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 | Arquivo da família/
| Foto: Arquivo da família/

José Meger não teve a sorte de nascer em uma família de posses. Naquela época, a lida no campo em uma cidade interiorana era a única opção para os filhos de Maria e Francisco Meger. José, o primogênito de sete filhos, nasceu em 19 de novembro de 1920, em Rio Azul, no Paraná. Com 5 anos já trabalhava na lavoura. A mãe morreu cedo e o menino ganhou mais quatro irmãos com o novo casamento de seu pai.

A vida foi difícil devido ao trabalho e aos maus-tratos por parte do pai e da madrasta. Em meio a um desentendimento sério com o pai, José pegou um trem para Castro e levou os irmãos. Tinha 14 anos. Apenas com a roupa do corpo, foi para a casa de uma tia, que o abrigou em troca de trabalho. Passadas algumas semanas, conseguiu um emprego em uma farmácia, depois foi ajudante de pedreiro e vendedor de pão na rua.

Após dois anos, José havia feito amizade com alguns estudantes locais que o incentivaram a estudar. Como na padaria não tinha condições devido à carga horária, decidiu procurar emprego como “sacristão” do padre. O vigário resolveu aceitar e, em troca de abrigo e comida, ajudava como zelador da igreja. Assim podia frequentar as aulas à tarde. Concluiu o primário e o ginásio.

Tempos depois, quando já tinha 21 anos, foi convocado para servir ao Exército em meio à Segunda Guerra Mundial. Apresentou-se no 15.º Batalhão de Infantaria, em Curitiba. Como tinha prática de escrever a máquina, o comandante aceitou que trabalhasse como datilógrafo na Divisão de Convocação de Reservistas. Foi quando convidou um dos irmãos, Thomaz, para ir estudar em Castro. Após terminá-los, ele também veio a residir em Curitiba.

José frequentou o científico à noite e pagava os estudos com o soldo do Exército. Seu objetivo era cursar uma faculdade. Concluída aquela etapa, fez inscrição para o vestibular de Medicina, mas foi impedido pelo comandante de fazer a prova, pois ainda era militar. Como só poderia estudar à noite, inscreveu-se no curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Paraná. Em 1945, com o fim da guerra, terminou também seu compromisso militar.

Por indicação de um capitão, chefe da repartição em que José trabalhava, conseguiu emprego de auxiliar de escritório na Indústria de Artefatos de Couro Ltda., no bairro Seminário, em Curitiba. Sem grandes perspectivas de ganho, resolveu fazer vestibular para Direito e cursou as duas graduações simultaneamente. Foi então que conheceu Zeni, também auxiliar de escritório na mesma indústria. Namoraram por algum tempo, até que ele se formou em Ciências Econômicas, e então puderam se casar. A cerimônia ocorreu 26 de fevereiro de 1949, na Igreja Santa Terezinha, na capital.

Era o tempo da ditadura de Getúlio Vargas. Continuou o curso de Direito e começou a advogar a partir do 4.º ano - naquela época a prática era permitida. Já com a inscrição da Ordem dos Advogados do Paraná, decidiu advogar em Rio Azul, Mallet e Irati.

Abriu um escritório de contabilidade em sociedade com outro contador em Rio Azul. Após concluir o curso de Direito, foi nomeado interinamente promotor da Comarca de Rebouças, onde permaneceu por dois anos. Acabou sendo exonerado e resolveu fazer o concurso para juiz de Direito. Tanto a nomeação quanto a exoneração foram motivadas por questões políticas. Passou em 4.º lugar no concurso e foi nomeado juiz da Comarca de Mallet. Assim, entregou o escritório de contabilidade a seu sócio.

O casal já tinha três filhos – Odilon, Marly e José Carlos –, quando nasceu Marilene, em Mallet. A esposa Zeni cuidou da educação dos filhos e da casa. Ela sempre esteve ao lado de José e zelava pela família que construíram juntos.

