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Cidade às cegas: equipamentos de  vigilância não funcionam | Henry Milleo
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Cidade às cegas: equipamentos de vigilância não funcionam| Foto: Henry Milleo / Gazeta do Povo

Enquanto a prefeitura de Curitiba estuda implantar um cerco invisível na cidade composto por centenas de câmeras inteligentes capazes de fazer o reconhecimento de rostos e de veículos, os equipamentos de monitoramento já existentes na capital seguem em estado de abandono. Segundo a Secretaria Municipal de Defesa Social (SMDS), das 190 câmeras usadas para fazer o monitoramento da segurança na cidade, apenas 35% delas estão funcionando — ou seja, cerca de 67 do total.

Esses aparelhos fazem a vigilância de pontos de grande movimento da cidade como as Ruas da Cidadania, praças centrais e também as ruas Marechal Deodoro e a XV de Novembro. Também foram essenciais para o trabalho da polícia na investigação de casos como o da quadrilha do bilhete premiado, presa na última quarta-feira (1.º), e na identificação de um grupo que agia em meio à multidão nas praças do Centro, como batedores de carteira.

No entanto, a maioria dessas câmeras que auxiliam nas investigações policiais é antiga, com cerca de 15 anos desde sua instalação, e não recebem a manutenção necessária para continuar em funcionamento. Parte delas, por exemplo, deveria ser monitorada pelos equipamentos instalados em um ônibus próprio da Guarda Municipal, mas os aparelhos instalados dentro do veículo estão desativados por problemas técnicos. Sem uso na área de vigilância da cidade, o coletivo passou a ser utilizado somente como módulo móvel da corporação, em frente ao Mercado Municipal.

De acordo com a prefeitura de Curitiba, o problema deve ser resolvido com a implantação do programa Muralha Digital. Em análise desde o primeiro semestre deste ano, a novidade foi apresentada na última quinta-feira (2) à Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) e deve lançar um edital internacional de licitação nas próximas semanas para escolher a empresa que fornecerá os dispositivos e os softwares de inteligência. A previsão é de que a nova rede esteja operando até o mês de novembro.

Muralha Digital

O projeto da muralha digital está orçado em R$ 35 milhões e consiste na atualização das 190 câmeras monitoradas pela GM e também nos equipamentos localizados nos cruzamentos e terminais da cidade, gerenciados atualmente pelo Centro de Controle Operacional (CCO), da Urbs.

Ao todo, aproximadamente 950 câmeras já existentes na cidade devem ser trocadas e outras 600, instaladas em locais estratégicos de acordo com o dados estatísticos do “mapa do crime” da polícia. Os novos equipamentos terão reconhecimento facial e leitura de placas.

Segundo a secretaria, o protocolo de intenções do programa foi assinado com o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) no mês passado e deve auxiliar na gestão dos policiais espalhados pela cidade, otimizando o emprego do efetivo operacional e o deslocamento de viaturas, com redução no tempo-resposta para atendimento de ocorrências.

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