos e ajudar a cada um de nós nos preparar para os cenários futuros.

Podemos iniciar com a Covid – há 2 anos tinha-se que escrever Covid-19, SARS-CoV-2, Vírus da Pandemia etc – hoje, somente Covid, e é neste ponto que inicio uma abordagem de fácil interpretação na linguagem aos leitores, eu vou discorrer os temas de forma concisa e simples, o que sempre facilita muito a interpretação de qualquer artigo. Muito bem, voltando o Covid, que foi uma das maiores pandemias que temos relato na história que até o momento matou 6 milhões de habitantes (mas a OMS estima que este número esteja em 15 milhões), ficando próximo da Gripe Espanhola que matou entre 1918 e 1920 aproximadamente 40 milhões de pessoas e também da Peste Negra (Peste Bubônica) que vitimizou em torno de 200 milhões de pessoas (estima-se que foi letal para metade da população europeia entre 1347 e 1353. Não por acaso, coloque as 2 pandemias em ordem decrescente de data, pois assim notamos que no passado a fatalidade era brutalmente maior e o tempo de erradicação do vírus muito maior.

Contudo gostaria de salientar que nestes últimos séculos vemos algo em comum entre todas estas doenças, são elas: Falta saneamento básico e higiene, estrutura de saúde precária e, sobretudo, falta de informação (ou desinformação). Notem que este último ponto é tão relevante quanto os outros, pois o país que tem a maior taxa de mortes do Covid é os Estados Unidos, que é a maior economia mundial e tem uma infraestrutura de saúde e saneamento básico de elevado nível, contudo, a população (em massa) carece de conscientização adequada sobre a letalidade deste vírus. Provavelmente se perguntassem a nós, há 2 anos, qual seria o país que teria mais êxito no combate à esta (ou qualquer outra pandemia), todos nos responderíamos EUA, mas a realidade nos mostra um cenário completamente contrário.

Por que falamos tanto nesta doença se o tema é economia? É bem simples, o estreito relacionamento destas doenças com toda cadeia econômica do planeta, se formos lembrar bem, nestes 2 últimos anos houve diversos lockdown em praticamente todos os países do globo, levando à uma redução drástica da produção bem como de consumo, levando vários países às crises econômico/financeiras que poderão levar anos para se recuperarem. Para nós refletirmos juntos, o país que originou este vírus (China) foi um dos que mais rápido se recuperou (e está crescendo) e não teve tanta fatalidade (percentualmente à população), quanto outros países desenvolvidos como a Itália por exemplo. Conseguimos observar que a economia mundial sobre vários impactos como redução da produção, aumento do desemprego, crises financeiras de diversas empresas e instituições, retardo no processo de ensino (vários estudantes fora da sala de aula) etc.

Agora, chegando mais perto do nosso momento atual, estamos assistindo uma guerra, que mesmo sendo somente entre 2 países, movimentou toda a economia mundial numa velocidade impressionante. A guerra da Rússia contra a Ucrânia, que para muitos, é simplesmente infundada, teve, está tendo e ainda terá mais impactos econômicos para todo o globo. Não vou abordar os motivos deste conflito bélico, mas sim, comentar suas consequências econômicas para todos nós. Curiosamente, este envolvimento das economias mundiais num conflito regional, teve origem no pós-guerra da II Guerra Mundial, onde tivemos o fortalecimento (e estreitamento) de relacionamento comercial, bélico, produtivo, cultural de diversos países do mundo, onde notamos que foi desenvolvido uma cadeia de produção mundial.

Este movie O leitor deve estar se perguntando, isto é bom ou mal? Na verdade, são os dois. É muito bom quando tudo está funcionando e é muito ruim quando não está. Explico um pouco mais. Hoje, o Brasil é um dos maiores exportadores de sementes do mundo, certo? Sim. Mas quase todo o fertilizante que utilizamos são oriundos da Rússia e, levando em conta o bloqueio internacional que vários países querem impor à Rússia, bem como com as transações financeiras, isto impacta diretamente me nosso setor de produção agrícola. Deixando nossos produtos mais caros e menos competitivos, tanto no cenário interno quanto no externo. Este é somente um exemplo de como conflitos localizados em outro lado do planeta, impacta diretamente em nossa economia (e no resto do mundo também).

