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Parque Barigui foi tomado pela lama | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Parque Barigui foi tomado pela lama| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A chuva que caiu forte em Curitiba entre sábado (3) e domingo (4) alagou ruas, desalojou famílias, alterou o funcionamento de serviços públicos e impactou na paisagem da capital. Nesta segunda-feira (5), os parques São Lourenço e Barigui amanheceram praticamente desfigurados, com seus rios tomados por lixo e entulhos que se acumularam durante a tempestade. Além disso, as pistas de caminhadas ficaram cobertas por uma densa camada de lama – o que dificultou a prática de exercícios, comuns nestes locais.

Veja fotos dos estragos deixados pela chuva nos parques de Curitiba

Durante a manhã, equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) trabalhavam para tentar reverter a situação. No São Lourenço, equipes usaram canoas e tratores para remover os objetos que ficaram concentrados no lago do parque, por onde passa o Rio Belém. Conforme a prefeitura, além da vegetação arrastada pela correnteza, muitos entulhos, como garrafas pet, sacolas plásticas e restos de construção civil, foram retirados.

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Todo esse material acabou entupindo as comportas. Tanto que a vazão da água invadiu a sede da administração do parque e de uma biblioteca no local. Com isso, móveis e computadores foram retirados de dentro da sede.

No Parque Barigui, equipes de catação também passaram a manhã recolhendo a sujeira que apareceu depois da chuva forte. Pela grama ficou difícil passar e as pistas de caminhada, muito procuradas pelos moradores da região, também se tornaram praticamente intransitáveis por causa do barro acumulado.

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Apesar de a chuva ter sido muito intensa, a prefeitura ressalta que o acúmulo de lixo nos rios São Lourenço e Barigui também pesou forte para estas consequências. “Cada onda de cheia revela o que a parte ambientalmente incorreta e desavisada da nossa população joga no rio Belém”, disse o prefeito Rafael Greca (PMN) no Facebook na manhã desta segunda. “Os rios - com chuvas intensas - se vingam dos seus poluidores devolvendo os detritos e entulhos recebidos”, completou o prefeito, que ainda durante o sábado participou de um bate-boca nas redes sociais com moradores afetados pelos problemas. Segundo ele, somente uma obra do tamanho do “Canal do Panamá” evitaria a enchente do fim de semana.

Prejuízos

O mau tempo afetou 1,5 mil pessoas em Curitiba, informou a prefeitura neste domingo. Foi a chuva mais intensa do verão, concentrada em apenas meia hora. Segundo o Simepar, foram 70,6 mm de chuva, o segundo maior valor registrado desde 1.º de dezembro de 2017 – o primeiro foi em 19 de janeiro, com 97 mm. Mas, no sábado à noite, a precipitação concentrada em pouco tempo causou diversos problemas pela cidade. Em apenas meia hora, das 19h15 às 19h45, choveu 38,4 mm, conforme medição na estação meteorológica do Centro Politécnico da UFPR, no Jardim das Américas.

Nesta segunda-feira, boletim atualizado contabilizou 223 ocorrências atendidas pela Defesa Civil e pela Guarda Municipal, com dez vistorias emergenciais realizadas pelos técnicos plantonistas da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi), e também pelo Corpo de Bombeiros. Quinze pessoas ainda estão desalojadas.

Outra consequência foi o funcionamento de escolas na cidade. Crianças dos CMEIs Santa Quitéria e Uberlândia e das escolas municipais Arapongas e Dario Vellozo foram dispensadas. A Escola CEI do Expedicionário abrirá no período da tarde desta segunda-feira (5) e o CMEI Uberlândia volta a atender na quarta-feira (7). Quanto ao CMEI Barigui I, as crianças serão atendidas na unidade ao lado, que é o CMEI Hugo Peretti. E as crianças do CMEI do Ubatuba serão atendidas no CMEI Paquetá.

Além de atingir as bacias do Rio Barigui, na região CIC, e do Rio Belém, na Regional Portão, alagamentos foram registrados no Pinheirinho, Bairro Novo, Fanny, CIC, Boa Vista, Portão, São Lourenço, Água Verde, Hauer e Rebouças.

As áreas mais críticas foram ocupações irregulares no Parolin e Vila Barigui e áreas ribeirinhas da CIC.

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