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Lee com uma edição do Homem-Aranha: homem de fé | Gerald Martineau/Washington Post
Lee com uma edição do Homem-Aranha: homem de fé| Foto: Gerald Martineau/Washington Post

O poderoso chefão dos quadrinhos modernos de super-heróis, Lee, mais do que talvez qualquer outra pessoa, sabia do impacto que os heróis da Marvel poderiam ter sobre o mundo do entretenimento fora das páginas dos quadrinhos que ele imprimia. 

Stan Lee sempre se referiu aos fiéis fãs da Marvel Comics como “homens de fé”. Mas o que realmente contou neste caso foi sua própria crença em suas criações e co-criações durante décadas de Marvel — uma fé genuína que inspiraria as mentes que hoje estão produzindo filmes e seriados com os heróis de Lee em várias telas. Quando Hollywood finalmente se conscientizou das possibilidades de seus personagens, isso lhe garantiu nova vida nestes últimos anos. 

Que Lee tenha conseguido viver para ver os mundos de fantasia em que ele acreditava se tornar parte do tecido da animação, da televisão, do streaming e do cinema é talvez a história mais heroica que ele produziu ao longo dos anos. 

Se hoje Hollywood bebe na fonte da Marvel constantemente, nem sempre foi assim. Alguns podem dizer que houve anos em que Lee era indesejado na indústria do cinema, nos tempos em que as histórias em quadrinhos eram consideradas meras coisas infantis. Mas Lee sabia que os produtores provavelmente não estavam vendo o potencial além das cores brilhantes, roupas de spandex de super-heróis e nomes como “Galactus”, que eles simplesmente "não entendiam". Eles não pareciam perceber que a Marvel Comics sempre olhou para fora das janelas de seu escritório em Nova York e colocava um pouco do mundo todo em suas histórias. 

Os X-Men falam de direitos civis. O Homem-Aranha não é um playboy bilionário, mas um adolescente assustado que não tem certeza se ele tem o que é necessário para lidar com a responsabilidade de seu poder. Quando os personagens negros eram meras notas de rodapé e estereótipos, Lee e Jack Kirby davam ao mundo o Pantera Negra, agora uma franquia cinematográfica de um bilhão de dólares e um ícone da cultura negra. Estava tudo lá. E Lee sempre acreditou. Ele sabia que o resto do mundo eventualmente também entenderia. 

Que alegria deve ter dado a Stan "The Man" não apenas estar por perto quando os super-heróis se tornaram um grande negócio em Hollywood, mas também para ser uma grande parte dele. As participações especiais de Stan Lee sempre foram momentos super-aguardados nos filmes da Marvel. Essas participações estavam lá para gerar uma boa risada e uma piscadela para o público, mas também por respeito ao homem que passou grande parte de sua vida sabendo que a Marvel estava destinada a coisas maiores que o meio impresso. 

À medida que essas aparições se tornaram mais abundantes, Lee se tornou tão uma estrela tão brilhante quanto qualquer outro protagonista da Marvel, incluindo Robert Downey Jr. e todos os Chris - Evans, Hemsworth e Pratt. 

Sua luta para replicar a mágica dos super-heróis através de quadrinhos e outras mídias fora da Marvel nunca foi muito bem-sucedida, e muitos ponderam se os lendários artistas com quem ele trabalhou na Marvel, como Jack Kirby e Steve Ditko, não eram os verdadeiros gênios criativos. E por causa dos muitos negócios ruins da Marvel nos anos 90, incluindo a venda dos direitos cinematográficos dos personagens para vários estúdios, Stan não lucrou tanto quanto provavelmente poderia quando a Disney investiu US $4 bilhões em 2009 para comprar o estúdio. Ele nunca foi rico em um nível Tony Stark. Mas não há como negar o impacto que teve como escritor, editor e embaixador dos super-heróis da Marvel na cultura dos quadrinhos. 

É impossível contar a história da atual era dos super-heróis sem mencionar o homem que sempre soube que chegaríamos aqui algum dia. Para aqueles de nós que amam quadrinhos e tudo o que eles se tornaram, seremos sempre eternamente gratos a Stan Lee. Excelsior.

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