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Mário Petrelli obteve êxito nos ramos em que atuou e se envolveu com a política para ajudar no desenvolvimento do país
Mário Petrelli obteve êxito nos ramos em que atuou e se envolveu com a política para ajudar no desenvolvimento do país| Foto: Luciana Petrelli

Por si só, a trajetória de Mário José Gonzaga Petrellifalecido no dia 22 de abril, aos 84 anos, vítima de uma parada cardíaca – prova que ele foi uma pessoa fora da curva. Com destaque no mundo dos negócios desde jovem, fundou o Grupo RIC no Paraná e o Grupo ND em Santa Catarina, sendo um dos protagonistas e pioneiro do setor de comunicação no Sul do Brasil. A surpresa para a família foi receber, após seu falecimento, relatos de conhecidos da infância dele que atestaram seu caráter questionador, memória e capacidade de raciocínio além do comum, mostrando que características perenes de sua personalidade existiam desde muito cedo.

Mário nasceu em Florianópolis (SC), aos 15 anos mudou-se para Curitiba, onde viveu com o irmão mais velho com a bênção da avó Alice, cujo desejo era que ele alçasse voos mais altos. Ingressou no Colégio Estadual do Paraná, foi presidente do diretório estudantil e lá começou a exercitar sua veia política e o embate saudável de ideias. Outra área com a qual se envolveu nesta época foi a comunicação e o jornalismo. Atuou como repórter em jornais como O Dia e A Tarde, além de fazer cobertura política para o Diário do Paraná. Em 1959, completa a graduação em Direito pela Universidade Federal do Paraná.

Na mesma Curitiba em que estudou e formou família – casando-se com Dircéa Correa Petrelli e tendo cinco filhos – desenvolveu carreira empresarial. Alcançou os mais altos postos do setor de seguros, na Boavista Seguros, depois vice-presidente da Atlântica Boavista e, por fim, vice-presidente da Bradesco Seguros. Vanguardista no segmento, criou a maior apólice de seguros de vida do mundo na época e em seus companheiros de trabalho encontrou amigos que preservou por toda a vida.

A intensa vida social marcou os anos 1970 e 1980 do casal Mário e Dircéa. Adoravam receber amigos e família em casa, personalidades da sociedade e da política que transformavam os encontros em acontecimentos sociais. Foi Dircéa quem deu suporte para que Mário pudesse perseguir seus sonhos. “Sua generosidade, bondade e educação contribuíram para que a nossa família criasse os valores necessários para que os filhos florescessem”, recorda Leonardo Petrelli, filho e presidente do grupo RIC. Permaneceram juntos até o falecimento dela, em 2008.

Sempre articulador e com espírito público, o envolvimento de Mário com política no Paraná era no sentido de integrar e prezar pelo desenvolvimento do país. O filho Leonardo lembra de, desde cedo, conviver com figuras como Ney Braga, Jaime Lerner, José Richa, Paulo Pimentel e outros. “Mário era um animal político”, comenta Leonardo. A década de 1980 foi pontuada por sua volta à Santa Catarina, onde continuou no ramo de seguros, mas com forte viés para a política catarinense, e pelo início de sua investida pela comunicação.

Adquire duas rádios em Curitiba e uma TV em Chapecó. Por volta de 1986, inicia a criação do que viria a ser o maior grupo de comunicação do Sul do país com mais de dez emissoras de televisão, cinco rádios, jornais, revistas e portais de internet, hoje denominados Grupo RIC no Paraná e Grupo ND em Santa Catarina. Era sempre apresentado como fundador e presidente emérito. “Apesar de ficar pouco na rotina da gestão, foi o idealizador, estrategista e sobretudo o sonhador de tudo o que formamos em equipe”, frisa Leonardo.

Nos últimos dez anos, teve como companheira Mônica Buffara Petrelli, com que se casou. “Protetora e guia, mostrou a ele que era possível continuar voando no campo político, empresarial e social, agora em outra dimensão”, relata Leonardo.

Mário Petrelli deixa a esposa Mônica, cinco filhos e dez netos.

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