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Total de unidades comerciais vendidas caiu 18,6% em um ano
Total de unidades comerciais vendidas caiu 18,6% em um ano| Foto: Henry Milleo/Arquivo/Gazeta do Povo

A desocupação de imóveis comerciais em Curitiba, que apresentava tendência de queda desde outubro de 2017, subiu 16,5% entre março e julho deste ano, voltando a patamares de 33 meses atrás, quando o país se recuperava de uma recessão econômica. Os dados são de uma análise do mercado de locação feita pelo Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar) e refletem uma resposta das empresas à crise provocada pela pandemia no novo coronavírus, segundo o presidente da entidade, Jean Michel Galiano.

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“O mercado imobiliário tem uma resposta muito rápida ao cenário econômico”, diz Galiano. Em julho, a oferta de unidades comerciais para locação chegou a 6.092, maior índice desde outubro de 2017, quando o estoque era de 6.128. De lá até março de 2020, o total de imóveis disponíveis no segmento havia caído a 5.230.

Fonte: Inpespar
Fonte: Inpespar

“É um movimento que percebemos no contato com os inquilinos”, conta o presidente do Inpespar. “O setor de restaurantes, por exemplo, estava tomando fôlego e começando a reagir”, lembra. “Agora foi derradeiro. Muitos quebraram.” Apesar disso, Galiano considera que o cenário é temporário. “Ao primeiro sinal de melhora da economia, o mercado imobiliário vai reagir da mesma forma”, projeta.

O valor médio da locação do metro quadrado de imóveis comerciais e a taxa de inadimplência, por outro lado, mantiveram-se estáveis, nos mesmos patamares observados em fevereiro, antes da crise provocada pela pandemia, segundo o presidente do Inpespar. “Isso é resultado do trabalho de mediação feito pelas imobiliárias entre proprietários e inquilinos.”

Venda de unidades comerciais caiu 18,6% em um ano

Em termos de unidades comerciais vendidas, houve uma queda de 18,6% em um ano, segundo análise feita pela Associação dos Dirigintes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) em parceria com a consultoria Brain Inteligência Estratégica. Enquanto junho de 2019 registrou 258 imóveis corporativos vendidos, no mesmo mês de 2020 foram 210.

O valor geral de vendas no segmento foi de R$ 165.832 para R$ 97.966, queda de 40,9%. “Mas o valor em si não diz muita coisa, porque varia em função do ticket médio dos imóveis negociados”, diz Guilherme Braga Werner, sócio-consultor da Brain.

Werner também vê os indicadores como reflexo da sensibilidade do produto aos movimentos da economia do país. “É natural que se fale muito no home office e na menor necessidade de espaços comerciais, mas não acreditamos que os escritórios deixarão de existir”, avalia. Para ele, neste momento, o que reduziu as vendas entre as unidades corporativas tem mais a ver com o produto que investidores procuram no setor imobiliário.

“Com as vendas de imóveis residenciais performando bem, com vacâncias baixas, o investidor vai optar por esse segmento porque o retorno é mais certo”, diz. Na contramão do segmento comercial, entre as unidades residenciais o valor geral de vendas cresceu 15,6% na comparação entre junho de 2019 e o mesmo mês de 2020. “Com a renda fixa gerando baixos rendimentos e o risco mais elevado de se investir em ações, o investimento em imóveis tem se tornado um produto mais atrativo”, ressalta o consultor.

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