Como juiz substituto, atendeu as comarcas de União da Vitória, São Mateus do Sul e São João do Triunfo. Após cerca de seis meses, passou a juiz titular da mesma comarca. Depois de dois anos em Mallet, por merecimento, foi designado para a Comarca de Pato Branco. Toda a família se mudou para o Sudoeste.

O trabalho era intenso e exigia muita dedicação. As decretações de prisões eram constantes e muitos presos foram encaminhados à capital para evitar fugas e revoltas. Ele era tido como linha dura. Questões políticas motivaram pedidos à Corregedoria Geral da Justiça para removê-lo de lá. José passou a receber diversas ameaças de morte e a vida tornou-se muito tensa.

Também teve de enfrentar um “levante de posseiros”, em protesto contra os jagunços que praticavam crimes de várias espécies. Tomou providências perante os revoltosos para evitar perseguições e mortes. Foi chamado de comunista, sob a alegação de ter incentivado a revolta agrária. Foi investigado pelo Exército e pela Corregedoria, mas nada ficou comprovado.

Quando estava atendendo na Comarca de Santo Antônio do Sudoeste, sofreu um derrame de pleura e entrou em coma. Um médico o salvou. Sem condições de receber assistência no local, fretou um avião particular para ser transportado até Curitiba e concluir o tratamento. Diante do frágil estado de saúde, após retornar a Pato Branco, pediu transferência para a Comarca de Imbituva. Permaneceu como titular na nova comarca por sete anos. Nesse período nasceram os gêmeos Silvinei e Silvana. Aos sete meses, a menina faleceu em Curitiba devido à insuficiência cardíaca.

Após ser designado para a Comarca de Londrina, passou a titular da 1.ª Vara Criminal. Dois anos depois, foi finalmente transferido para Curitiba. Atendeu a diversas varas da capital, como Cível, Criminal, da Criança e do Adolescente, entre outras. Foi titular da 9.ª Vara Cível e, depois de sete anos, foi nomeado juiz do Tribunal de Alçada do Paraná. Atuou na 2.ª Câmara Cível, foi vice-presidente e, em 1985, passou a presidente desse tribunal. Em fevereiro de 1986, foi nomeado Desembargador, fazendo parte do Conselho de Magistratura, da Comissão de Concursos e Promoções e da Comissão de Regimento Interno.

Após mais de 36 anos de atividade, veio a aposentadoria compulsória por ter completado 70 anos, em novembro de 1990. Para José, o juiz deveria governar o povo de uma comarca, mas não no sentido político; mas no sentido psicológico, por meio de exemplos, virtudes e da coragem cívica e profissional.

Ao longo da trajetória, José aprendeu, ensinou e transmitiu o que de melhor acumulou. Viveu até os 96 anos e lutou até o fim. Deixou muitas lembranças boas e saudades à esposa Zeni, aos filhos - Odilon, Marly, José Carlos, Mari e Silvinei -, aos netos, e bisnetos.

Dia 5 de maio, aos 96 anos, em Curitiba.

Lista de falecimentos

Adão Adolfo Penkal, 54 anos. Filiação: Leonardo Penkal e Joana Surek Penkal. Sepultamento ontem.

Adão Garcia, 53 anos. Profissão: comerciante. Filiação: Júlio Garcia e Carolina dos Anjos. Sepultamento ontem.

Agostinho Romaniv, 59 anos. Profissão: marceneiro. Filiação: Vadislau Romaniv e Hilaria Tuczek Romaniv. Cerimônia hoje, no Crematório Perpétuo Socorro, em Campo Largo, saindo da capela do Cemitério Vertical de Curitiba.

Anderson Catai, 47 anos. Profissão: montador. Filiação: Valdemir Catai e Leonilce Silvestrini Catai. Sepultamento ontem.

Annibal Bond Carneiro, 90 anos. Profissão: empreiteiro. Filiação: Annibal Borges Carneiro e Odete Bond Carneiro. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde, saindo da capela número 03.

