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Com cilindro e sem cilindro: prefeitura decidiu descontinuar projeto experimental. | Cecília Tümler/Gazeta do Povo
Com cilindro e sem cilindro: prefeitura decidiu descontinuar projeto experimental.| Foto: Cecília Tümler/Gazeta do Povo

A Prefeitura de Curitiba removeu os cilindros de proteção das calçadas verdes de Curitiba. Os aparatos podiam ser encontrados em cinco pontos no Centro da cidade, sempre próximos das áreas calmas, e geravam divergência de opinião nos pedestres da região. Enquanto alguns se sentiam mais protegidos com a estrutura, outros consideravam-na desnecessária e até mesmo perigosa.

Desrespeito dos motoristas, confiança dos pedestres: veja fotos da população usando as calçadas verdes

De acordo com a administração municipal, as calçadas verdes e os cilindros faziam parte de um projeto experimental e as estruturas foram retiradas na última quarta-feira (09). Segundo ela, os conceitos do projeto implantado ainda durante a gestão de Gustavo Fruet (PDT) em 2015 estão sendo revistos, principalmente porque não foi feito nenhum controle da eficácia desde a colocação. Além disso, a prefeitura alega que os cilindros dificultavam a locomoção de pedestres com deficiência visual. Não há, porém, maiores explicações.

Entre a população, a remoção dos cilindros divide opiniões. Proprietário de uma lanchonete em frente à calçada verde da Alameda Cabral com a Rua Cândido Lopes, Arturo Solano não gostou da novidade. “Apesar de muitos carros não respeitarem a área verde, era muito mais seguro para os pedestres aguardarem na calçada com essa estrutura”, opina. Para a atendente de um estabelecimento na mesma região, Fabiana Soares, explica que a principal diferença após a implantação dos cilindros foi a diminuição de acidentes no cruzamento. “Antes, muitos motoristas se confundiam com a mão da Cândido Lopes, que é única, e quase entravam na contramão. Com a presença da calçada verde e dos cilindros, eles passaram a prestar mais atenção por onde iam”, explica Fabiana.

Já na calçada verde no cruzamento entre a Rua Cândido Lopes e a Rua Ébano Pereira, a remoção dos cilindros agradou. Isso porque, segundo Celso Alves, atendente de uma farmácia na região, os carros nunca respeitaram as áreas. “Como os motoristas sabiam que o batedor era de borracha, se precisasse, eles passavam por cima mesmo”, relata. De acordo com Alves, alguns ônibus maiores não tinham espaço suficiente para virar a esquina, e acabavam apelando para a área esverdeada. “Isso é um problema porque os pedestres acham que podem confiar na calçada verde, mas os motoristas não respeitam. Se fossem deixar os cilindros, eles deviam ser feitos de cimento”, comenta.

O desrespeito da área por parte dos motoristas representa perigo também para quem caminha pela Rua Inácio Lustosa,no Centro Cívico. “Aqui tem muita gente que fica parada esperando pra atravessar a rua, mas eu já cansei de ver as pessoas quase serem atropeladas porque os carros passam por cima. É melhor que tirem os cilindros e a calçada verde de uma vez”, opina Pedro Cruz, atendente de um comércio na rua.

Área Calma

As calçadas verdes estão posicionadas próximas das Áreas Calmas de Curitiba. Porém, a Prefeitura informa que não há nenhuma relação confirmada entre a remoção dos cilindros das calçadas verdes e um possível fim das Áreas Calmas. Em janeiro deste ano, o superintendente municipal de Trânsito de Curitiba, João Francisco dos Santos Neto, afirmou que a ideia da gestão é manter e até ampliar o projeto que foi uma das bandeiras da gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet.

Colaborou: Cecília Tümler

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