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Curitibano Ricardo Rodrigues liderava o projeto Sirius, acelerador de partículas raro no mundo.
Curitibano Ricardo Rodrigues liderava o projeto Sirius, acelerador de partículas raro no mundo.| Foto: CNPEM

A comunidade científica brasileira está de luto pela morte do engenheiro curitibano Ricardo Rodrigues, de 68 anos, um dos principais cientistas do país. Ele liderava a equipe de engenharia do Projeto Sirius, acelerador de partículas que está na fase de testes em Campinas (SP), considerado o projeto científico mais ousado do Brasil na atualidade. Ele faleceu na última sexta-feira (3), em Campinas, vítima de câncer no pulmão.

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Ricardo era líder da equipe de engenharia que desenvolveu o primeiro acelerador de partículas do hemisfério Sul. O projeto permitiu que o Brasil ingressasse no seleto grupo de países com aceleradores de partículas, equipamento capaz de avaliar a estrutura do átomo. Entre as possibilidades que as pesquisas feitas no Sirius podem gerar está a criação de novos remédios, o aprimoramento de materiais usados na construção civil, na exploração de petróleo, além do desenvolvimento de produtos nas mais diferentes áreas da indústria.

Antonio Ricardo Droher Rodrigues se formou em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1974. Cursou doutorado em física no King’s College de Londres entre 1976 e 1979. Ricardo, como era conhecido, começou a carreira de professor no curso de Física da própria UFPR. Em 1984, foi para o Instituto de Física e Química da Universidade de São Paulo (USP), na cidade de São Carlos. Pela USP, criou em 1987 o Laboratório Nacional de Luz de Síncroton (LNLS), que anos mais tarde culminaria na construção do Sirius, equipamento de alta complexidade e raro no mundo.

Testes

Uma das maiores construções científicas do mundo, com 68 mil metros quadrados em forma de anel, com 500 metros de diâmetro, o Sirius começou a ser construído em 2014 e está na fase final para operar. O custo total do equipamento é de R$ 1,8 bilhão.

Pouco antes de morrer, em dezembro de 2019, Ricardo pôde acompanhar testes bem sucedidos no Sirius. Na ocasião, pesquisadores conseguiram obter imagens tomográficas mais detalhada dos órgãos de um rato, bem como da parte interna de rochas.

Ricardo era casado com a também cientista Liu Lin, líder do grupo de Física do Sirius. O cientista deixa também três filhos. Ele foi enterrado sábado (4) em Campinas.

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