Abordamos alguns temas que impactaram em nossa economia no passado, e vamos abordar um tema que está no futuro, e bem próximo. As eleições que teremos no próximo mês para Deputados Estaduais e Federais, Governadores e Presidente da República. Nosso país ainda está sofrendo as consequências dos 2 primeiros temas que abordamos (Covid e Guerra da Ucrânia), que são fatores, inclusive internacionais e com prazo indefinido para serem finalizados, contudo, este outro tema – eleições brasileiras – já é bem mais claro e definido. Como economista, não vou nem opinar nem julgar se é melhor ir para a direita ou para a esquerda, mas vou me ater aos seus reflexos em nosso dia a dia econômico.

Estamos vivenciando uma “parada” ou redução forte nos investimentos e aplicação de esforços em nosso país, no aguardo do resultado da eleição, isto deixa, ainda, mais frágil nossa economia interna e perante as outras economias mundiais. Infelizmente, me nosso país, devido a instabilidade política (e judiciária), sofremos periodicamente um arrefecimento de nossa economia devido estas incertezas, com isto, deixamos de aumentar nossa produção, gerar empregos, definir diretrizes econômico-financeiras para o país, sobretudo de longo prazo, investir internamente e participar mais ativamente da economia mundial, estreitando nossos lanços com países mais desenvolvidos e consolidar parceira fortes.

Note que falamos de política, sem falarmos de candidatos, isto eleva o nível de análise de uma conjuntura e cenários para nós cidadãos além da discussão sobre este ou aquele candidato, bem porque, a situação atual não diverge muito da eleição passada e das anteriores, mas o que pode divergir é o nível de informação que os eleitores terão ao votar no próximo mês. De qualquer forma, muitos brasileiros vêm isto com um problema, mas se formos ampliar nosso horizonte de análise, é um problema “bom” porque estamos numa democracia e temos o direito (e obrigação) de podermos votar. Situação esta que em alguns países do mundo não é válida, infelizmente. Seja qual for o vencedor no próximo mês, temos que apoiá-lo a transformar nosso Brasil num país, mais justo, equalitário e desenvolvido, aliás como toda nação democrática deve fazê-lo.

Nestas poucas linhas, passamos todos por alguns pontos, que impactaram em nossa economia, cultura, estrutura, saúde etc. O que podemos extrair de soluções que outros países tomaram para se proteger destes impactos e continuar crescendo e se desenvolvendo? Em linhas gerais são diversos fatores, dependendo do país, tamanho, região, recursos naturais etc.

Educação uma forte alavanca para democratizar nosso nível de consciência?

Mas um fator é preponderante e presente em todas as nações desenvolvidas, a educação. Ela é a base para se desenvolver o cidadão, que é a pedra fundamental para qualquer nação. Temos que ter políticas consistente e duradouras no Brasil para elevar nosso nível educacional, erradicar o analfabetismo e nos colocar em posição de destaque no cenário mundial em educação e cultura. Para não tornar extenso esta abordagem, vou citar somente uma pequena (mas importante) região do planeta, os países nórdicos, onde o estudo é basicamente (quase na totalidade) público e de alto nível. Inclusive, para que o adolescente não deixe de cursar o nível superior (faculdade) o estado provém um incentivo financeiro ao cidadão, para continuar estudando ao invés de ter que ir ao mercado de trabalho. O que resulta isto? Países com alto nível educacional, economia forte e próspera, zero analfabetismo, em suma, uma sociedade exemplar para todos nós.

Sobre o autor: Eduardo Anelli é Economista, Contador, Conselheiro do CORECON-PR, perito Econômico, participante de comissões do IBGC e IBEF-PR e CFO.

Artigo redigido em 18/09/2022

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