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Bruna Wladyka, fundadora do projeto Elas Pilotam.
Bruna Wladyka, fundadora do projeto Elas Pilotam.| Foto: Bruna Wladyka/Arquivo Pessoal

Em duas rodas, toda viagem ganha uma nova perspectiva. E não é apenas sobre o destino: é, principalmente, sobre o trajeto, que no comando ou na garupa de uma moto transforma-se em uma experiência prazerosa e inesquecível. Pensando nos apaixonados de longa data, mas também nos iniciantes, a Pinó entrevistou três representantes de movimentos de motociclistas de Curitiba que deram sugestões de passeios para serem feitos com tranquilidade em um único dia. Eles têm entre uma e cinco horas de duração, já somando ida e volta, e podem ser feitos sozinhos, em grupo ou com a família.

A seguir, Carol Gaya, diretora do Medusa’s Moto Clube; Rafael Zanon Seiler, vice-diretor do grupo de Motorcycle do Clube Curitibano e Bruna Wladyka, fundadora do projeto Elas Pilotam, trazem algumas dicas que só quem conhece bem o trajeto poderia dar:

1. Caminho Trentino, em Piraquara (30km)

A apenas 30 quilômetros de Curitiba, você pode visitar uma simpática vila italiana do século XIX. É o Caminho Trentino, estrada histórica que liga o centro de Piraquara à Colônia Santa Maria, localizada na região rural. Fundada em 1878 por 59 famílias da região de Trento, na Itália, é a única colônia trentina de todo o Paraná. O principal símbolo do caminho é a Igreja Nossa Senhora D’Assumpção, cuja primeira capela foi construída no ano de chegada dos imigrantes à região.

“Tem essa parte turística do caminho, que é essa estradinha bem gostosa que dá em uma igreja superbonita, com casinhas centenárias de madeira”, conta Bruna Wladyka. Mas o destaque do trajeto fica por conta da represa, que corta a estrada Nova Tirol. “A estradinha passa pelo meio da represa, então tem água dos dois lados. É muito bonito de passar”, conta Bruna. “Se você quiser, pode passar pela igreja que aí começam algumas estradas de chão. Quem gosta de fazer passeios off-road, consegue ir além”, pontua.

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Pertinho de Curitiba, o Caminho Trentino é um trajeto histórico para fazer um bate-volta.| Bruna Wladyka/Arquivo Pessoal

Paralelo ao passeio de moto, Bruna sugere conhecer o rico comércio local, repleto de produtos típicos, ou fazer uma pausa na Cave Colinas de Pedra, que fica a menos de 20 minutos do caminho. No local é servido almoço, além de contar com um café e visitação à cave, construída em um túnel de trem desativado. É preciso fazer reserva antecipada.

Já quem curte fazer trilhas também pode aproveitar a região de Piraquara, que oferece várias opções de passeios nesse estilo, como o Morro do Canal, a cerca de 10 km do Caminho Trentino. “Você pode estacionar a moto e fazer uma trilha, ou continuar a conhecer Piraquara, que tem uma região turística muito legal para ir de moto. Às vezes, a gente não sabe que temos coisas tão legais pertinho de nós”.

O caminho é bastante tranquilo. “Não é uma estrada difícil. Até chegar em Piraquara você vai por Pinhais, as obras estão feitas, a estrada está bem legal. Chegado em Piraquara, você vai sair pelo centrinho e já cair na estrada, que é bem pavimentada. Teve reformas da prefeitura, então é bem legal para iniciantes fazerem”, conta Bruna. A única atenção é em relação à chuva: como a estrada Nova Tirol é, em parte, feita de paralelepípedos de concreto, é preciso certo cuidado com os pneus em caso de chuva.

2. Serra Dona Francisca, em Joinville (140km)

Para quem deseja fazer um passeio mais longo, Carol Gaya, diretora do Medusa’s Moto Clube, recomenda a Serra Dona Francisca, na região norte de Joinville, próximo à divisa com o Paraná. “Em Santa Catarina, todo mundo fala da Serra do Rio do Rastro, mas aqui é mais próximo, dá para fazer em um dia. Indo pela BR-116 você consegue sair às 8h da manhã e chegar na hora do almoço”, conta.

