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Casos mais complexos de pacientes com Covid-19 precisam de leitos mais específicos e mais difíceis de encontrar.
Casos mais complexos de pacientes com Covid-19 precisam de leitos mais específicos e mais difíceis de encontrar.| Foto: Ari Dias/AEN

Encontrar vagas em hospitais para pacientes com Covid-19 em Curitiba e região metropolitana tem sido um quebra-cabeça complexo não só pela alta demanda por internamentos, mas também pelo nível de informações clínicas a serem averiguadas para achar o leito certo ao paciente certo.

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Dependendo da gravidade do paciente, se tiver mais enfermidades além do coronavírus, a espera por uma UTI pode chegar a 72 horas, segundo a Central de Leitos de Curitiba e região metropolitana. No fim da manhã desta sexta-feira (11), a capital tinha 90% de ocupação das UTIs e 84% dos leitos de enfermaria exclusivos de coronavírus.

De acordo com o gestor de Urgência Médica da Secretaria Municipal de Saúde, Pedro Henrique de Almeida, hoje na Central de Leitos 81% dos internamentos em UTI são feitos no prazo de até 48 horas e 53% em até 24 horas. “Essa performance é considerada um tempo bom. Mas nossa meta é chegar 100% dos internamentos de UTI em até 48 horas”. Entretanto, para os pacientes mais graves, com mais enfermidades além da Covid-19, a espera por uma vaga de UTI pode chegar a 72 horas.

A análise de pacientes e vagas é feita por 16 profissionais, entre médicos e enfermeiros, que atuam 24 horas por dia na Central de Leitos responsável pela capital e 28 cidades vizinhas. O serviço, comandado pela prefeitura de Curitiba, já chegou a avaliar 600 solicitações de internamentos por coronavírus em um único dia. Atualmente, a demanda é de aproximadamente 250 solicitações diárias de vagas em hospitais, sem contar a demanda por outros tipos de internações, como vítimas de acidentes de trânsito e de outras doenças.

O gestor de Urgência Médica explica que há prioridades no atendimento. Para isso, cada paciente exige uma análise clínica detalhada antes de ser encaminhado ao hospital. E é essa análise, além da própria abertura da vaga, que faz com que alguns pacientes reclamem muitas vezes da espera pelo leito.

“Para cada paciente temos que ver se o hospital oferece o atendimento adequado. Por exemplo, se o paciente tiver problema de coração, ele tem que ir para um hospital que atenda Covid e cardiologia. Se for um caso mais grave, que possa precisar de cirurgia, o paciente tem que ser internado em um hospital com centro cirúrgico e assim por diante”, explica Almeida. De todos os hospitais da rede metropolitana, Almeida cita o Evangélico Mackenzie e o Hospital de Clínicas como únicos capazes de atender todas as demandas clínicas.

"Transferências" para outros municípios

Desde o começo da pandemia, Curitiba transferiu 19 pacientes com Covid-19 para outra cidade. Todos foram para o Hospital do Rocio, em Campo Largo, uma das unidades referência no tratamento de coronavírus na região metropolitana.

O gestor de Urgência Médica da prefeitura de Curitiba explica que o envio de pacientes para municípios dentro da própria estrutura administrada pela Central de Leitos não conta como transferência, já que o sistema da capital e região metropolitana é único.

“Transferir pacientes de uma cidade para outra dentro da nossa própria rede é normal. E, se precisar, podemos expandir essa solicitação para a Central de Leitos do estado. Mas até agora não enviamos nenhum paciente para fora da nossa regional”, aponta Almeida.

O que não é muito usual, aponta Almeida, é transferir pacientes de uma cidade grande para outra menor. "Esse está sendo um dos efeitos da pandemia. Como a maior parte da população circula nas grandes cidades, é aí que acontece a maior parte dos contágios, consequentemente preenchem os leitos antes", explica.

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