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Bicicletas são empilhadas em terreno no Rebouças
Bicicletas são empilhadas em terreno no Rebouças| Foto: Hedeson Alves/ Tribuna

Um terreno utilizado como depósito de bicicletas compartilhadas na Av. Marechal Floriano Peixoto, no Rebouças, tem incomodado a vizinhança do bairro pelo barulho de madrugada e condições de manutenção.

Localizado no trecho entre as ruas Almirante Gonçalves e Brasílio Itiberê, o terreno guarda mais de uma centena de bicicletas da Yellow Bike, aplicativo de compartilhamento de bicicletas que opera há um ano em Curitiba.

Em parte do espaço, as bicicletas estão empilhadas umas sobre as outras, divididas por tábuas de compensado. São bicicletas recolhidas das ruas pela empresa para manutenção, seja para consertos corriqueiros, seja por motivos de vandalismo.

O terreno é locado e administrado pela empresa. Mas para além da curiosidade da centena de bicicletas empilhadas, o local se tornou motivo de reclamação de vizinhos pelo barulho, poluição visual e condições de limpeza, que já foram alvo de reclamação de órgãos públicos. O incômodo, segundo os moradores, começou há seis meses.

A bancária aposentada Rosaly Paganelli Grumiche, 64 anos, é moradora de um dos prédios vizinhos ao terreno. Ela conta que nos seis meses em que as bicicletas estão no espaço, os moradores reclamam da falta de limpeza e do barulho de buzina à noite, quando os funcionários da Yellow vão ao local para deixar as bikes.

“Eles buzinam para que alguém possa abrir o portão do terreno. Os cachorros da vizinhança começam a latir e isso incomoda todo mundo. É um transtorno. Já procuramos órgãos públicos para que alguma medida fosse tomada. Mas só vemos o mato crescer e o número de bicicletas também”, reclama Rosaly.

A empresa procurou tapar o visual das bicicletas paradas com uma lona preta no alambrado da fachada do terreno. Mas a tática só funciona para quem passa de longe. De perto, percebe-se o mato alto crescido entre as bicicletas, indicando falta de manutenção.

Rosaly conta que ninguém que mora ali gosta do que vê. “Não vemos nenhum movimento para melhorar isso, tirar as bicicletas. A poluição visual só aumenta”, afirma.

A responsável pela Yellow Bikes é a empresa Grow, resultado da fusão da Yellow com a Grin, que oferta o aluguel de patinetes na capital. De acordo com a Grow, as bicicletas serão retiradas do terreno até o fim de janeiro e a armazenagem está correta.

Quantidade armazenada

Empresa tapou a fachada com lona, mas condições do terreno são visíveis.
Empresa tapou a fachada com lona, mas condições do terreno são visíveis.| Hedeson Alves/ Tribuna

A empresa alega "questões estratégicas" para não divulgar o número de bicicletas que estão no terreno. A Grow informa apenas que a disponibilidade, tanto de bicicletas quanto de patinetes, depende da demanda e da quantidade de equipamentos em manutenção.

Segundo a empresa, há um time de "guardiões" trabalhando nas ruas responsável pelo monitoramento e organização das operações, cuidando da redistribuição das bicicletas e patinetes e também na conscientização da população para o cuidado e redução de danos aos equipamentos.

A Grow também afirma, por fim, que está aproveitando o início de ano para requalificar a operação, fazendo manutenção nos equipamentos e também aguardando peças de reposição.

Vandalismo e furto

Desde que o aluguel de bikes começou em Curitiba, na segunda quinzena de janeiro de 2019, diversas reportagens foram publicadas sobre o vandalismo com as Yellow. Com menos de uma semana de circulação, uma delas foi jogada dentro do Rio Belém em pleno Centro Cívico. O flagrante foi feito no trecho do rio que passa ao lado da ciclovia que corta o bairro, a poucas quadras da prefeitura de Curitiba. A bicicleta ainda estava com a trava ativada, indicando que ela foi simplesmente arremessada por alguém para dentro do leito do rio.

No mesmo período, foram encontradas bicicletas com as rodas tortas no Parque Barigui. Ainda, com apenas dois dias de funcionamento, a Guarda Municipal prendeu dois homens tentando roubar as Yellows que estavam estacionadas na região central da capital.

Outro caso que chamou atenção foi de um homem que furtou uma das bicicletas amarelas e foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) a 40 km de Curitiba, na BR-277 em Balsa Nova, na região metropolitana. O objetivo do homem, na verdade, era percorrer com a bicicleta do aplicativo 540 km até Toledo, no Oeste do Paraná.

Conteúdo editado por:Ricardo Sabbag Zipperer
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