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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Após atrasos, aditivos no contrato e muita frustração da população, o Centro Esportivo Dirceu Graeser, que fica na Praça Oswaldo Cruz, no Centro de Curitiba, tem promessa de inauguração para dezembro deste ano - ou seja, daqui a dois meses. Fechado para reforma desde fevereiro de 2015, a reabertura do centro gera expectativa na população e em antigos usuários.

O professor de Educação Física Celso Martins é um dos “órfãos” do centro esportivo. Ele conta que fazia natação três vezes por semana no espaço, e que parou quando a piscina fechou para reforma. Martins fazia parte da equipe de natação que treinava no local, que acabou com a obra da praça. Ele recorda que a concorrência por horários era grande e lamenta a falta de opções gratuitas para a prática do esporte de maneira gratuita. “Era muito concorrido. Me inscrevi primeiro à noite, tive bom rendimento e aí fui para a manhã. É uma pena, passei na frente esses dias e pensei em tantos bons momentos que vivi lá. Foi um sentimento de perda”, relata.

Quem também ficou sem alternativa para a prática dos esportes foi Abner Souza. Hoje árbitro esportivo, ele salienta que frequentava o espaço desde a infância, que fez diversas atividades em ‘aulas’ promovidas pela prefeitura na praça e que agora vê que faltam espaços para isso na cidade. Pai de duas crianças, Souza revela que está ansioso para voltar às atividades e que quer seus filhos junto. “Tenho expectativa de voltar a frequentar o local. [Quero] levar meus filhos para aproveitarem o espaço também. Passou da hora de reabrir, estou ansioso para a reinauguração”, comenta.

A funcionária pública aposentada Sandra Dionísio, que mora em frente à praça, afirma que os arredores da praça eram inseguros, mas a situação havia melhorado um pouco em razão do módulo da PM no local. Entretanto, a insegurança voltou a preocupar por causa das obras. O problema, hoje em dia, está na movimentação de pessoas suspeitas, em grupos que provocam arruaça e na ocupação do espaço por moradores de rua. “Assalto tinha mais, agora não é tanto. O problema é que usam droga, bebem, ficam criando confusão. Já vi a polícia ir lá, mas se não fizerem o pessoal usar a praça de maneira ordeira, não vai mudar nada”, relata. “Quando tem algum esporte, os bandidos não ficam aqui. Mas agora, com esconderijo para todos os lados, fica mais fácil de eles agirem. Tem que acabar logo isso aí, com o tempo que tem essa obra, dava para fazer dois ginásios”, ressalta.

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Abaixo-assinado

Criadora de um abaixo assinado na internet para cobrar o término das obras da praça, a gerente de TI Rafaela Silva sente que perdeu parte de sua rotina desde o fechamento da quadra coberta da praça. Praticante de basquete, Rafaela conta que fez inúmeros amigos quando jogava na Oswaldo Cruz, e que a ideia do abaixo-assinado surgiu justamente em uma conversa com sua turma de jogo. “Estamos bastante chateados. A praça está fechada há tanto tempo, então tive essa ideia”. Há pouco mais de um mês e meio no ar, a campanha tem mais de 1,3 mil adeptos.

Sem a quadra coberta, o basquete foi transferido por um tempo para a quadra na parte externa. A mudança, porém, durou pouco tempo. Segundo Rafaela, a falta de manutenção e o abandono impossibilitaram o uso do lugar para a prática do esporte. “Foi ficando às traças, deteriorando. Enquanto dava, a gente foi usando, mas daí a quadra ficou sem aro, tiraram as linhas, não tinha manutenção. A gente parou de frequentar”, atesta.

Rafaela crê que o espaço é muito procurado por sua localização central, por sua conexão com o sistema de transporte coletivo e pelo número de pessoas que circulam pela região. Para ela, além da falta de condição para a prática de esportes, o aparente abandono favorece também a ação de criminosos. “É um espaço central, as pessoas correm lá, vão com as famílias para um momento de lazer, mas agora, além de não poder usar para jogos, se tornou perigoso”, afirma.

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Explicações

A promessa da administração municipal é entregar a obra concluída, em condições de uso, em dezembro. A administração anterior, que iniciou a reforma e fixou a entrega para fevereiro de 2016, afirmou que o primeiro atraso foi motivado pela retirada de antigas tubulações que estavam enterradas no local. Assim, o orçamento inicial acabou teve de ser majorado por causa dos imprevistos, o que adicionou R$ 300 mil ao preço inicial de R$ 3,2 milhões.

Segundo a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Turismo, responsável pelo Centro Esportivo, falta apenas a instalação do sistema de aquecimento da piscina e a vistoria final da Secretaria de Obras para que a reforma seja entregue à população.

Já em relação aos problemas com a manutenção do espaço relatados por alguns usuários, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente afirma que faz a jardinagem – manutenção geral e roçada - mensalmente na praça, e que tem programado para a próxima semana intervenções mais específicas, que envolvem a pintura dos equipamentos, reposição das estruturas da quadra (tabelas, linhas, traves), além da recomposição dos pedriscos que hoje formam a pista de caminhada.

Quanto aos problemas de transtornos causados no local, a Polícia Militar afirma que o posto que fica na praça está aberto 24 horas por dia para receber reclamações e denúncias da população. Além disso, a operação daquela unidade policial envolve rondas diuturnas, com motocicletas e veículos, no entorno da praça e na região central mais próxima.

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
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