Após quatro semanas com um número fora do comum de salas exibindo Barbie e Oppenheimer, os cinemas já começam a voltar ao seu ritmo normal, com outras opções para quem não dispensa a telona na hora de ver um filme. A seguir, dois destaques que estrearam neste mês no Brasil: um cult movie para plateias mais alternativas e uma ação com tudo o que o gênero pede.
Asteroid City
Qualquer estreia do diretor Wes Anderson se torna um evento cinematográfico. As razões? Sua indiscutível personalidade visual, sua originalidade, seu pioneirismo no uso da cor e do desenho e, sobretudo, o incrível time de atores que se somam às suas excêntricas propostas. Um elenco capaz de reunir vários tapetes vermelhos de festivais internacionais em uma única selfie. Na verdade, um grande mérito de Asteroid City é ter Tom Hanks, Adrien Brody, Scarlett Johansson, Margot Robbie e Steve Carell desfilando pela telona, mesmo que seja apenas por alguns minutos (isso para citar somente uma pequena parte dos artistas envolvidos).
Na década de 1950, em uma pequena vila no meio do deserto, onde um meteorito caiu há algum tempo, foi realizada uma cerimônia de premiação para um grupo de cientistas muito jovens. Enquanto isso, um dramaturgo tenta terminar uma peça. Visualmente, o filme é de uma beleza cativante, talvez o mais belo da filmografia de Anderson (e ele tem várias joias). Cada quadro exala carisma. São pinturas autênticas onde dá vontade de para morar. A montagem, a conjunção de planos, o protagonismo que a trilha sonora ganha, as texturas, os figurinos... Tudo se conjuga numa verdadeira festa para os sentidos.
O problema é que, por trás dessa embalagem visual avassaladora, a história que se conta é muito pouca. Capítulos desconexos fornecem uma nota interessante sobre a metanarrativa aqui, outra sobre as relações amorosas acolá, mas com quase nenhuma lógica ou coerência. Do ponto de vista do roteiro, o filme não sai do papel, e isso é um grande erro em uma história que deveria se desenrolar e voar. (Ana Sánchez de la Nieta) Original em espanhol.
Megatubarão 2
O Megatubarão está de volta, estrelando Jason Statham, com um orçamento semelhante ao da primeira parte: quase 150 milhões de dólares. Mas, desta vez, o entretenimento é mais variado, com uma infinidade de espécies jurássicas ameaçando um resort de luxo.
O diretor é Ben Wheatley, um cineasta que até agora tinha uma personalidade criativa e que se destacava bastante em festivais internacionais (vide os filmes Turistas e No Topo do Poder). Em Megatubarão 2, ele se adequa a um blockbuster para o grande público, que visa entreter com certa imaginação e inúmeras perseguições e lutas desde o primeiro minuto até o frenético final.
Os personagens pouco importam, mas a trama tem reviravoltas, ritmo e efeitos especiais suficientes para ocupar quase duas horas de uma sessão divertida no cinema. (Claudio Sánchez) Original em espanhol.
© 2023 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.
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