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Orientação aos pais e professores  é para que conversem  os adolescentes sobre os  riscos do jogo e procurem ajuda | Pixabay/Divulgação/Pixabay
Orientação aos pais e professores é para que conversem os adolescentes sobre os riscos do jogo e procurem ajuda| Foto: Pixabay/Divulgação/Pixabay

Depois de registrar cinco tentativas de suicídio de adolescentes na madrugada desta terça-feira (18), a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (SMS) emitiu um alerta a pais, profissionais de saúde, profissionais de educação e adolescentes da cidade sobre o jogo Baleia Azul, que está se popularizando e fazendo vítimas em diversos lugares do mundo. Há preocupação também em relação ao seriado do Netflix “13 Reasons Why”, que conta a história de uma adolescente que comete suicídio. (Leia mais sobre o seriado abaixo.)

“Não temos como confirmar a relação, mas nos chama a atenção o padrão similar dos casos”, alerta a coordenadora de Saúde Mental da secretaria, Flávia Adachi. Os adolescentes, com idades entre 13 e 17 anos, ingeriram medicamentos. Após o atendimento, eles foram encaminhados a Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Além desses, outros dois casos semelhantes foram registrados posteriormente.

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No jogo, que teria surgido como uma notícia falsa divulgada por um veículo estatal russo - e acabou ganhando adeptos verdadeiros, um grupo de organizadores chamados “curadores” propõe aos adolescentes 50 desafios, que passam por assistir a filmes de terror registrando o momento em fotos e se automutilar desenhando baleias com instrumentos afiados no corpo, até chegar ao desafio final: o suicídio.

Conforme Flávia, são três os eixos principais que devem ser trabalhados para evitar que mais jovens se envolvam com o jogo e acabam se machucando: a atenção, o acolhimento e a busca por ajuda.

No âmbito da atenção, a especialista diz que os participantes apresentam mudanças de comportamento às quais pais, professores e todos aqueles que convivem com esses jovens devem ficar atentos, como isolamentos e se manter acordado durante a madrugada. “É importante que se possa dialogar com esses jovens [que apresentarem mudanças de comportamento] para entender o que está por trás desses comportamentos”, orienta Flávia.

A representante da SMS diz ainda que os pais devem ficar atentos ao uso da internet feito pelos filhos, buscando formas de acompanhar que tipo de filme eles estão assistindo, com quem conversam e por quais sites navegam.

Para isso, porém, é preciso adotar uma postura acolhedora e evitar um comportamento mais coercitivo: conversa franca sobre as questões da vida do adolescente e os perigos dos desafios propostos é vista como a melhor forma de evitar que os jovens se envolvam com o jogo. É preciso ainda se mostrar disponível para dar apoio e levar a quem possa oferecer ajuda profissional ao adolescente, se necessário. “O adolescente precisa ver a família como ponto de suporte”, resume Flávia.

Segundo ela, orientações sobre o acolhimento também estão sendo repassadas às equipes das unidades de saúde, para que pais e jovens recebam as orientações e a ajuda necessárias caso haja envolvimento com o jogo ou qualquer sinal de o adolescente representa um risco para si mesmo.

Para os jovens, Flávia deixa um recado: é importante que lembrem que há lugares onde eles podem buscar ajuda caso precisem. “É importante que eles saibam que eles vão ser acolhidos e vão ter espaço de escuta e pessoas capacitadas para apoiá-los e ajudá-los a enfrentar o que estão passando”, diz

Nesse sentido, a prefeitura informou ainda que vai desenvolver ações de prevenção ao suicídio nas escolas da cidade.

13 Reasons Why

Além do jogo, o seriado do Netflix “13 Reasons Why”, que conta a história de uma adolescente que comete suicídio e deixa uma série de fitas explicando seus motivos, também gera preocupação de especialistas e autoridades.

Apesar de o debate levantado acerca do bullying, da depressão e suicídio ser considerado positivo, principalmente porque acarretou num aumento de 170% nos acessos ao Centro de Valorização da Vida (CVV), a Associação Paranaense de Psiquiatria (Appsiq) diz que o seriado falha ao não abordar todos os temas da forma como deveria. Conforme a associação, seria preciso falar sobre o adoecimento mental da personagem, não dar a impressão de que a busca por ajuda é inútil e evitar associar o suicídio à vingança e à culpabilização.

Nesse caso, porém, a orientação é de que os pais assistam à série com os filhos, conversando sobre os temas abordados.

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