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Serra Dona Francisca.| Valeria Grams/Wikimedia Commons

Cheia de curvas sinuosas morro abaixo, a estrada corta um espaço de preservação de Mata Atlântica, o que permite aos visitantes uma bela vista. Assim, a recomendação de Gaya é fazer uma pausa no mirante que há durante o trajeto para observar a serra. “O que eu indico é ir pela BR-116. Chegou em Santa Catarina, desce pela Serra da Dona Francisca, tem um mirante e uma rota de cachoeiras muito bonitos”. Outra pausa sugerida é no Lote 66 Natureza Biker (BR-418, km 66, Campo Alegre, SC), antes da Serra, onde é possível alugar uma churrasqueira, fazer seu próprio churrasco com insumos do comércio próximo e relaxar antes de pegar a estrada novamente.

No retorno, passando por Garuva pela BR-376, Gaya recomenda pegar a Estrada Bonita, na qual está localizado o Museu Duas Rodas, com mais de 300 motos e bicicletas em exposição. Por lá, também é possível parar e tomar um café colonial.

Sobre a estrada, apesar das curvas, Gaya afirma que é uma boa oportunidade para iniciantes treinarem. “Ela é tranquila, não é escorregadia como as outras aventuras de serras serpenteadas. Mas precisa prestar atenção”, afirma. E a segunda dica é: vá bem agasalhado. “É o Sul. Passou das 16h da tarde, é uma região muito alta e muito fria”.

3. Parque Histórico de Carambeí, em Carambeí (150km)

Carambeí é um município do interior do Paraná, representante de nossos Campos Gerais. Esse é o destino escolhido por Rafael Zanon Seiler, vice-diretor do grupo de Motorcycle do Clube Curitibano, para curtir uma viagem tranquila e mergulhar em novas culturas. Isso porque a cidade abriga uma colônia holandesa, cuja tradição se preserva até hoje na arquitetura, gastronomia e nos eventos.

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O Parque Histórico de Carambeí preserva a história dos imigrantes holandeses no Paraná.| Rafael Zanon Seller/ Arquivo Pessoal

O trajeto escolhido para ir de Curitiba a Carambeí é pela BR-277, com dois pedágios que garantem a qualidade da estrada. A sugestão é sair de manhã para chegar ao parque na hora do almoço, em uma viagem que dura cerca de duas horas. “Escolhi o Parque Estadual de Carambeí primeiro pela cultura do parque, mas também para prestigiar o nosso estado. Lá, podemos apreciar a cultura e a gastronomia holandesa e também indonésia, que é algo diferente”, conta Rafael, referindo-se ao Koffiehuis, restaurante localizado dentro do parque, altamente recomendado pelo motociclista para fazer a pausa do almoço. Antes de sair, não deixe de voltar ao restaurante, que funciona como café na parte da tarde, para experimentar a autêntica torta holandesa.

“A recepção é excelente. Tem estacionamento para parar as motos, segurança nota 10. Podemos até deixar os capacetes”, comenta. Assim, a sugestão é continuar a pausa do almoço para conhecer o Parque, que conta com belos jardins, uma Vila Histórica e diversas exposições. Atualmente, o Museu Histórico conta com a exposição “A presença Oriental em Carambeí”, na qual é possível conhecer mais a relação entre Indonésia, Holanda e Brasil.

O Parque abre de terça a domingo, das 10h às 17h. A entrada custa R$ 20 inteira e R$ 10 meia. Para grupos organizados, o agendamento deve ser feito com antecedência pelo E-mail agendamento@aphc.com.br. Mais informações em www.aphc.com.br.

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Turma do grupo de Motorcycle do Clube Curitibano em Carambeí| Rafael Zanon Seller/ Arquivo Pessoal

Dica extra para todos os passeios

Não importa o destino: seu compromisso com a segurança precisa estar em dia. “Para fazer um passeio bem agradável, não esqueça da manutenção preventiva”, alerta Rafael. “Calibre os pneus, abasteça, use luvas, capacete certificado pelo Inmetro, roupas adequadas para pilotar. A segurança do ciclista depende muito do equipamento da moto”, finaliza.

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