Antônio Batista, 90 anos. Profissão: lavrador. Filiação: Domingos Batista e Virgínia Maria de Lara. Sepultamento hoje, no Cemitério Parque Senhor do Bonfim, em São José dos Pinhais, saindo da residência.

Camila Jatczak Pereira, 69 anos. Profissão: do lar. Filiação: Watczek Jatczak e Apolônia Rafalski Jatczak. Sepultamento hoje, no Cemitério Vaticano, saindo da Capela Vaticano - Diamante.

Carlos Roberto Rodrigues Schoemberg, 69 anos. Profissão: motorista. Filiação: João Schoemberg e Coracy R. Schoemberg. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo do Cemitério Municipal de Ponta Grossa.

Carmelina Siqueira, 58 anos. Profissão: costureira. Filiação: Adão Gonçalves Siqueira e Francisca Pereira Siqueira. Sepultamento ontem.

Dinorah Annita Marins, 87 anos. Profissão: do lar. Filiação: Paulo Schoneweg e Annita Schoneweg. Sepultamento ontem.

Divanir Vicente Ferreira, 62 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: Elias Vicente Filho e Alice Celestino Vicente. Sepultamento ontem.

Elvira Moreira, 79 anos. Profissão: do lar. Filiação: Silvestre Popadiuk e Maria Popadiuk. Sepultamento ontem.

Fernanda Itelvina Kurowski, 30 anos. Profissão: do lar. Filiação: Adelino Kurowski e Antônia Kurowski. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo da residência.

George Garzuzi, 87 anos. Filiação: Elias José Garzuzi e Maria Leite. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo da Capela Municipal de Antonina.

Geraldo Fialho de Lima, 90 anos. Profissão: autônomo. Filiação: Antônio José Fialho e Noberta Franca de Jesus. Sepultamento ontem.

Gerson Antônio Gonçalves, 67 anos. Profissão: engenheiro. Filiação: Orlando Antônio Gonçalves e Hildegard Gonçalves. Sepultamento ontem.

Ivanir Villain Alves, 71 anos. Profissão: do lar. Filiação: Placidio Villain e Isaura Villain. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical, saindo do mesmo local.

João Sabino Salviano Alves, 37 anos. Profissão: corretor. Filiação: Sebastião José Salviano e Marly Alves Vilarinho. Sepultamento ontem.

Joel Faria, 70 anos. Profissão: técnico. Filiação: João Faria e Josepha Faria. Sepultamento ontem.

Jorge Ramon Senger, 64 anos. Profissão: eletricista. Filiação: Jorge Senger e Paulina Renê Leves. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo da capela número 03 do Cemitério Municipal São Francisco de Paula.

José Pedro Rodrigues, 54 anos. Profissão: comerciante. Filiação: José Tiago Rodrigues e Maria Zizina Rodrigues. Sepultamento ontem.

José Santo Miquelini, 67 anos. Profissão: metalúrgico. Filiação: Irineu Miquelini e Zenaide Fedoci. Sepultamento ontem.

Juvilia Ferreira Franca, 97 anos. Profissão: do lar. Filiação: Antônio Gregório Franca e Georgina Ferreira Campos. Sepultamento ontem.

Kimiko Miyashita, 96 anos. Profissão: do lar. Filiação: Kihachi Ishii e Taka Ishii. Sepultamento ontem.

Laureci José de Morais, 49 anos. Profissão: porteiro. Filiação: Aldecio Emiliano de Morais e Tereza da Roza Morais. Sepultamento hoje, no Cemitério Parque Senhor do Bonfim, em São José dos Pinhais, saindo da Capela São Lopoldo, em Curitiba.

Lia Deon, 85 anos. Profissão: do lar. Filiação: Otto Erich Winckler e Leonora Winckler. Sepultamento ontem.

Luiz André Assunção, 57 anos. Profissão: carpinteiro. Filiação: Túlio Assunção e Rafaela Assunção. Sepultamento no dia 13 de julho, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical.

