• Carregando...
 | Reprodução/
| Foto: Reprodução/

Cerca de 30 clientes da empresa curitibana Mobless Ambientes Planejados firmaram contratos de até R$ 36,5 mil e não receberam os produtos que adquiriram. Segundo o site do estabelecimento, a loja ainda atenderia na Avenida República Argentina, 4254, mas o local está fechado, não atende ligações e excluiu suas páginas das redes sociais. Ao todo, oito reclamações já foram apresentadas ao Procon-PR e diversos boletins de ocorrência foram registrados na Delegacia de Crimes Contra o Consumidor de Curitiba.

Os noivos Luis Fernando Salata e Mayara Medeiros estão entre os clientes da empresa. Com 23 e 24 anos, respectivamente, eles decidiram mobiliar o apartamento adquirido na Vila Fanny antes de subir ao altar. Para isso, fecharam um contrato no valor de R$ 36,5 mil e acreditaram que tudo seria entregue até o início de 2018. “Fizemos a compra dos móveis planejados para todos os ambientes e fomos muito bem atendidos, mas ouvimos outros clientes dizendo que não estavam recebendo seus produtos e procuramos a empresa”, contaram.

Leia também: Mil clientes compram em loja da RMC e não recebem os produtos; loja pede prazo

A preocupação aumentou quando a empresa não os atendeu. “Tentamos ligar no celular e só caía na caixa postal, mandamos mensagem no Whatsapp e no e-mail, e eles não responderam. Ter nosso apartamento mobiliado é nosso sonho e estamos muito preocupados com a situação”.

Assim como eles, o consultor comercial Everton Kogin, 36, também contratou a Mobless e – após acertar parte do pagamento - não conseguiu mais contato. “Eu já tinha feito negócio com eles em 2015 e deu tudo certo, então voltei a negociar este ano com previsão de entrega para dezembro. Só que nos últimos 15 dias eles sumiram do mapa”, lamentou.

Segundo Kogin, os móveis planejados para sua sala, quarto e cozinha somaram o valor de R$ 12 mil, dos quais, R$ 6 mil já foram pagos. “O restante seria pago no momento em que emitissem a nota fiscal, mas a loja faliu. Espero ainda receber meus móveis como combinado”, afirmou o consultor, que percebeu a situação da empresa por coincidência. “Eu precisava saber o tamanho da cozinha para comprar o granito, mas ninguém me atendeu. Comecei a pesquisar e encontrei inúmeras reclamações”.

De acordo com a cliente Mayara dos Santos Lopes, 26, a empresa atendia inicialmente na Rua Brigadeiro Franco, no Centro, mas mudou para a República Argentina, no Água Verde. “Eu fechei meu contrato no Centro. Aí fiquei sabendo que eles inauguraram uma loja maior, mas encontrei outra empresa no local”, afirmou.

Nesse endereço, uma pessoa comentou a respeito de outro local que pertenceria à Mobless, na Avenida Brasília, Novo Mundo. “Eu fui lá em um sábado e encontrei tudo fechado, mas consegui contato com eles e agendei para ir outro dia”. No espaço, um antigo colaborador da Mobless a atendeu, acessou seu pedido e lhe passou informações a respeito das parcelas que faltavam. “Só que ele disse que não é mais da mesma empresa e não poderia me ajudar”.

De portas fechadas

A Gazeta do Povo tentou contato em todos os telefones divulgados pela empresa e – assim como os clientes informaram – também não foi atendida. No entanto, conseguiu contato com o advogado contratado pela Mobless, Leonardo Pergo.

Segundo ele, a empresa localizada na Avenida Brasília pertence a um ex- gerente comercial e não possui relação jurídica com a Mobless, que realmente fechou suas portas. “A empresa esteve no mercado por seis anos, mas passou por dificuldades absurdas na parte financeira, o que levou ao seu fechamento”, explicou.

Mesmo sem um endereço fixo, ele garante que a empresa tem atendido seus clientes e firmou o compromisso de cumprir cada contrato firmado. “Todos os clientes serão atendidos, mesmo que seja com o prazo atrasado”, pontuou. Além disso, ele garantiu que o cliente também pode optar pela restituição do valor.

Boletim de ocorrência

Enquanto isso não acontecer, os clientes prejudicados podem procurar a Delegacia de Crimes Contra o Consumidor e registrar um boletim de ocorrência. “Muitas vítimas têm nos procurado e estamos colhendo o depoimento de cada uma delas para encaminhar ao delegado e definir se será, ou não, aberto inquérito”, informou o superintendenette Rodrigo José dos Santos.

A delegacia está localizada na Rua Des. Ermelino de Leão, 513, no Centro de Curitiba e atende de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h ou das 14h às 18h. Mais informações pelo telefone (41) 3883-7100.

Já o Procon-PR está atendendo em novo endereço: Rua Emiliano Perneta , nº. 47, bem próximo à Praça Zacarias, no Centro de Curitiba.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]