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| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

Seja por duvidar da recuperação de um objeto roubado ou simplesmente para evitar um processo burocrático, ainda há quem deixa de fazer um boletim de ocorrência (B.O.) quando se torna vítima de furto ou roubo. Como explica o responsável pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná (Sesp), capitão Rodrigo Perim, parte das pessoas ainda acredita que fazer o registro não vai adiantar de nada — o que, para ele, não é verdade.

“Há um mito de que o B.O. não ajuda, mas ele é muito útil. Ele pode evitar ocorrências futuras, incluindo com o próprio indivíduo”, explica o capitão. Segundo ele, os dados coletados nesses boletins vão nortear a secretaria e as forças policiais tanto na hora de fazer o patrulhamento ostensivo na cidade quanto para abrir uma investigação. E, por mais que não seja garantia de resgatar aquele celular roubado, o registro é o primeiro passo para que isso aconteça.

Essa não é a única vantagem de se fazer o registro. Confira mais algumas.

Planejamento estratégico

Como aponta Perim, o boletim de ocorrência é a forma como o Estado vai saber sobre uma ocorrência e os locais que mais precisam de atuação policial. Segundo ele, são os B.O. que vão gerar dados para a secretaria planejar suas ações.

“O volume de informação permite criar mapas de calor que indicam onde há maior índice de criminalidade, permitindo que a polícia atue com mais eficiência”, explica. Esses detalhes permitem que a pasta, em conjunto com as policiais civil e militar, desenhem suas estratégias, deslocando viaturas e pessoal para áreas mais violentas. “Mas, para sabermos onde são esses locais, precisamos que a população nos informe”. E essa informação, enfatiza, é feita pelo B.O.

E essa atuação vai além da própria Sesp e abrange também outras secretarias. Caso os crimes aconteçam por causa de problemas de iluminação ou tráfego, por exemplo, os dados do boletim podem ser usados para que os setores responsáveis façam as devidas melhorias. “No fim, o B.O. é a porta de entrada de mudanças”.

Atuação nos bairros

Da mesma forma como a secretaria faz esse planejamento em todo o estado, os policiais podem usar as informações coletadas pelos boletins para organizar ações em uma escala menor, dentro dos próprios bairros. Todas as ocorrências registradas são adicionadas a um banco de dados da Sesp que os policiais podem acessar pela internet de qualquer lugar pela tela de um celular.

O capitão da PM explica que esse banco de dados unificado é atualizado diariamente e utiliza geoprocessamento para cruzar informações. “Ele pode ver o lugar que mais precisa de atuação, além de saber que tipo de crime é comum por ali. Assim, ele consegue planejar para estar sempre no lugar que mais precisa”, afirma. Para que isso seja possível, no entanto, Perim pede para que as pessoas forneçam o máximo de dados possíveis na hora de fazer um B.O. “Quanto mais informação, melhor”.

Ajuda na investigação

Além de indicar onde as equipes policiais devem atuar, o boletim também serve para ajudar a secretaria de segurança com processos de investigação. Segundo o coordenador do Cape, por mais que um objeto furtado não consiga ser recuperado, as informações fornecidas pela vítima podem ajudar a Polícia Civil a identificar padrões que ajudem a capturar os responsáveis. “Mesmo em casos em que a pessoa não vê o criminoso, a simples descrição de como ela foi furtada pode ajudar”.

“A história de que não vai dar em nada não é verdade. Fazendo o registro, você ajuda a prevenir e reprimir crimes”, expõe Perim. Para ele, ao deixar de fazer o documento, a pessoa se penaliza duplamente, pois pode ser uma nova vítima no futuro.

Facilita a recuperação

Para que um objeto roubado possa ser devolvido ao seu devido dono, é preciso que a pessoa tenha feito um B.O. registrando o furto. Se um criminoso for preso, a polícia não tem como saber que um celular, um computador ou qualquer outro item foi subtraído de alguém. Com o B.O., há ao menos uma chance de que o bem recuperado possa ser identificado e devolvido ao proprietário. “Tudo começa pelo boletim”, diz Perim.

Não é complicado

Segundo a secretaria, o medo da burocracia e a simples indisposição de ir até uma delegacia abrir um boletim são as principais causas que fazem com que as pessoas não queiram registrar um B.O. No entanto, isso não é necessário. Em casos em que a PM vai até o local do ocorrido atender a ocorrência, o boletim é gerado na hora. Como se trata de uma base de dados unificada, não há a necessidade de ir até outro lugar dar continuidade ao processo.

Além disso, em casos de furto, quando não há violência, a vítima pode fazer o registro pela internet, sem a necessidade de ir a uma delegacia, bastando acessar o site da Sesp. E há planos para que esse registro fique ainda mais simples no futuro. “A gente pretende fazer com que, com o protocolo em mãos, a pessoa possa acompanhar cada passo da investigação”.

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