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| Foto: Lineu Filho/ /Gazeta do Povo

O governo federal anunciou acordo para suspender greve dos caminhoneiros por 15 dias na noite desta quinta-feira (24). Mesmo com o acordo, os reflexos dos bloqueios nas estradas e da paralisação dos transportes de mercadorias ainda seguem afetando Curitiba. Nos quatro primeiros dias de greve, a capital enfrentou novos problemas, além da falta de combustível nos postos e, se a paralisação continuar, a situação tende a se agravar em alguns setores.

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Não vai ter greve de ônibus

Um alerta sobre o transporte coletivo: uma informação falsa circulou pelas redes sociais afirmando que teria greve de ônibus na sexta. Não é verdade. Segundo o Sindimoc, que representa motoristas e cobradores, não vai ter greve de ônibus. O que houve foi que a entidade prestou apoio à paralisação dos caminhoneiros. Mas esse apoio não significa que vai haver greve.

Pela manhã, viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar e da Guarda Municipal de Curitiba escoltaram caminhões-tanque que saíram da Repar até as garagens das empresas de ônibus para garantir o abastecimento dos ônibus do transporte coletivo. Segundo a prefeitura, os coletivos de Curitiba estão abastecidos ao menos até a próxima quinta-feira (31).

Supermercados

Para evitar o desabastecimento, nesta quinta-feira alguns supermercados de Curitiba passaram a limitar o número de produtos que cada cliente pode comprar. Pelo menos três redes já impedem que os curitibanos comprem quantos produtos quiserem. Os estabelecimentos ainda não têm previsão para retomar a normalidade das atividades, pois os fornecedores dos produtos permanecem parados nos bloqueios.

Ceasa

A greve de caminhoneiros afetou em pelo menos 80% o comércio de frutas e verduras do Ceasa de Curitiba. Nesta quinta a cena era incomum: boxes sem produtos e nada do corre-corre de carregadores, muitos dos quais estavam de braços cruzados. Frutas, por exemplo, já não são eram mais encontradas. A crise de abastecimento já afetou os preços. O saco de batata que custava R$ 80 passou para R$ 150 - no supermercado, o quilo saltou para R$ 5, o dobro do preço normal. A cenoura e o tomate também dobraram de preço. A previsão para esta sexta é de que os preços altos continuem sendo praticados e que cada vez menos produtos estejam disponíveis. Isso deve ocorrer até que haja a retomada do abastecimento.

Combustível

Postos que abusarem no preço podem ser multados e até fechados. Com a greve dos caminhoneiros afetando o abastecimento de gasolina e etanol, muitos postos começaram a aumentar os preços desde a quarta-feira (23). Por causa disso, o Procon-PR orientou a todos os consumidores a exigir a nota fiscal para comprovar que não foram vítimas de abuso por parte dos postos.

Nesta sexta, os curitibanos ainda devem enfrentar os transtornos causados pela falta de combustível. O que se viu até agora foram longas filas, espera de horas para abastecer e postos cada vez mais desabastecidos. A situação tende a piorar na capital.  No interior do Paraná e na Região Metropolitana de Curitiba, já há cidades totalmente sem combustível.

Gás de cozinha

Metade das revendas de gás de cozinha de Curitiba está sem estoque. De acordo com a Associação Brasileira de Entidades de Classe das Revendas de Gás LP (Abragás), 50% das revendas já não tinham mais botijões para vender na quinta e o problema deve piorar no fim de semana. Com a correria do consumidor para tentar armazenar botijões em casa, por causa da greve, houve uma aceleração na falta do produto . O presidente diz que a Abragás está monitorando a Agência Nacional de Petróleo desde quarta-feira (23), para ter parâmetro de da situação e planejar como agir.

Viagens interestaduais

A direção da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e Santa Catarina (Fepasc) fez um alerta aos passageiros que pretendem fazer viagens interestaduais. “O melhor é cancelar a viagem. A recomendação é ficar em casa”, recomendou o diretor Thadeu Castello Branco.

Com o combustível praticamente desaparecendo dos postos e bloqueios em várias rodovias, as empresas de transporte rodoviário cogitam suspender a venda de passagens e a recomendação do setor é que os passageiros fiquem em casa nos próximos dias por questões de segurança.

Hospitais

Uma das consequências mais graves da paralisação dos caminhoneiros foi o estado de alerta dos hospitais da cidade. Alguns sinalizaram o desabastecimento de alimentos e medicamentos .

A boa notícia é que representantes do governo do estado, da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e lideranças dos caminhoneiros decidiram que os veículos contendo cargas prioritárias serão liberados já a partir desta sexta-feira (25). Produtos como ração animal, insumos hospitalares, produtos químicos para tratamento de água, carga viva e, também, veículos de urgência e emergência poderão passar pelos bloqueios com um adesivo da Defesa Civil.

Universidades

A UFPR suspendeu aulas em três campi por causa da greve dos caminhoneiros. São eles: Litoral, Toledo e Jandaia do Sul. Embora as aulas e demais atividades da UFPR sigam normalmente em Curitiba, Palotina e no Centro de Estudos do Mar, a universidade informou que “avalia permanentemente a situação e comunicará qualquer alteração que se torne necessária em função da paralisação”. Além da UFPR, as aulas também estão suspensas na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

Restaurantes

Sem boa parte dos produtos, restaurantes de Curitiba estão em alerta e temem fechar. Diversos estabelecimentos já estão preocupados com a situação. A rede Madero, por exemplo, informou que alguns produtos já começarem a faltar nos restaurantes. Por causa disso, a empresa não descarta a possibilidade de fechar algumas unidades – caso a greve permaneça nos próximos dias. Em outros bares, pode faltar também chope e cerveja.

Para Fabio Aguayo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), há preocupação também com as entregas. “Se continuar faltando combustível, o serviço deve ficar comprometido em Curitiba”.

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