Câmara Municipal tem ato contra projeto que extingue cobradores em Curitiba

• 0

Motoristas e cobradores se reuniram em frente ao prédio da Câmara Municipal, na manhã desta terça-feira (20), para pressionar vereadores a barrarem projeto de lei do prefeito Rafael Greca (PMN) que extingue a necessidade dos cobradores no transporte público da capital. O ato começou por volta das 10h, sem impactar o trânsito nos arredores do prédio, no Centro.

Inicialmente, o pedido da categoria era que os vereadores aprovassem ainda nesta terça regime de urgência para a tramitação da proposta, que chegou à Câmara em outubro. A discussão chegou a ir à plenário, mas a própria categoria concordou em adiar a análise sobre a urgência até o dia 3 de dezembro, depois das eleições do Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc).

Embora sejam contra o projeto, os trabalhadores acreditam que, o quanto antes for votado, maior a possibilidade de que ele seja rejeitado entre os vereadores.

Os trabalhadores afirmam que, caso o projeto seja validado pelos parlamentares, 6 mil funcionários do transporte perderão o emprego. Por outro lado, o Sindicato das Empresas de Ônibus (Setransp) acusa o ato de político, já que a mobilização ocorre dias ante de votação interna do sindicato para eleger seus novos representantes.

Leia também: Inscrição de cães e gatos para adoção em Curitiba vai até sexta-feira

A proposta do prefeito prevê instalação da bilhetagem eletrônica em todo o sistema de ônibus da cidade o que, consequentemente, causaria o fim da função dos cobradores no transporte público.Semana passada, motoristas e cobradores fizeram ma passeata até a prefeitura, onde fizeram um pedido ao prefeito em exercício, Eduardo Pimentel,para que a administração municipal engavetasse a ideia.

Veja também - Crimes sem solução: Rachel, Tayná, João Rafael e Valentina ainda esperam por justiça

No último dia 8, o Sindimoc, entidade que representa os trabalhadores, chegou a convocar assembleia para votar se a categoria entraria em greve em protesto à proposta de Greca. A paralisação foi voto vencido entre os trabalhadores naquele momento. Entretanto, a possibilidade de greve não está descartada caso o projeto seja aprovado.

Empresas acusam ato de político

O Sindicato das Empresas de Ônibus (Setransp) defendeu que a expansão da bilhetagem eletrônica já vinha sendo discutida há tempos com os motoristas e cobradores. Segundo a entidade, a Convenção Coletiva 2018-201 já os informavam sobre a possibilidade da mudança, admitindo garantia de estabilidade por um ano e oportunidade de requalificação.

Por isso, para as empresas, o ato desta terça tem fundamento político. “A poucos dias de nova eleição da categoria, é inadmissível que o Sindimoc faça da cidade sua refém, ameaçando paralisá-la”, traz a nota do Setransp.

Ainda conforme o sindicato, a aumento da rede da bilhetagem eletrônica “um passo importante” para o transporte coletivo de Curitiba. “O pagamento da tarifa com cartão agiliza o embarque, dá mais confiabilidade ao sistema e aumenta a segurança, pois diminui o dinheiro em circulação no interior dos ônibus”, defende.