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Cine Passeio recebeu 25 mil pessoas em quatro meses
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Quatro meses depois de sua inauguração é possível dizer que o Cine Passeio caiu no gosto do público curitibano. Abertas no final do mês de maio, as duas novas salas públicas de cinema de rua da cidade, os Cine Ritz e Luz, e todo o complexo que as envolve, receberam cerca de 25 mil pessoas, segundo dados da Fundação Cultural de Curitiba (FCC).

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Além de trazer destaque para o cinema de rua, fez com que a região da Rua Riachuelo ganhasse uma movimentação diferente, principalmente aos finais de semana.

O público superou as estimativas dos gestores do espaço para este período inicial. “Imaginávamos que a inauguração de um novo espaço cultural atrairia interesse. Sentíamos a expectativa do público e nos preparamos para entrar em operação com fluxo grande. Mas os resultados estão além do esperado e crescendo, o que mostra que o público está voltando e divulgando o espaço”, comemora Marino Júnior presidente Instituto Curitiba de Arte e Cultura (ICAC), instituição sem fins lucrativos que administra o Cine Passeio.

Neste primeiro quadrimestre, o campeão de audiência foi o drama espanhol mais recente do diretor Pedro Almodóvar, Dor e Glória. Segundo Marden Machado, um dos curadores do Cine Passeio, a expectativa inicial era que o filme ficasse em cartaz por cerca de duas semanas.

O filme com Antonio Banderas e Penélope Cruz, porém, chegou a sua oitava semana nesta terça (6) com taxa de ocupação de 85% da sala Luz, que tem 90 lugares.

“Foi o filme que se comunicou com mais propriedade com o público que frequenta do espaço. Almódovar é um artista que atinge um público grande e fazia tempo em que ele não criava um filme tão bom”, disse Marden.

Outros filmes como Rocketman, cinebiografia de Elton John, ou o thriller argentino O Anjo tiveram carreira maior do que imaginou a curadoria, mostrando que havia uma demanda reprimida de público de cinema para filmes e salas não comerciais.

Mais de 50 filmes já foram exibidos nas duas salas principais, seja nas sessões regulares – de terça a domingo – ou nas sessões especiais como as matinês infantis de domingo, a sessão da meia-noite às sextas e sábados ou as sessões ao ar livre que acontecem uma vez por no terração do terceiro piso.

A seleção conseguiu mesclar de filmes de arte que não teriam espaço nas salas comerciais da cidade, como o suspense alemão Bar Luva Dourada, com títulos de maior apelo popular como, por exemplo, os últimos dois filmes da franquia Homem-Aranha ou a animação Toy Story.

Outra estratégia de programação que deu certo são os horários intercalados nas salas de modo que sempre há uma sessão prestes a começar.

Assim, a curadoria consegue “pescar” alguns visitantes eventuais. “O espaço é bonito e aconchegante. Já é um novo ponto turístico e muita gente vem conhecer e acaba ficando”, relata Machado.

O projeto de revitalização do prédio histórico que foi um quartel do exército até o início dos anos 1990 na esquina das ruas Riachuelo e Carlos Cavalcanti, colocou luz também a uma cafeteria que está no complexo.

Administrado pela empresa Cofeeterie, prioriza produtores com produtos locais como vinhos, cervejas e cafés de produtores da região metropolitana.

Ponto de encontro

O espaço já virou ponto de encontro de cinéfilos como o dramaturgo Edson Bueno, vencedor de dois Kikitos de melhor roteiro no festival de Gramado, e famoso na cidade por ter assistido e anotado milhares de filmes.

Bueno há mais de 40 anos anota todos os filmes que viu mas nos últimos anos tinha trocado as salas de cinema por um projetor montado na sala de ensaios de seu grupo teatral. O advento do Cine Passeio o tirou de casa.

“Voltei a curtir ir ao cinema, viver a deliciosa experiência do prazer artístico. Você encontra muita gente amiga e colega por lá. E, de repente, você se vê fazendo uma coisa que há muito tempo não fazia. Conversar sobre filmes, discutir linguagens, trocar opiniões pessoalmente e não pelas redes sociais”, disse.

Para ele, os novos cinemas deram "upload na autoestima curitibana". "O Cine Passeio é um dos lugares mais charmosos, elegantes da cidade. Intimidade, qualidade de som e imagem, recepção de primeira e filmes são a receita para um amante do cinema se sentir a pessoa mais privilegiada do mundo", disse.

10 anos

O complexo Cine Passeio demorou dez anos para sair do papel. A ideia do projeto surgiu ainda na gestão de Beto Richa na prefeitura. A execução da obra passou por três diferentes gestões municipais, as dos prefeitos Luciano Ducci, Gustavo Fruet e Rafael Greca.

A reforma do complexo custou R$ 9,8 milhões. Deste montante R$ 6,3 mi já foram empenhados pelo munícipio para a conclusão das obras de reforma do prédio e mais R$ 2,5 mi foram usados na licitação para compra de equipamentos.

Os recursos para a conclusão do Cine Passeio foram obtidos pela venda de títulos de potencial construtivo: papéis emitidos pelo município que permitem que os compradores ampliem as dimensões de obras com limitações impostas pela lei municipal de zoneamento e uso do solo urbano.

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