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Claudio com a esposa Erika e as filhas: vendas dos cachorros-quentes na ação solidária ao Hospital Pequeno Príncipe foi acima do esperado.
Claudio com a esposa Erika e as filhas: vendas dos cachorros-quentes na ação solidária ao Hospital Pequeno Príncipe foi acima do esperado.| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

A lanchonete Barraca do Claudio, no bairro Tarumã, ficou pequena para a solidariedade dos curitibanos na última segunda-feira (9). A doação para o Hospital Pequeno Príncipe de toda a venda de hot dogs no Dia do Cachorro-Quente lotou o estabelecimento.

A expectativa de vender 1.000 sanduíches foi superada. Das 11h30 à meia-noite, foram 1.329 cachorros-quentes, totalizando pouco mais de R$ 16 mil que serão entregues na próxima segunda-feira (16) à direção do hospital referência nacional em pediatria. O dinheiro será destinado a assistência social e pesquisa da instituição.

A ação solidária foi iniciativa do casal Claudio José Rodriges Boa Morte e Erika Cristina Martucci, donos da lanchonete. Em 2016, a filha do meio deles, Manuela, hoje com 6 anos, foi diagnosticada com câncer no rim esquerdo. Tratada no Pequeno Príncipe, onde teve retirado o rim e passou por sessões de quimioterapia, a menina está curada e agora só vai ao hospital para consultas de rotina.

“Foi um desafio enorme organizar tudo, mas a sensação é de que fizemos algo imensurável, muito além desse dinheiro que vamos entregar ao hospital. Agradeço a todos pela solidariedade: os clientes, minha equipe, os fornecedores, minha família e os voluntários”, comemora Claudio.

Os clientes que não puderam ir à lanchonete segunda-feira, aliás, ligaram encomendando um sanduíche de doação ao hospital para esta terça. “E nós vamos atender”, reforça Claudio.

O movimento no dia da ação solidária foi cinco vezes maior do que de uma segunda-feira comum. E isso que a equipe não pôe dar atenção aos pedidos de delivery, que não foram feitos por causa do grande movimento na lanchonete. “Mesmo assim o telefone não parou de tocar um segundo de gente querendo comprar cachorro-quente para ajudar o hospital”, afirma o comerciante. “Teve gente até de outros estados que ligou e aí explicamos que a ação era presencial e encaminhamos o contato do hospital para que pudessem doar diretamente”, revela Claudio.

Claudio e a filha Manuela, que tratou no Hospital Pequeno Príncipe um câncer no rim.
Claudio e a filha Manuela, que tratou no Hospital Pequeno Príncipe um câncer no rim.| Jonathan Campos / Gazeta do Povo

Além dos 21 funcionários, 25 voluntários ajudaram nas vendas, entre parentes e amigos – muitos deles clientes e fornecedores. “A minha fornecedora de frios, por exemplo, trouxe seis pessoas da família para ajudar”, aponta Claudio. A corrente de solidariedade também contou com desconto dos fornecedores e com um condomínio comercial vizinho à lanchonete que cedeu gratuitamente o estacionamento aos clientes da barraca.

Até os pais do comerciante entraram na dança. Dona Maria da Glória Boa Morte, 76 anos, e seu Otávio Rodrigues Boa Morte, 81 anos, inicialmente iriam à lanchonete apenas para ficar com a família. “Quando vi, minha mãe já estava limpando as mesas e meu pai ajudando a lavar a louça”, orgulha-se Claudio. Isso quando não eram os próprios clientes que limpavam as mesas para os clientes que chegavam.

Já de madrugada, após o fechamento da contabilidade e a limpeza da lanchonete, Claudio agradeceu o esforço de todos na ação. Inclusive a pequena Manuela. “Minha filha mais velha foi para casa com meu pai e a mais nova dormiu aqui mesmo na lanchonete. Só a Manu ficou acordada até o fim. Ela estava muito feliz, mesmo sem entender direito que tudo isso aconteceu para agradecer a vida dela”, diz Claudio.

Semente

Claudio acredita que a doação ao Pequeno Príncipe de segunda-feira seja só a semente da ação solidária não só na Barraca do Claudio, mas também em outros estabelecimentos. O objetivo agora é de que o dia 9 de setembro entre de vez no calendário da lanchonete. “Só que na próxima vou ter que arranjar outro lugar, porque a loja ficou pequena para tanta gente. E esperamos também contar com mais voluntários”, confia o comerciante.

A iniciativa já virou exemplo para outros comerciantes. “Alguns amigos donos de pizzarias me disseram que também querem colaborar com instituições beneficentes. Eles me falaram ‘puxa, como não pensei nisso também’”, revela Claudio.

Empresas que desejem fazer ações de solidariedade com o Hospital Pequeno Príncipe podem entrar em contato com o setor de Novos Projetos pelo telefone (41) 2108-3884.

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