Luiz Antônio Holmes, 55 anos. Profissão: autônomo. Filiação: Luiz Machado Homes e Maria Helena Almeida. Sepultamento ontem.

Luiz Frederico de Mello, 62 anos. Profissão: médico. Filiação: Pergentino de Mello Filho e Ruth Passagnolo de Mello. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Santa Cândida, saindo da capela número 02.

Maria Antônia Pereira, 88 anos. Profissão: do lar. Filiação: Georgina Maria da Silva. Sepultamento ontem.

Maria Aparecida Volante, 70 anos. Profissão: do lar. Filiação: Domingos Ernesto Volante e Talvija Frederico Volante. Sepultamento ontem.

Maria Luíza Carvalho, 85 anos. Profissão: do lar. Filiação: Rufino Carvalho e Maria Medeiros de Souza. Cerimônia hoje, no Crematório Vaticano.

Maria Magdalena Zacarchuka de Almeida, 74 anos. Profissão: do lar. Filiação: Estefano Zacarchka e Maria Zacarchuka. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal de Fazenda Rio Grande, saindo da capela número 01 do Cemitério Municipal Boqueirão.

Maria da Glória Padilha, 104 anos. Profissão: agricultor. Filiação: Olinto Padilha e Gertrudes Rodrigues Pinto. Sepultamento ontem.

Maria da Silva Ribeiro, 59 anos. Profissão: do lar. Filiação: Alonzo Pereira da Silva e Orizina Conrado dos Santos. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Colônia Orleans, saindo da residência.

Miracir de Matos Silva, 69 anos. Profissão: doméstica. Filiação: Dromondes Ribeiro de Matos e Maria José Matos. Sepultamento hoje, no Cemitério Vaticano, saindo da Igreja Chama Divina, no bairro Cajuru.

Neusa Arlete Favalli, 83 anos. Filiação: Pacifico Favalli e Adelina de Lourdes Flosi Favalli. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo da capela do Cemitério Gethsêmani, em São Paulo (SP).

Olga Perrone Bastos, 81 anos. Profissão: do lar. Filiação: José Perrone e Anita Marquezone Perrone. Sepultamento ontem.

Regina Chequin Endlich, 70 anos. Profissão: do lar. Filiação: Ricardo Chequin e Emma Lago Chequin. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial São Marcos, saindo da Capela Abranches.

Riguinel Garun Ribeiro, 38 anos. Profissão: segurança. Filiação: Riguinel Manoel Ribeiro e Maria Helena Garun. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal de Campina Grande do Sul, saindo da capela mortuária do local.

Roselis Geara, 55 anos. Filiação: Jorge Geara e Waldy Silva Geara. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde, saindo da capela número 02.

Sebastião Celestino Teixeira, 77 anos. Profissão: motorista. Filiação: Oriel Celstino Teixeira e Rita Maria de Souza. Sepultamento ontem.

Silvestre Kalaudino dos Santos, 77 anos. Profissão: lavrador. Filiação: José Kalaudino dos Santos Filho e Maria Pereira dos Santos. Sepultamento ontem.

Valdenes Cavalcante Vieira, 45 anos. Profissão: vigilante. Filiação: Antônio José Leonardo Vieira e Maria Cavalcante Vieira. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo da Capela Municipal de Tauá (CE).

Vânia do Carmo Moreira, 60 anos. Filiação: Pery Plinio Moreira e Helia Moreira. Sepultamento ontem.

Wellington Leal Bueno, 23 anos. Profissão: porteiro. Filiação: Antônio Carlos Cardoso Bueno e Zilda Garcia Leal. Sepultamento hoje, no Cemitério Parque Senhor do Bonfim, em São José dos Pinhais, saindo da residência.

Wilson Cordeiro, 80 anos. Filiação: Dorico Cordeiro e Pedrina Cardozo Cordeiro. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde, saindo da Capela Comunitária do Alto Boqueirão.

Zacarias Lourenço, 92 anos. Filiação: Antônio Lourenço e Isolina Ribeiro. Sepultamento ontem.

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