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 | Raquel Portugal e Rodrigo Méxas/FIOCRUZ
| Foto: Raquel Portugal e Rodrigo Méxas/FIOCRUZ

Apesar de não estar entre as regiões do país onde a vacinação contra febre amarela é recomendada pelo Ministério da Saúde, Curitiba segue em alerta para garantir que a doença não chegue à cidade. Mesmo sem casos registrados nos últimos dez anos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) pede para que a população tome a vacina caso vá viajar para o interior do Paraná ou para os estados onde a imunização é recomendada, como São Paulo e Rio de Janeiro. Se alguém for infectado em outro local e retornar para Curitiba, pode fazer com que a doença se espalhe caso seja picado pelo mosquito Aedes aegypti, um dos transmissores da doença. A vacina está disponível em todas as 110 unidades básicas de saúde da capital.

Para a médica infectologista do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Marion Burger, o primeiro passo para evitar a febre amarela é entender como ela é transmitida. Segundo ela, o vírus é transmitido por três mosquitos distintos: Haemagogus e Sabethes, que propagam a doença nos meios rurais e silvestres, além do próprio Aedes, responsável pela transmissão em zonas urbanas. No entanto, não há registro deste tipo no Brasil desde 1942.

“Como todos os casos registrados no país atualmente são silvestres, a maneira de identificarmos se o vírus está presente em uma região é verificando se há macacos infectados, pois esses animais são as primeiras vítimas da doença. É como se estivéssemos em uma batalha em que o macaco é o sentinela, na linha de frente, vigiando se o inimigo está se aproximando. Se ele não estiver lá, nós seremos atacados sem aviso”, exemplifica.

Diante da importância dele para o controle da doença, a infectologista reforça que ninguém deve matar o macaco. O que deve ser feito é informar imediatamente a Secretaria Municipal de Saúde ao encontrar esse animal morto. “O macaco não transmite a doença. Ele apenas nos avisa que o perigo está perto. Então, se houver macacos mortos em alguma região, é necessário ligar imediatamente para nós, para que esses animais sejam recolhidos e examinados. Assim, saberemos se foram infectados”. Os telefones para contato são o 156 - canal oficial da prefeitura de Curitiba - ou o 0800 643 8484, da Secretaria de Estado de Saúde (Seda).

Ainda de acordo com Marion, até o momento, não há registro de mortes de macacos no Paraná, seja por suspeita de febre amarela ou por ação humana.

Combate ao mosquito

Assim, o combate nas cidades é contra o Aedes Aegypti, que pode picar uma pessoa infectada e transmitir o vírus a outras pessoas. “Esse mosquito também transmite o zika, a chikungunya e a dengue, então é necessário tomar todos os cuidados para evitar sua proliferação”.

Para isso, o Ministério da Saúde orienta que todos os vizinhos estejam unidos no combate aos criadouros do mosquito, deixando garrafas vazias ou baldes sempre virados para baixo, caixas d’água, poços e piscinas tampados e jamais juntando entulho no quintal ou nas ruas. Além disso, pneus precisam ser guardados e é importante usar repelentes, instalar telas de proteção nas janelas ou mosquiteiros nas camas.

Curitiba não tem registro da febre amarela e não está entre as cidades com recomendação para vacina

Vacinação

Além desses cuidados para evitar casos urbanos da febre amarela, todos os curitibanos que pretendem viajar para o Norte, Oeste e Sul do Paraná, participar de trilhas, acampamentos ou passear em outros estados onde a imunização é recomendada devem estar vacinados dez dias antes da viagem. Entre os locais de risco, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), está todo o estado de São Paulo. A lista completa e atualizada das cidades brasileiras com a recomendação está disponível no site do Ministério da Saúde.

“Mas aqueles que já tomaram a vacina em algum momento da vida não precisam fazer nenhuma dose adicional”, informa a médica infectologista do Centro de Epidemiologia. Isso ocorre porque, desde 2016, a OMS afirma que uma única dose é válida para a vida toda. “Aquela história de que a dose completa da vacina é válida somente por dez anos caiu por terra”, completou. Vale ressaltar também que as crianças podem tomar a dose padrão da vacina a partir dos nove meses de idade.

Devido à demanda, estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia estão aplicando doses fracionadas da vacina. Uma dose é diluída para ser dada a cinco pessoas. Isso não acontece em Curitiba, que disponibiliza a dose completa.

Estoque suficiente

Na capital paranaense, a dose completa da vacina pode ser tomada em qualquer uma das 110 unidades básicas de saúde distribuídas pela capital. Para isso, basta apresentar o documento de identidade (RG) no local escolhido de segunda a sexta-feira. Os endereços e horários estão disponíveis no site da Secretaria de Saúde de Curitiba.

Segundo a pasta, há estoque suficiente na rede de saúde para atender quem vai viajar para áreas de risco. Entre o dia 1.º de dezembro até a última sexta-feira (12), foram aplicadas 5.587 vacinas na rede pública da capital.

No entanto, a secretaria informa que podem ocorrer faltas pontuais em algumas unidades de saúde devido à procura no decorrer do dia. Nesses casos, a reposição no estoque ocorrerá no dia seguinte.

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