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Eduardo Purkote que não tem nada a ver com a morte de Daniel registrou BO pelas ameças que vem sofrendo nas mídias sociais. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Eduardo Purkote que não tem nada a ver com a morte de Daniel registrou BO pelas ameças que vem sofrendo nas mídias sociais.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A Polícia Civil prendeu quinta-feira (15) Eduardo Purkote, 18 anos, o sétimo suspeito de envolvimento no assassinato do jogador Daniel, cujo corpo foi encontrado com a cabeça quase degolada e o pênis decepado no dia 27 de outubro em um matagal em São José dos Pinhais, região de Curitiba. Entretanto, um homônimo vem sofrendo ataques na internet desde que o nome do suspeito foi divulgado.

Eduardo Purkote, de 20 anos, não tem só o nome em comum com o detido. Os dois também têm irmão gêmeo, moram em São José dos Pinhais e até mesmo são parecidos fisicamente. Preocupado com as mensagens e ameaças, ele procurou a delegacia do município na manhã de quinta-feira (15) para realizar Boletim de Ocorrência (BO) .

A semelhança causada nas mídias sociais foi amplificada porque alguns veículos de comunicação divulgaram a foto do jovem inocente em reportagens no dia da prisão do suspeito. Depois disso, dezenas de mensagens ameaçadoras passaram a ser enviadas no perfil do Facebook do rapaz. As ameaças foram anexadas ao Boletim de Ocorrência.

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O suspeito

A investigação do assassinato de Daniel, que teve passagem pelo São Paulo e Coritiba e estava no São Bento (SP), aponta que além de arrombar a porta do quarto, o Eduardo Purkote suspeito teria participado da agressão na casa do empresário Edison Brittes Jr , assassino confesso do caso, e quebrado o celular do jogador. O jovem também participou da conversa entre a família Brittes e mais uma testemunha em um shopping de São José dos Pinhais em que o grupo combinaria a versão que iria ser apresentada à polícia. Purkote também é investigado se foi ele quem entregou a Edison a faca que matou Daniel.

Purkote foi um dos suspeitos que o assassino confesso de Daniel que Edison tentou preservar na primeira versão apresentada do crime. Tanto à polícia, quanto em entrevista à RPC TV, o assassino afirmou que ele mesmo havia arrombado a porta do quarto onde estavam o atleta e a esposa dele Edison, Cristiana Brites, 35 anos, que mantém a versão de que o jogador teria tentado estuprá-la. Depois, mudou de versão, alegando que quem realmente arrombou a porta foi Purkote. A primeira versão foi apresentada, segundo o advogado de Brittes, Claudio Dalledone, para preservar o jovem, enteado de um político influente de São José dos Pinhais, o ex-vice-prefeito Jairo Melo

Purkote deve prestar depoimento segunda-feira (19). Seguem presos além de Edison, Cristiana , a filha do casal, Allana Brittes, e Purkote os também investigados Eduardo da Silva, 19, Ygor King, 18, e David Willian, 19.

O caso

O corpo do jogador foi encontrado na manhã do dia 27 de outubro com sinais de tortura. A vítima tinha o pescoço quase degolado e o pênis decepado. Daniel veio a Curitiba para a festa de aniversário de Allana Brittes, filha de Edilson Brittes Jr, no dia 26 de outubro. Após participar da comemoração em uma casa noturna no bairro Batel, o jogador foi para outra festa, na casa de Edison, dono de um mercado em São José dos Pinhais.

À polícia, o empresário admitiu ter matado o jogador após tê-lo flagrado tentando estuprar sua esposa - versão questionada pela investigação. Daniel foi espancado na casa da família e levado para um matagal no porta-malas do carro de Edison. Segundo o empresário, ele decidiu matar o atleta com uma faca que tinha no carro. Entretanto, a polícia investiga se ele não pegou a faca de dentro de casa.

Daniel chegou a enviar via Whatsapp a um amigo imagens dele ao lado da esposa de Edison na cama do casal, o que teria levado o empresário a cometer o assassinato. Nas fotos, Cristiana dorme enquanto o jogador faz caretas.

Antes de ser preso, Edison chegou a ligar para a família e amigos de Daniel para prestar solidariedade. Allana também trocou mensagens com uma parente de Daniel afirmando que não houve briga na casa da família e que o jogador foi embora sozinho na noite do assassinato.

Daniel teve passagem apagada pelo Coritiba em 2017, prejudicada por lesões. Natural da cidade de Juiz de Fora (MG), teve também passagens por Cruzeiro, Botafogo, São Paulo, Ponte Preta e estava atualmente no São Bento de Sorocaba (SP). O corpo do jogador foi enterrado no dia 31 de outubro na cidade de Conselheiro Lafaiete, também em Minas Gerais.

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