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 | Marco Charneski/Tribuna do Paraná
| Foto: Marco Charneski/Tribuna do Paraná

Mesmo monitorado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), o macaco bugio que há duas semanas atacou e feriu gravemente um bebê em um condomínio de Araucária, região metropolitana de Curitiba, viu pouca coisa mudar em sua rotina. Desde sexta-feira (23), técnicos do órgão ambiental se revezam em plantões para capturar o primata. Mas o animal tem driblado todas as tentativas de levá-lo para outro local. Enquanto o macaco não cai na armadilha do Ibama, moradores do prédio tentam se proteger como podem, instalando telas e fechando grades para o animal não entrar nos apartamentos.

O superintendente do Ibama no Paraná, Julio Gonchorosky, explica que a arapuca montada no bosque virou uma fonte de alimento para o macaco. Ele entra, pega a comida e deixa a armadilha sem ser capturado. A esperança dos técnicos é de que o animal acabe se acostumando com a gaiola e, aos poucos, vá passando cada vez mais tempo por lá, o que aumenta a chance da captura. Enquanto isso não acontece, os técnicos do Ibama seguem acompanhando o bugio - uma das maiores espécies de macacos do Brasil. “A gente está com equipe no local, mas por enquanto é três a zero para o bugio”, brinca Gonchorosky.

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Entretanto, os moradores do condomínio onde ocorreu o ataque ao bebê de um ano de idade não querem esperar para ver. Desde a semana passada, o prédio está em clima de adaptação, com vários apartamentos sendo telados e cercados por grande.

De acordo com o síndico do prédio, Ed Dimas da Cunha, as modificações seguem as orientações de órgãos ambientais. No dia 18 de outubro, representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) de Araucária estiveram no condomínio e entregaram uma notificação solicitando que os condôminos instalassem telas de proteção. Caso não tomassem essa medida, o município poderia multar os moradores.

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“Os técnicos do Ibama falaram que não querem entrar aqui para fazer a captura pelo fato de ter muita gente no condomínio e isso pode atrapalhar. Mas enquanto ninguém prende, o bugio continua entrando no condomínio normalmente. Anteontem eu mesmo quase atropelei o macaco no estacionamento. Ele fica andando entre os carros e a hora que eu liguei o carro ele apareceu na frente”, afirma o síndico. “Agora estou repassando a orientação de que fechem os apartamentos”, ressalta Cunha.

Polícia Ambiental acompanha tentativa de capturar macaco em Araucária, na região metropolitanaMarco Charneski/Tribuna do Paraná

Proteção

A babá Lilia de Fátima dos Santos, 40 anos, é uma das moradoras que decidiu seguir a recomendação. Vizinha de porta do apartamento em que a criança foi atacada pelo macaco, ela ficou ainda mais receosa depois que semana passada o animal assustou a mãe dela, uma idosa de 67 anos que estava sozinha na casa. O bugio chegou a entrar na sacada do apartamento, mas, por sorte, deixou o local sem problemas.

“Essa semana fiz o orçamentos das grades e vai custar R$ 3 mil. Meu pai e eu fizemos uma vaquinha e vamos pagar. Com desconto, vai sair R$ 2,8 mil, mas ainda é muito caro. É claro que a gente respeita o bugio, mas viver prisioneiro porque a gente pediu uma solução é um descaso”, ressalta a babá.

A menina ferida há duas semanas, de apenas um ano, assistia à TV na sala quando o bugio entrou no apartamento e a atacou com uma mordida na cabeça. O bebê precisou passar uma cirurgia de reconstituição do couro cabeludo.Desde o ataque, a família ainda não voltou para o apartamento onde mora. Semana passada, o pai da criança, Fernando Henrique Balardim, disse que não só o bebê, mas a esposa e a outra filha estão traumatizadas e não querem voltar para casa. A família está na casa de um parente.

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