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Curitiba precisa frear novo avanço da Covid-19 para não voltar às restrições
| Foto: JONATHAN CAMPOS / Gazeta do Povo

Apesar do aumento expressivo no número de casos de Covid-19, a prefeitura de Curitiba ainda não vê condições para mudança da bandeira amarela para laranja. Mas o alerta está ligado: se o comportamento dos curitibanos não mudar em relação às medidas de prevenção, a cidade pode voltar a ter restrições. E o cenário futuro, com a movimentação maior de pessoas por causa das festas de fim de ano em dezembro, reforça ainda mais o alerta.

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Nesta semana, a taxa R de transmissão em Curitiba superou a marca de 1 - quando 100 pessoas infectadas podem transmitir o vírus para outras 100. Há três semanas, a marca estava em apenas 0,8, indicando redução da pandemia.

Nesta quarta-feira (18), de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o índice R chegou a 1,25 e a previsão é de que bata até sexta-feira (20) em 1,5 – ou seja, um grupo de 100 pessoas contaminadas capazes de infectar outras 150 pessoas. Valor bem próximo do ápice da pandemia no meio do ano, quando a taxa R chegou a 1,7 em Curitiba.

Além disso, há três dias consecutivos Curitiba bate recorde de toda a pandemia no número de casos ativos, de pessoas capazes de transmitir a doença. Nesta quarta-feira (18), os casos ativos chegaram a 7.714, o dobro de duas semanas atrás. A capital registrou nesta quarta 914 novos casos e 11 mortes. No dia seguinte, quinta-feira (19), foram mais 1.381 casos e 9 mortes decorrentes da doença.

Com tal cenário, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) suspendeu cirurgias eletivas pelo SUS em 12 hospitais justamente para reforçar os leitos de pacientes com Covid-19 a partir da semana que vem. A ocupação de leitos exclusivos de coronavírus nos hospitais da capital chegou a 87% nas UTIs. Três dos mais importantes hospitais da cidade ficaram bem próximos da lotação total nas UTIs nesta quarta-feira: Evangélico Mackenzie com 95% de ocupação, Hospital do Idoso com 96% e Hospital do Trabalhador com 94%.

É justamente a reativação de mais leitos exclusivos para pacientes de Covid-19 que leva a prefeitura a projetar que não vá precisar mudar de bandeira por enquanto. “A reativação dos leitos deve aliviar o sistema, já que a ocupação de leitos é um dos índices que determina a mudança de bandeira”, explica o médico Alcides Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia da prefeitura. “Mas precisamos de conscientização e mudança de comportamento de toda a sociedade, porque se o quadro se agravar o município terá de tomar medidas restritivas”, enfatiza Oliveira.

No Hospital de Clínicas (HC), o maior de Curitiba, o avanço de casos de Covid-19 já vinha sendo registrado há duas semanas. Nesse período, o índice de positividade, quando os pacientes atendidos com crise respiratória são diagnosticados com Covid-19, chegou a valores iguais ao do ápice da pandemia no meio do ano: diagnóstico entre 60% e 80% dos pacientes.

Entretanto, segundo o médico infectologista Bernardo Montesanti Machado de Almeida, chefe do Serviço de Vigilância Epidemiológica do HC, o que mais vem preocupando a equipe do hospital é o salto de internamentos nos últimos dias. “Nessa semana a demanda por internamentos praticamente mais do que triplicou. Na UTI, por exemplo, eram no máximo 5 demandas de internamentos por dia. Agora, chegamos a 20 por dia”, compara.

Apelo especial aos jovens

Para frear o novo avanço do coronavírus em Curitiba, as autoridades de saúde fazem um novo apelo à população, em especial os jovens, que são quem mais têm se contaminado nos últimos dias.

“A vida não voltou ao normal. Os pais precisam conversar com seus filhos para que não fiquem em aglomerações e usem máscara para evitar tragédias nas famílias, porque muitas vezes é o jovem, mesmo sem sintomas, quem leva a doença para dentro de casa”, reforça o médico Alcides Oliveira do Centro de Epidemiologia da prefeitura.

“Os jovens são a parcela da sociedade com mais interação social, mas no momento eles têm um papel fundamental para frear o avanço do vírus. Se ausentar de atividades de lazer com aglomerações neste momento é colaborar com toda a sociedade”, complementa o médico Bernardo Montesanti Machado de Almeida do HC.

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