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Ambulância do Samu.
Ambulância do Samu.| Foto: Daniel Caron / Gazeta do Povo / Arquivo

A volta de Curitiba quarta-feira (24) para a bandeira laranja, com mais restrições, principalmente no comércio, não é apenas para conter o avanço da terceira onda de coronavírus, o qual a secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, considera ter se transformado em uma verdadeira “avalanche de casos” em apenas uma semana. Além de a capital estar muito perto do limite da capacidade dos leitos de Covid-19, com a marca 93% de ocupação quarta-feira (24), o atendimento de urgência e emergência também começa a sentir efeitos da sobrecarga.

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Na noite de quarta-feira (24), ambulâncias chegaram a fazer fila para atendimento de pacientes de traumas, como acidentes de trânsito e violência, nos três principais prontos-socorros de Curitiba: Hospital do Trabalhador, Cajuru e Evangélico Mackenzie.

No Trabalhador, que é o hospital referência do governo do estado no tratamento de Covid-19 em Curitiba, pacientes chegaram a ter de aguardar dentro da ambulância duas horas para abertura de uma vaga no pronto-socorro. O Evangélico Mackenzie chegou a receber pacientes mesmo com lotação máxima no pronto-socorro, cujo atendimento só voltou ao normal à 0h30 desta quinta-feira (25). Já a direção do Cajuru, cujo pronto-socorro não atende pacientes com suspeita de Covid-19, confirma que solicitou à prefeitura na noite de quarta a reorganização dos encaminhamentos de pacientes levados por ambulâncias.

Márcia Huçulak enfatiza que a bandeira laranja deve restringir a circulação de pessoas, gerando impacto também nos prontos-socorros. “A bandeira laranja tem eficiência para baixas os casos de Covid-19, mas também os de traumas. E se tivermos menos casos de traumas, teremos mais leitos disponíveis para o tratamento de Covid-19”, argumenta a secretária em entrevista ao jornal Meio Dia Paraná, da RPC TV, desta quinta-feira (25).

Semana passada, o governo do estado afrouxou o toque de recolher no Paraná, reduzindo em uma hora, da meia-noite às 5h da manhã do dia seguinte, a proibição de circulação nas ruas, bem como da venda e consumo de bebidas alcoólicas. Porém, o próprio secretário estadual de Saúde, Beto Preto, já afirmou que um novo decreto estadual deve restringir ainda mais a circulação de pessoas para frear tanto o contágio do coronavírus, quanto os atendimentos de traumas nos prontos-socorros.

Avalanche de casos

No período de uma semana, as infecções e mortes por Covid-19 em Curitiba aumentaram muito, reflexo da circulação de pessoas durante o carnaval. Enquanto que no dia 17 de fevereiro a cidade registrou 374 casos de infecção e nove mortes por coronavírus, na última quarta-feira (24) esses números explodiram para 703 casos e 15 mortes. O crescimento em uma semana foi de 87% no número de infectados e de 66,6% no de óbitos.

“Antes do carnaval, estávamos tranquilos, com mais de 100 leitos disponíveis e cirurgias eletivas liberadas. Hoje, a ocupação de leitos de Covid é de 93% e tem sido uma avalanche de casos desde quinta-feira passada, com muitos casos graves”, enfatiza a secretária de Saúde de Curitiba em entrevista ao mesmo telejornal.

Há possibilidade de nos próximos dias as cirurgias eletivas, que não são urgentes, voltarem a ser suspensas tanto na rede pública, quanto privada de Curitiba para garantir leitos no tratamento de pacientes infectados com coronavírus. Para suspender as cirurgias eletivas, a prefeitura aguarda decreto do governo estadual, que deve sair até sexta-feira (26), para seguir as mesmas diretrizes.

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