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Rua Deputado Heitor Alencar Furtado, entre o Mossunguê e o Campo Comprido, é um dos endereços mais fotografados de Curitiba. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Rua Deputado Heitor Alencar Furtado, entre o Mossunguê e o Campo Comprido, é um dos endereços mais fotografados de Curitiba.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A Rua Deputado Heitor Alencar Furtado, entre o Mossunguê e o Campo Comprido, em Curitiba, não é nenhum ponto turístico, e mesmo assim figura entre os endereços mais fotografados de Curitiba - especialmente no outono. É nesta época do ano que as icônicas árvores da rua, que é uma das canaletas do expresso biarticulado, ganham folhas de tons avermelhados, para o orgulho de quem mora pelos arredores e de quem já reconhece o cenário como típico curitibano. As árvores, porém, são parte da história recente da região, e passaram por muitos cuidados da prefeitura e dos moradores até atingirem a forma majestosa - e famosa - que têm hoje.

GALERIA: Veja fotos da “rua do outono”

Apesar de ter “a cara de Curitiba”, como opina Roberto Salgueiro, engenheiro agrônomo responsável pelo Horto da Barreirinha, a espécie que embeleza a região não é nativa do Brasil. De acordo com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA), tratam-se de liquidâmbares (Liquidambar styraciflua), originárias da América do Norte.

Na capital paranaense, foram plantadas no ano 2000 - logo antes da chegada de Cláudia Moretti, administradora que se mudou para a rua em 2002 e afirma ter visto as árvores crescerem. “Quando elas foram plantadas, ainda não tinha todos esses prédios por aqui. Eram bem mirradinhas, e eu lembro que tinha um senhorzinho da região que cuidava delas, passava cercando as mudas pra ninguém derrubá-las”, recorda Cláudia.

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Para quem trabalha com plantas, então, poder conviver com a espécie se tornou um prazer diário, como descreve o jardineiro Sérgio Muchinski, funcionário há oito anos de um edifício na Rua Deputado Heitor Alencar Furtado. “Se eu pudesse, estaria eu mesmo indo jogar uma terrinha nelas, porque elas trazem qualidade de vida pra quem trabalha e mora por aqui. Elas fazem sombras para as pessoas deixarem o carro, e tem gente que até senta debaixo delas para descansar”, conta o jardineiro, que também acompanhou o desenvolvimento das árvores ao longo dos anos.

Muitos moradores chegam a aproveitar as folhas para decorar a própria casa. Jonathan Campos/Gazeta do Povo

De lá para cá, as plantas se tornaram motivo de exaltação para os vizinhos e muitos aguardam a chegada do outono para renovar a decoração de casa, como explica Cláudia: “As folhas são bem grandes e ramificadas. Quando caem, nós logo pegamos. Eu mesma já emoldurei algumas para pendurar na parede”.

Famosa na internet

A principal forma de promover a beleza dos tons do outono da rua, porém, é por meio da internet: basta um dia de céu aberto para que dezenas de pessoas se desloquem até a rua para fotografar as árvores, que já serviram como cenário desde para fotos amadoras até ensaios fotográficos de bailarinos profissionais e inclusive noivos, conforme lembra o cobrador Maurício Camargo, que trabalha em um tubo do biarticulado na rua. “A rua tá começando a virar um cartão postal nessa época do ano, inclusive tem gente que gosta de registrar o ônibus vermelhão passando junto”, atesta Camargo.

Árvores jovens

Com cerca de 18 anos, as liquidâmbares do Mossunguê e do Campo Comprido ainda são consideradas jovens. A espécie pode ultrapassar os 200 anos de vida, o que deve ser facilmente atingido por sua resistência ao frio intenso, inclusive às geadas, conforme a Secretaria do Meio Ambiente.

Outro ponto positivo da espécie é não precisar de manutenção com muita frequência. E, continuando saudáveis e bem-cuidadas por todos, a expectativa é de que atinjam pelo menos 20 metros de altura.

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