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Pinguins  foram encontrados na orla de Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba | Divulgação/CEM
Pinguins foram encontrados na orla de Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba| Foto: Divulgação/CEM

Centenas de pinguins encalharam no Litoral paranaense nas duas últimas semanas. De acordo com a bióloga Camila Domit, do Laboratório de Ecologia e Conservação de Mamíferos e Répteis Marinhos do Centro de Estudos do Mar (CEM), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o número de animais encalhados que já vinha sendo alto desde agosto teve um salto semana passada, em especial na quinta (13) e sexta-feira (14). O número ainda não foi confirmado, mas a estimativa é de que sejam aproximadamente 350 aves da espécie pinguins-de-magalhães. O número de sobreviventes não foi confirmado, mas a maioria estava morta. Dois golfinhos e algumas tartarugas também foram encontrados mortos.

De acordo com Camila, o número de animais encalhados chama a atenção. “Nas últimas duas semanas tivemos um encalhe acima do normal para o período entre fim de inverno e começo de primavera”, disse. Segundo a bióloga, a situação piorou a partir de terça-feira (11). “Apenas na sexta-feira foram mais de 400 animais, sendo 90% deles, pinguins”, relata Camila.

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A situação assustou moradores como o vigilante Marcos José Antunes, que avistou cerca de 20 pinguins mortos no Pico de Matinhos - tradicional ponto turístico da região – e nos arredores da Praia Brava. “No Pico eram oito pinguins e na Praia Brava foram mais de dez. Também tinham vários peixes mortos e uma água-viva”, disse.

No Balneário Ipacaraí, em Matinhos, 22 pinguins mortos oram encontrados.Colaboração/Feliphe Berlim

Já no Balneário de Ipacaraí, também em Matinhos, outros 22 pinguins foram encontrados mortos. O estudante Feliphe Berlim Caprine, de 18 anos, fotografou os animais na última sexta-feira e ficou preocupado com a situação. “Moro aqui há oito anos e nunca tinha visto algo assim”. De acordo com ele, uma tartaruga, duas águas-vivas e vários peixes também estavam mortos na orla.

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Em Guaratuba, moradores também localizaram pinguins mortos próximo ao Morro do Cristo e nas praias Brava, Barra do Saí e Caieiras. Segundo a oceanógrafa Lorena Collares, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente do município, dois golfinhos também apareceram mortos na orla. “Um deles foi retirado da praia Barra do Saí com o auxílio de uma retroescavadeira no último sábado (15) e o outro foi localizado no Balneário Eliana domingo (16)”, informou.

Retroescavadeira retirada golfinho encontrado morto na praia Barra do Saí, em GuaratubaSMMA Guaratuba

Causas desconhecidas

O CEM não divulgou a lista de animais encontrados, o estado de saúde dos encontrados vivos e nem a localização exata dos encalhes. No entanto, informou que já está fazendo exames nos corpos para identificar qual era a situação de saúde desses animais antes da morte e buscar evidências do que pode ter acontecido. “Estamos fazendo uma avaliação mais forte nos animais que estão em estado de decomposição inicial, que é a minoria”, informou a bióloga Camila.

Entre as razões possíveis para a alta mortalidade estão situações biológicas, oceanográficas ou antrópicas - aquelas causados por atividades humanas - o mais provável, segundo a especialista.

Em nota, o CEM informou que está avaliando o caso com cuidado para responder a população com maior exatidão. A bióloga Camila ainda informou à Gazeta do Povo que dados mais precisos a respeito do encalhe serão divulgados na próxima sexta-feira (21). Biólogos de São Paulo e Santa Catarina também estão avaliando a mortalidade de animais nas orlas de seus estados.

Outros encalhes

No dia 27 de agosto, ao menos quatro pinguins foram encontrados mortos na Ilha do mel. Já no dia 10 de setembro, pelo menos 10 pinguins estavam mortos em Pontal do Paraná. Esses encalhes foram considerados normais pelo CEM devido à chegada das fortes frentes frias e a visita de espécies migratórias à costa.

A orientação é de que a população informe a equipe sempre que encontrar animais debilitados nas praias. É possível entrar em contato gratuitamente pelo 0800 642 3341 ou pelo telefone (41) 3511-8671.

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