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A produção da bolsa é feita manualmente pelos alunos
A produção da bolsa é feita manualmente pelos alunos| Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná

Estudantes do segundo ano do ensino médio do Colégio Positivo Ângelo Sampaio, em Curitiba, criaram uma bolsa impermeável com cera de abelha e tecido reutilizável. A bolsa, também conhecida como Beezip, é uma solução sustentável criada no projeto de empreendedorismo extraclasse dos alunos. O acessório é comercializado em dois tamanhos e parte do lucro é revertido para o Lar O Bom Caminho, instituição que acolhe crianças de zero a dois anos afastadas de suas famílias por abandono ou negligência de seus pais.

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De forma artesanal, 25 alunos produzem as bolsas com restos de tecidos não utilizados pela indústria têxtil e cera de abelha. Com o objetivo de deixar os alunos responsáveis por todas as partes da miniempresa, todo o funcionamento, recursos e vendas ficam por parte dos estudantes. Durante 15 encontros semanais, os alunos contam com o auxílio de quatro voluntários e uma professora do próprio colégio.

“Está 100% na nossa mão. Nós fabricamos todas as bolsas, organizamos todo o processo de finanças, fluxo de dinheiro, marketing e estratégia de vendas”, explica o presidente da Beezip e aluno do Colégio Positivo, Pedro de Almeida Silveira, de 16 anos.

Há duas opções de tamanho das bolsas. Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná
Há duas opções de tamanho das bolsas. Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná| Tribuna do Paraná

Cada aluno tem que ir atrás de recursos para a produção das bolsas. A maioria conta o apoio dos familiares “Quem me ajuda muito é meu avô. O mais difícil - e que tenho que correr atrás toda semana - é encontrar os botões biodegradáveis”, exemplifica Silveira.

Os tecidos são doados aos estudantes por costureiras de Curitiba, porém, são eles que têm de procurar e buscar os panos. Já a cera de abelha e os botões biodegradáveis, utilizados na produção, são comprados pelos jovens empreendedores.

Com toda a autonomia, os alunos desenvolvem uma responsabilidade maior. “O ganho para eles é muito grande, eles se tornam mais responsáveis e maduros. Às vezes, há coisas que eles precisam resolver e tomar decisões”, conta a professora Daniela Tatarin, que é a assessora pedagógica de Formação Humana do Centro de Inovação Pedagógica Positivo (CIPP) da escola.

Além da preparação empreendedora, o projeto tem um fim nobre. “Nós que escolhemos qual instituição ajudar. Procuramos o Lar O Bom Caminho, e então escolhemos ajudar essa instituição”, diz o estudante.

O projeto

A Beezip, além de ser o nome da bolsa, é também o nome da miniempresa em que os 25 estudantes tocam o projeto. A iniciativa é uma parceria entre o Colégio Positivo e a Junior Achievement Paraná, organização social que promove o empreendedorismo na juventude. No projeto, alunos do segundo ano do ensino médio desenvolvem uma ideia, dentro de uma miniempresa criada por eles, e organizam conforme o funcionamento empresarial.

Dentro dessa estrutura, os próprios alunos idealizaram e desenvolveram manualmente uma bolsa, que tem o objetivo de substituir o plástico.

Na produção semanal, às segundas-feiras, das 18h30 às 21h30, durante 15 semanas, os alunos costuram o tecido, ralam a cera, aquecem e aplicam. “Num dia bom nós produzimos entre 80 e 90 bolsas”, conta o presidente.

As produção só pode ser feita durante os encontros semanais. Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná
As produção só pode ser feita durante os encontros semanais. Foto: Lineu Filho / Tribuna do Paraná| Tribuna do Paraná

Nos encontros, os empreendedores se encontram em uma sala do Colégio Positivo Ângelo Sampaio. “Nós temos o auxílio de alguns voluntários que atuam no mercado para nos auxiliarem. Mas toda a distribuição de recursos, como aluguel de sala, por exemplo, somos nós que organizamos”, relata o presidente. O estudante ainda explica que para utilizarem a sala, eles precisam pagar aluguel, assim como qualquer empresa.

A Beezip é uma das 14 miniempresas que tem parceria com a Junior Achievement Brasil em Curitiba. “Há uma premiação para os grupos que desenvolveram os melhores projetos. Não é uma competição, mas os alunos vêm como uma”, brinca a professora.

Sobre a premiação, Silveira está confiante. “Além da parte burocrática estar bem organizada, nosso projeto é muito inovador. Acho que temos boas chances de ganhar”, anima-se.

Valores e como comprar

O alunos recebem uma espécie de "salário", R$ 1 por encontro, o que soma R$ 15 ao fim do projeto e cada um deles escolhe se fica com o valor ou se destina para o Lar O Bom Caminho. “Por mais que eles recebem um "salário", a maioria escolhe doar o valor para a instituição que estão ajudando", explica a professora.

As bolsas servem para funções diversas, como nécessaire, estojo escolar, porta-lanches e muitos outros. Elas são produzidas em dois tamanhos: a pequena custa R$ 15 e a grande, R$ 25.

Quem quiser comprar, pode entrar em contato com os alunos pelo site da Beezip, criado pelos próprios estudantes, ou pelo Instagram e Facebook da miniempresa.

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