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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Cerca de 80 toneladas de lixo foram recolhidas das areias das praias paranaenses no início desta temporada. De acordo com a Sanepar, responsável pela coleta dos resíduos na orla, o montante foi retirado entre 21 de dezembro e 2 de janeiro. O cerca de 1,5 milhão de veranistas que já passou pelo Litoral deixou para traz um pouco de tudo: latas de bebida, garrafas de champanhe, velas, restos de fogos de artifício, sacolas plásticas entre outros objetos.

Parte desse lixo vai parar no mar, o que pode causar sérios danos ambientais, de acordo com a coordenadora do Centro de Estudos do Mar da Universidade Federal do Paraná (CEM-UFPR), a bióloga Camila Domit. A ingestão destes resíduos por animais marinhos é a principal delas. “O lixo ingerido causa pode causar a morte de tartarugas, aves, golfinhos. Temos registro de óbito por lesões causadas pela ingestão. Mas outra questão é que, quando o animal não morre por ter ingerido, ele acaba com a sensação de estar saciado, para de se alimentar e pode morrer por inanição”, explicou.

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Camila conta que não é somente o lixo produzido pelos veranistas que pode trazer problemas, mas também aquele deixado por pescadores da região. “Garrafas, sacolas, bexigas, hastes de cotonetes, de pirulitos, pacotes de sorvete, todos são bastante perigosos. A fauna também se enrosca em restos de redes, caixas de feiras e podem acabar morrendo. Encontramos animais com anzóis, restos de linhas, cabos e cordas inteiras no trato digestório”.

De acordo com a Sanepar, outro problema sério é quando o lixo acaba nas redes de esgoto. Alguns pontos do Litoral são conhecidos por apresentar inundações, problema que pode acabar agravado pela presença do lixo nas bocas de lobo e tubulações, já que o impedimento da vazão correta das águas contribui para que os alagamentos aconteçam. “Quando há entupimento das redes, a água fica retina nas ruas ou nas calcadas. Compromete toda a vazão. É importante que a sociedade entenda a importância de bem cuidar dos rios, das matas, do lixo, que quando é jogado de forma inadequada, pode provocar uma série de coisas ruins”, comenta Mounir Chaowiche.

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Destinação

O presidente da Sanepar ressalta a importância do cuidado e da destinação correta do lixo por veranistas e moradores do litoral. A companhia afirma que trabalha de maneira ininterrupta com os moradores locais, durante todo o ano, para que o cuidado seja permanente, e também faz campanhas na temporada para conscientizar os veranistas da importância da destinação correta do lixo. “Desenvolvemos um trabalho de conscientização para cuidar da destinação do lixo, fazemos isso durante o ano todo, com equipes que fazem orientação e treinamento”, reforça Chaowiche.

Para a coordenadora do CEM-UFPRr, a destinação correta dos resíduos não é um problema apenas dos litorâneos e sim de todos os paranaenses. “O lixo é um problema para todo o ambiente marinho, que são reservatórios da bacia hidrográfica. O lixo produzido acaba contaminando os ecossistemas. É importante que as pessoas diminuam a quantidade de resíduos, e encontrem uma forma de destinar seu lixo corretamente”, afirmou.

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